Capítulo 14

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Igor narrando

Alanna deitou do meu lado na minha cama de casal. A cama é bem grande, sou muito espaçoso, apesar de não me mexer quando durmo.

Deitei de costas para ela e enfiei um braço embaixo da cabeça. Sabia o que ela faria em seguida.
Alanna chegou por trás de mim e passou o braço por minha cintura, enfiou o rosto nas minhas costas e se encolheu. Puxei a coberta e nos cobri.

- Boa noite, Nanna.

- Boa noite Igor. - Adormeci em seguida.

O dia amanheceu e logo abrimos olhos. Sou uma pessoa que não sonha durante a noite e não preciso de muito tempo para descansar.
Alanna dormia ainda, levantei e fui na rua comprar algumas coisas para o café da manhã e o almoço.
Quando ela desceu, o café da manhã já estava posto.
Tomamos café da manhã, logo em seguida comecei a preparar o almoço.
Alanna me ajudou com as coisas, até que ela sabe descascar legumes.

Preparei nosso almoço e voltei aos trabalhos, ela sentou do meu lado. Enquanto via televisão eu trabalhava no notebook.
Nossos pais avisaram que chegariam a noite.

Passamos o dia grudados um no outro, daqui há quinze dias vou para o Brasil.
Alanna e Raphael terminaram os estudos, fico menos apreensivo. Eu estava com medo dela permanecer naquela escola e alguém machuca-la.

A noite chegou e fui levar Alanna para casa. Passaram o endereço do restaurante em que estavam, fomos em casa nos arrumar. O que não esperava era uma festa surpresa. Tinha alguns colegas da faculdade, outros que já treinei. Uns já estavam casados e com filhos, outros noivos, outros já tinham até se divorciado. Pessoas da minha idade e outras mais velhas.

A noite foi agradável. Até uma ex colega me pedir uma carona para casa, se bem que ela se insinuou para mim a noite toda.
Alanna encarava a mulher em silêncio durante toda a noite.

- Alanna, que cara é essa? - Minha mãe perguntou.

- Essa oferecida aí. - Ela fuzilava a mulher com os olhos.

- Pare com isso. Seu irmão não pode conhecer uma pessoa? - Minha mãe falou entre os dentes.

- Não na minha frente. - Ela levantou e sentou do meu lado. Eu fingia não ouvi-las.

- Oi Alanna. Essa é minha irmã. - Falei para a moça que estava sentada na minha frente.

- Oi. - Alanna falou com o deboche estampado no rosto. Prendi o riso.

- Olá. - Angelina respondeu, com uma cara de poucos amigos.

- Vou levá-la em casa. - Falei já sabendo que Alanna já tinha escutado.

- Então vamos. Já estou ficando cansada mesmo, todos já estão indo. - Alanna levantou. - Vamos? - Pegou sua bolsa e estendeu a mão para eu segurar. - Sorri para ela.

- Vamos. - Levantei e segurei sua mão. - Vamos? - Falei para a moça sentada em nossa frente.

- Sim, vamos sim. - Ela olhou com ódio para Alanna e logo deu um sorriso falso.

Alanna foi a primeira a entrar no carro, nem esperou eu abrir. Sentou no banco da frente, ao lado do motorista.
Abri a porta do carona para Angelina entrar.

- Obrigada. - Ela falou com a voz melosa e passou a mão em cima da minha. Alanna olhava pelo retrovisor.

Entrei no carro e Angelina se ajeitou entre os bancos, de maneira que pudesse conversar comigo. Ela chegou mais para frente e se enfiou ali.

- Ei, põe o cinto. Está louca de atrapalhar a atenção do motorista? - Alanna falou com raiva.

- Ah, está com medo de morrer nova? Você é bem novinha, não é? - Angelina provocou a pessoa errada.

- Sou bem nova. Faço dezoito lá para o final do ano. E você já vai fazer quarenta? Tem uma cara de velha.

- Alanna, seja educada. - Falei prendendo o riso.

- Está tudo bem, as irmãs mais novas sentem ciúmes do irmão mais velho. Já vivenciei isso. - Angelina colocou a mão em meu ombro.

- Velha e rodada. - Alanna falou e gargalhou, batendo palmas.

- Alanna, respeite. - Briguei com ela. - Angelina vai ficar com uma má impressão de nós.

- Tanto faz. Só não gosto de pessoas interesseiras. - Ela retrucou.

- Isso não é um casamento queridinha, é só diversão. - Angelina falou.

- Ah, então você só gosta de diversões? Entendi. Está vendo que tipo de pessoa ela é, né? - Alanna olhou para mim e balançou a cabeça. Angelina chegou mais para frente, para falar algo no meu ouvido. Alanna deitou a cabeça no meu ombro, a impedindo de chegar.

Angelina se ajeitou no banco, colocou o cinto e cruzou os braços.

Parei no local indicado, antes de descer Angelina ainda perguntou  se eu não queria curtir uma noite adulta.
Respondi que  tinha que descansar e resolver algumas coisas pela manhã.
A deixei na calçada do prédio e dei partida no carro.

- Que cara é essa? - Perguntei para Alanna ao entrar no carro.

- Noite adulta? Isso é sério? Que mulher oferecida. - Ela cruzou os braços e olhou para fora.

- Sabe que você é linda com essa cara de brava. Sua ciumenta.

- Você ainda acha graça? - Ela deu um soquinho no meu braço.

- Ai. Isso doeu. - Fingi está sentindo dor.

- Desculpe Igor. - Ela arregalou os olhos e passou a mão onde ela acabara de socar.

- Preciso de um beijo para sarar.  - Fiz uma cara de dor.

- Onde dói? Aqui? - Ela colocou a mão. Levantou um pouco a manga da minha blusa e beijou meu braço. - Parou de doer?

- Ainda está doendo. Mais um pouquinho para o lado.

- Aqui? - Ela beijou.

- Sim, aí. Agora sarou. - Era engraçado o quanto ela era inocente as vezes. Eu acho isso lindo nela, sua inocência.

- Desculpe. - Ela olhou para baixo e segurou as mãos.

- Deita aqui, vem? - Ofereci o ombro. Ela deitou.

- Eu sou uma pedra no seu sapato, não sou? - Ela tinha a voz triste.

- Você só me ama muito, daí tem medo de me perder. Mas eu sou seu para sempre, já falei.

- Mas você vai ter que ir embora, não vai poder me atender sempre que eu ligar. Não vai ter tempo de dormir lá em casa, de me socorrer quando precisar. - Ela fungou.

- Eu sempre estarei aqui para você. Você é minha prioridade, guarde isso. Sabe por que ainda não tenho ninguém? Por sua causa. Não porque é ciumenta ou assustadora as vezes. É porque eu só vou embora quando eu ver que você está segura, ao lado de uma pessoa que você ame e que ame você também.

Igor De La Cruz - Triologia Fake Love 2°Onde histórias criam vida. Descubra agora