9 - Um gostinho do que estar por vir.

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Notas: Gente, minha faculdade está voltando da greve. Por isso, vai ficar mais difícil em atualizar. Vou soltar aqui um pequeno gostinho do próximo capítulo para vocês.

Vou culpar Jorge Ben Jor com "Mas, Que Nada!" nos fios embolados do meu fone de ouvido pelas minhas atuais decisões

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Vou culpar Jorge Ben Jor com "Mas, Que Nada!" nos fios embolados do meu fone de ouvido pelas minhas atuais decisões. Juro, não sei qual é com esse cara ou com essa música, que me vem uma vontade incontrolável de tomar atitudes malucas.

Para você ter ideia, certa vez escutando essa, eu cheguei a cogitar me inscrever em aulas de samba, porque na minha cabeça eu super seria uma talentosíssima dançarina, sendo convidada para as maiores escolas e dando entrevista na Globo no Carnaval. Logo eu, que não preciso nem de vento para tropeçar queria inventar de sambar. Ainda bem que Vicência não tinha aulas de dança. Me evitou de mais uma humilhação ocasionada pela minha pessoa contra mim mesma .

Mesmo que não seja sambando, eu estou bem perto de dançar.

Pois nesse momento, eu não estava apenas cabulando aula, como também na frente do ponto de ônibus mais longe da minha casa, esperando passar o amarelinho de número 636, o ônibus que levava a Vorace. Eu precisava fazer isso.

Se meu pai descobrir, espero que ele leve em consideração a bondade da questão, sabe? Não foi ele que me ensinou a dar o melhor de nós pros outros?! Então Gregório se acalme aí.

Tá, talvez eu deva começar a escutar meus próprios conselhos, porque eu fiquei tudo, menos calma, quando avistei de longe aqueles olhos irreconhecíveis, não me restando dúvidas de quem vinha pela calçada emanando o melhor perfume que já existiu.

Se eu tivesse uma perfumaria, eu ofereceria uma nota para usar Mencia Épicus como aqueles "papeis" de teste para fragância, experimentando literalmente todos nela. Mas em especial, o que ela já usa. Não que ele precise de qualquer teste, mas eu precisava senti-lo de mais perto. Pelo perfume, é claro. Ele tem a melhor combinação olfativa que já senti.

— Mencia. — Chamei, antes que ela passasse reto por mim na calçada.

— Eva? — Ela tirou o AirPods Max branco dos ouvidos (Nossa, esse circo tá dando uma grana, né?!).

— A escola não é pra esse lado. — Sorri meio envergonhada. Porque eu estava envergonhada se era ela quem estava errando o caminho?!

Por tudo, é como se essa garota parecesse sempre certa. Tipo a própria existência dela parece correta. Senhor, isso nem faz sentido. Sei lá, o que eu estou dizendo é que ela é dona de uma confiança indiscutível.

— Ainda bem que encontrei você, então. — Ela começou a olhar em volta em uma expressão desconfiada. — Eva, cadê sua bicicleta?

— É... — Tentei bolar rápido qualquer coisa, mas simplesmente não veio nada na minha cabeça. Malditos olhos mencianos.

— Não! — Ela me encarava semicerrando a visão, em uma risadinha tudo, menos santa. — Sades, você vai matar aula?

— NÃO! — exclamei em uma altura tão alta que fez a criança sentada no banquinho de metal do ponto de ônibus virar de uma vez só pra gente, deixando cair da boca o biscoito de polvilho mal mastigado. Eca! — Quer dizer... — Cocei a nuca tensa. — Eu... Ah, eu tô mesmo! — confessei logo de uma vez.

— E eu posso saber para onde nós estamos indo? — ela perguntou dando um sorriso pra criancinha antes de se sentar ao lado dela no banco.

NÓS?! Você eu não sei, mas eu estou indo sozinha resolver questões que você não foi convidada. Pai eterno, que menina enxerida. Daria uma excelente amiga pro Vincente Rio.

— Você está indo para a escola, e eu para Vorace. — respondi.

— Como?! Eu não sei o caminho — Mencia falava no tom mais alto piedoso que já existiu. — Você não vai deixar que eu me perca, né? — Ela arqueava as sobrancelhas por trás do tablet todo melado da criança, que mostrava alguma coisa pra ela, enquanto a mãe do garoto sorria com a situação. — Ou você vai lá me levar na escola?! — ela mais afirmou que perguntou, enquanto já se levantava do banco.

— Pode se sentar — disse, interrompendo o teatro dela — Nós vamos para Vorace.


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Sáfico | Cartas de AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora