Capítulo 47

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Igor narrando

Avisei meu pai sobre Alanna, refazemos todos os exames. Fiquei o tempo todo ao seu lado, segurando sua mão.
Daqui há dois dias os exames ficam prontos, enquanto isso vou ficar agarrado nela.

Dei os alimentos em sua boca, ela se alimentou sem hesitar. Estou dando os medicamentos no horário e lhe dando muito carinho e amor.

No final do dia, meu pai ligou para informar o estado de Cauê e Caio. Falou que estavam bem ruins de saúde. Que não durariam por muito tempo, estou tão grato que Alanna está se recuperando que decidi solta-los. Mas pedi para avisa-los que estaria de olho, não hesitaria em mata-los, caso aparecessem na minha frente ou suspeitasse de algo.

Pedi para meu pai ligar para Remo para avisa-lo e marcar um lugar, assim ele fez. Levou os dois e entregou a Remo.

Pela noite meu pai, Raphael e Amauri chegaram no hospital.
No quarto era só choro de alegria. Meu pai me informou que Remo deixaria Cauê e Caio no hospital e não ajudaria em nada, os deixaria morrerem lá. Ainda tinha a dor deles terem matado Cauany. Eles não deram ouvidos a Remo, agora estavam sofrendo as consequências.

- Papai! - Alanna falou ao ver meu pai entrando pela porta. - Me abraça? - Ela esticou, com dificuldade, os braços em sua direção.

- Minha filha. - Papai correu em direção da cama e deu um abraço nela. Raphael ficou encostado no canto do quarto, chorando. - Que saudade de você. - Papai chorava.

- Rapha, vem me dar um abraço. Estou morrendo de saudades de você também. Vem aqui. - Ela o chamou com a mão.

- Você está bem Alanna? - Ele não conseguia sair do lugar.

- Estou ficando boa, vem logo me dar um abraço. Seu chato!

- Tive tanto medo de você não voltar. - As lágrimas escorriam em seu rosto. - Você é uma chata, mas eu te amo.

- Mas eu estou aqui. Não vai se ver livre de mim tão cedo. - Ele caminhou em direção a cama e a abraçou. Raphael chorava e agradecia a Deus por Alanna estar de volta.

Nossa família fica enfiada no quarto, o dia inteiro. Meus pais e irmão só saem a noite para dormir em casa, eu permaneço com Alanna.

Já se passaram dois dias, hoje é dia de ver o resultado dos exames.
Minha mãe bateu na porta com os exames nas mãos e me chamou. Alanna estava dormindo, ainda estava bem fraca.
Caminhei até a porta e peguei os exames das mãos dela.

- Está tudo bem? - Perguntei. Havia preocupação em seu rosto.

- Dos males o menor, ela vai ter que repetir o  exame do útero. Acho que a infecção causou esterilidade. - Seus olhos estavam rasos de lágrimas.

- Entendo. Mas com o tempo, podemos reverter isso. A medicina está avançada, vamos trabalhar nisso juntos.

- Eu queria ter a sua fé e coragem. Alanna é uma sortuda, por ter você. Obrigada por ser tão otimista, se não fosse por Deus e depois por você, Alanna não estaria aqui hoje.

- Ela é minha obrigação, afinal foi eu quem a tirei de casa.

- Não carregue culpas e fardos que não são seus. Ninguém tem culpa de nada. - Respirei fundo.

- Fora isso, está tudo bem, certo?

- Sim. O coquetel que você fez é mágico. Obrigada por tanto meu amor. - Minha mãe passou a mão em meu rosto.

- Eu a amo tanto, mãe. - Olhei em direção a cama, que Alanna estava deitada. - Eu fico louco só de pensar que posso perde-la.

- Falando em em perdas, você tem que repetir seus exames. Tenta descansar e se alimentar direito. Você sabe que não pode ficar triste e sem se alimentar.

- Depois vejo isso, quero cuidar dela primeiro.

- Para cuidar dela, você tem que estar bem. Amanhã pela manhã você vai se consultar, não quero que nada de ruim aconteça com você.

- Pode deixar, não vou desobedece-la. - Sorri.

- Seu pai se cuidava muito e quando viu estava na fase terminal. Não me deixe preocupada, por favor filho. - Os olhos dela estavam fixos nos meus.

- Prometo que vou pela manhã até sua sala. - Passei a mão em seu rosto e a abracei. - Obrigado por me amar tanto.

- Amo mesmo. Você é o meu primeiro filho, não quero que nada de ruim aconteça com vocês. - Mamãe me abraçou e logo em seguida foi para sua sala.

Entrei e sentei ao lado de Alanna, ela dormia profundamente.
Fiquei ali pensando, talvez não iremos poder ter nossos lobinhos. Tivemos um imprinting, mas talvez não poderemos dar continuidade a nossa alcatéia.
Vou me dedicar ao máximo para ajuda-la, eu aceito Alanna com ou sem filhos, mas geralmente a mulher sofre ao saber que é estéril.
Não posso esconder isso por muito tempo, acho injusto. Mas tenho medo de contar e ela não querer casar mais.
Será que minha vida nunca vai ser calma?

Se ela me deixar vou sofrer muito, mas vou me reconfortar em vê-la viva e saudável. Alanna é muito nova e talvez não entenda a profundidade da palavra amor.
A amo tanto que sou capaz de morrer em seu lugar, o que é viver sem filhos? Até porque podemos adotar, caso não consiga reverter seu diagnóstico.
Já vou me preparar psicologicamente, conheço muito bem essa menina.
Cuidarei de Alanna, mesmo se ela não me quiser por perto. Não posso mudar o que sinto.

O dia passou e logo chegou a noite, a acordei para dar sua refeição.

- Oi meu amor. - Ela estendeu os braços para mim. - Deixa eu te abraçar, quero sentir seu cheiro. - Me aproximei e me inclinei para ela.

Alanna agarrou no meu pescoço e enfiou o nariz ali. Um novo medo de instalou em mim, como eu queria que minha vida fosse mais fácil.
Estou sofrendo por antecipação e tentando me por no lugar dela.

- Como você está se sentindo? - Passei a mão em seu rosto. - Te amo tanto, sabe disso?

- Também te amo muito. - Ela sorriu, fazendo as covinhas aparecerem. - Obrigada por cuidar de mim, estou cada dia melhor.

- Sabe que seu sorriso é perfeito? - Eu a olhava com tanto amor e gratidão por se manter viva. Meus olhos estavam rasos de lágrimas.

- O que está acontecendo? Por que esses olhos estão rasos de lágrimas?

- Medo. - Sorri desmotivado.

- Medo de quê? Estou melhorando, logo iremos para casa e ajeitaremos nosso casamento.

- Não vejo a hora de isso acontecer. - Passei a mão em seu rosto. - Nunca esqueça do quanto te amo. Abro mão de qualquer coisa, só para ficar com você e te fazer feliz.


Igor De La Cruz - Triologia Fake Love 2°Onde histórias criam vida. Descubra agora