♣Capítulo 19♣

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Wade Corleone

“Droga!” xingo, jogando o celular no banco. A ligação com Ayla havia caído, e algo me dizia que ela estava em apuros. Sem pensar duas vezes, ligo o localizador e vejo que está numa rua deserta. Piso fundo no acelerador, sem dar ouvidos aos gritos da Amara, e vou na direção do ponto.

Quando chego, tudo o que vejo é escuridão, gotas de chuva começam a cair e aumentam a tensão. Grito o nome dela uma, duas vezes, mas nada. Porra, onde ela tá? Minha cabeça lateja, e a cada segundo o pânico aumenta. Tento ligar de novo e ouço um som distante do celular dela. Sigo o som até um beco, e o mundo praticamente desaba ao encontrá-la, inconsciente no chão.

Minha raiva cresce junto com a tempestade. A dor de ver Ayla daquele jeito é insuportável. Abaixo-me e a pego no colo, sentindo o peso do que quer que ela tenha enfrentado. A ideia de alguém tocando nela — ou pior — explode na minha cabeça. Coloco-a no carro e decido levá-la para a mansão, torcendo para que meu pai não esteja em casa. Ao chegar, ligo para Francesca e peço para que prepare um banho para Ayla. Eu não conseguiria, não daquele jeito. Mas fico de prontidão no quarto, esperando por qualquer sinal dela.

Minutos se passam. Quando Francesca finalmente traz Ayla para o quarto, é como ver uma versão quebrada dela. Ao tentar tocá-la, ela se encolhe, e vejo o pavor nos olhos dela. Dói ver Ayla tão vulnerável, mas espero pacientemente até ela se acalmar, garantindo a ela que está segura comigo. Quando ela finalmente adormece, me aproximo, observando seu rosto. O que eu sinto é como um soco no estômago — eu me apaixonei por ela. A garota que sempre me desafiou, que mexeu com o meu orgulho, a mesma garota que, de alguma forma, tornou-se tudo para mim.

Não tenho dúvidas do que preciso fazer. Envio uma mensagem para Dominic e exijo que capturem Matteo e o levem ao galpão. Ele vai pagar... ele e todos que pensaram que poderiam machucá-la. Finalmente, recebo a confirmação de que Matteo foi encontrado, e o Cirdan diz que estará lá em breve. Perfeito.

Assim que entro no galpão, vejo Matteo amarrado, já com um olho roxo. Aproximo-me, e ele ainda ri com aquele sorriso nojento.

— Ora, ora, o grande Wade Corleone! Precisou dos capangas para me trazer até aqui, não teve coragem de vir você mesmo?

— E você ainda tem a audácia de falar? Cuspo as palavras, aproximando-me até ele sentir minha respiração quente em seu rosto. — Nem Deus vai te perdoar pelo que você fez com ela. Mas isso é problema seu, porque eu certamente não vou.

Eu me afasto por um momento e retiro meu casaco. “Vamos ao trabalho.” Dou dois socos que ecoam pelo galpão, e ele continua sorrindo, o que só aumenta a minha raiva. Passo a língua pelos lábios, sentindo o sabor da vingança.

— Pendurem ele — ordeno. Matteo tenta lutar, mas é inútil. — Eu avisei para não se aproximar dela. Droga, você a drogou, Matteo? Não consegue alguém sem precisar recorrer a isso?

Ele finalmente começa a perder a coragem ao ver um maçarico ligado, derretendo a prata à nossa frente.

— Cara, o que você está fazendo com essa porcaria? Isso é uma brincadeira?

— Brincadeira? — sorrio de lado. — Vou te mostrar o que eu considero divertido. Isso aqui — aponto o maçarico — é só o começo. — Furo um lado do rosto dele com agulhas quentes, e seus gritos me trazem um prazer cruel. Ele se debate, mas eu continuo, sentindo o cheiro de queimado. — Você escutou ela suplicando? — pergunto entre as perfurações. — Escutou os gritos? — Enfio mais uma agulha quente e ele geme de dor. O galpão é tomado pelo cheiro de carne queimada.

Assim que termino com as agulhas, ouço passos. Cirdan e Darion entraram no galpão. Vejo o semblante de Darion, a fúria nos olhos dele.

— Wade, o que caralhos você fez com minha irmã?! — Darion avança para Matteo, mas Cirdan o impede.

— Calma, Darion, ele ainda não teve o suficiente — diz Cirdan, com um tom de voz baixo e ameaçador. — Que tipo de homem você é, Matteo? Precisa drogar uma garota? Você é mais fraco do que pensei.

Eu dou um passo atrás e permito que Cirdan e Darion tomem o controle. Darion segura uma garrafa de ácido sulfúrico e me lança um olhar de aprovação.

— Vamos acabar com isso — digo, e dou a última instrução. Matteo tenta gritar, tenta argumentar, mas é tarde demais. A essa altura, o ácido queimando os ferimentos e o sangue escorrendo de seu corpo são a trilha sonora que nós três queríamos ouvir.

Finalmente, seguro um crucifixo, frio e prateado, e o coloco bem no centro de seu rosto, gravando em sua pele uma mensagem: TATIS VITA, FINIS ITA. O sangue escorre por seu rosto enquanto termino de gravar, deixando uma última marca em Matteo.

Então, em um único movimento, Darion saca a arma e atira. A cabeça de Matteo cai, e o corpo fica imóvel.

Um silêncio se instala no galpão. Eu me viro para Darion e Cirdan.

— Agradeço por terem vindo. Ela precisava disso. Eu... eu precisava disso.

Darion se aproxima de mim, colocando uma mão em meu ombro.

— Wade, agradeço por tudo que fez, mas... minha irmã volta comigo hoje. Não confio em ninguém para cuidar dela agora.

Cirdan interrompe, a voz calma.

— Darion, talvez seja melhor ela ficar com a Francesca por enquanto. Wade não vai machucá-la. Deixe-a se recuperar...

Dou um suspiro pesado, e passo a mão pelo cabelo. Não queria contrariar Darion, mas Ayla agora é minha responsabilidade. Faço uma promessa silenciosa: qualquer um que tentar se colocar entre mim e ela terá o mesmo destino.

Amanhã, isso será apenas o começo...

Oi gatassss, o que vocês acharam do capítulo de hoje? Será que o nosso Wade irá ficar longe do seu lindo amor? Se gostaram comentem votem o bastante e partilhem para todo mundo.

SWEET BITTER.(+18)Onde histórias criam vida. Descubra agora