Capítulo 39

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Igor narrando

O médico tentou passar por mim, mas continuei segurando sua mocinha.

- Está com pressa? Tenho que te fazer algumas perguntas.

- Por que não vai ao meu consultório? Está ficando tarde e tenho um compromisso.

- Sou um cara muito ocupado, especialmente nesses últimos dias, nem dormindo e comendo estou. Sou muito obcecado quando quero uma coisa. - Olhei em seus olhos, queria mata-lo ali mesmo. - Conhece a palavra obstinado? Isso me define nesse momento. Então, por favor responda minhas perguntas. - Meu olhar ficou mais sombrio ainda, semicerrei os olhos e o encarei.

- Por que está me olhando desse jeito estranho? - Ele estava visivelmente nervoso, fiquei feliz por causar medo nele.

- Se o senhor cooperar não vai descobrir porque meu olhar ficou assim, caso não colabore já já vai descobrir. - Dei um sorriso frio.

- Olha aqui, eu estou indo, não tenho nada para falar com você. Se quiser me procure amanhã, aqui está perigoso.

- Então, meu caro. Se o senhor não tem nada para falar comigo, eu tenho para falar com o senhor. Só não entendi porque está com medo agora. Se o lugar está perigoso, por que o senhor está aqui? - Olhei ao redor. - Vai querer descobrir por que estou  te olhando assim ou vai cooperar?

- Me dê licença, já falei que tenho compromisso. - Ele tentou arrancar a minha mão da mochila em sua costa.

- É, você vai querer descobrir porque estou te olhando assim. - Sorri de lado. Segurei o braço dele e torci para trás. - Vamos voltar lá para dentro.

- Me solta! Está ficando louco?

- Pior que estou achando que estou ficando louco mesmo? Desde que perdi minha noiva não consigo dormir e nem comer. Só consigo pensar em como matar os filhos de chocadeira que fez isso com ela. Você me conhece? Sabe sobre minha família? Procurou saber quem somos nós?

- Não me interessa isso, se ela morreu não é problema meu. - Dei uma gargalhada e quebrei o pulso dele. Ele gritou de dor. A tortura começaria, se ela não abrisse a boca.

- Vou ter que te contar quem sou eu e onde você se meteu. - O arrastei e o coloquei sentado em uma cadeira, que estava perdida no galpão. Amarrei suas mãos para trás com uma gravata, que estava no meu bolso. Ele estava urrando de dor.

- Me solte, quem você está pensando que é? Seu desgraçado, vice quebrou meu pulso.

- Quem penso que sou?  - Gargalhei, parecia estar ficando louco. - Sou o seu pior pesadelo, você não deveria ter feito parte disso. Já que não me conhece, vou me apresentar. Me chamo Igor De La Cruz, filho de um mafioso e criado por outro mafioso.  Sou formado em medicina, defesa pessoal, artes marciais, sou capitão do exército. Sou da força bélica, especiais e sniper. Quer mais? - Olhei para ele com um olhar de superioridade. Nada que há na tecnologia fica oculto para mim, poderia me considerar um hacker legalizado, se isso existisse. - Sorri. - Mas, além disso tudo, eu sou um cara que tem uma dívida com Alix Chevalier.

- Alix Chevalier? - Os olhos dele se arregalaram.

- Ah, então ele você conhece? Pois bem, ele é meu segundo pai. Me criou como filho, tenho uma eterna gratidão, devo muito a ele. Meu pai era o melhor amigo dele Alejandro De La Cruz.

- Meu Deus. - O medo estava estampado em seu rosto. Parecia até esquecer da dor do pulso.

- Toda formação que tenho, não chega perto do desejo que tenho de proteger minha família. Mexeram com a família errada, sou um cão de caça e não vou descansar até que tenha mordido todos os envolvidos, vou morder direto na jugular. A começar por você. O que você sabe da falsa morte da minha noiva?

- Eu não sei de nada, tá legal? - O suor escorrer em sua testa.

- Esqueci de falar, né? - Ela é a filha de Alix Chevalier, Alanna James Chevalier. Você leu a certidão de óbito, viu o nome? Se lembra do nome? - Abaixei em sua frente e olhei em seus olhos. - Sabe de uma coisa engraçada sobre mim? Tenho memória fotográfica, é uma benção e uma maldição ter isso. Sei onde você mora, sei da sua família que mora fora do país, quer que eu faça um ligação para sua esposa? Sei o contato dela e o endereço da sua casa em Vegas. Gravei tudo.

- Você está me ameaçando?

- Não, estou falando que vou me vingar de quem fez isso com minha noiva. Minha cabeça não para nem um minuto, só fico imaginando que ela deve estar sofrendo.

- Ela está morta! - Ele gritou.

- Olha, se eu tiver que te torturar, farei feliz. - Sorri para ele. - Lembra que eu falei que sou médico? Sei os pontos onde mais vão doer e você não vai morrer. Ou eu posso te deixar sangrando até a morte, você escolhe.

- Você é louco, só pode. - Ele estava suando freneticamente. Caminhei até a mochila caída no chão.

- Não vai me dizer que esse dinheiro é por uma cirurgia. Ou é para enterrar alguém? Vai dizer que você não sabe de nada, doutor Alcir Monteiro? Você usa o nome Altair Hernesto, mas no seu registro é Alcir Monteiro. Por que mudou o nome? - Sorri.  Foi por causa do seu pai, estou certo? Tiveram que sair fugidos de onde moravam, aos doze anos. Mas agora vejo que se tornou a mesma coisa que ele, um oportunista.

- Como você sabe disso? - Ele estava incrédulo com o que acabou de ouvir.

- Ao contrário de você, eu pesquiso sobre  meus inimigos. Faço a lição de casa. - Peguei a mochila e coloquei nas costas. - E aí? Vai me contar sobre o que você sabe e o que Cauê estava fazendo aqui?

- Cara, você não sabe no que está se metendo. Eu não posso falar nada, eles vão me matar.

- Se você não falar vai morrer do mesmo jeito, então o que você escolhe?  - Parei na frente dele e me abaixei, ficando cara a cara com ele.

- Sebastian e Caio me pagaram para falsificar um laudo e falar que era Alanna quem estava naquele helicóptero. A certidão de óbito já estava pronta, antes mesmo deles a pegar , só faltava eu assinar.

- Então quer dizer que tudo já estava planejado, mesmo antes de Alanna chegar? - Respirei aliviado, estava desesperado para ouvir que não era ela naquele helicóptero. Tinha 80% de chance de não ser, mas ainda estava com medo.

- Sim. Eles escolheram uma pessoa parecida com ela e a vestiu com o vestido de noiva de Alanna, sabemos da tradição, que o noivo não vê a noiva antes do casamento, então foi fácil. Alanna estava no carro com eles, quem entrou no helicóptero foi Verônica Dione. - Ouvir aquilo fez meu coração disparar de alegria. Ela estava viva, eu a acharei.

- Você sabe o que esses desgraçados fazem? Eles fazem tráfico de mulher e se eles resolverem pegar sua esposa para usa-la como um produto de venda? Você vai se sentir bem? - Coloquei um terror psicológico nele.

Igor De La Cruz - Triologia Fake Love 2°Onde histórias criam vida. Descubra agora