Capítulo 30

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Wade Corleone

Normalmente, eu não sou o tipo de pessoa que se prende a uma única pessoa. Sempre fui o tipo de ter todos aos meus pés, a qualquer hora e a qualquer minuto, sem me importar com os sentimentos alheios.

Mas com a Ayla é diferente. Nunca pensei que estaria tão amarrado por uma mulher. O jeito dela, tudo nela, me encanta, e eu a quero só para mim. Mesmo que ela descubra quem eu realmente sou e o que faço, vou continuar perto dela. Só de lembrar que dormimos juntos, o perfume dela me fez, pelo menos uma vez, dormir em paz.

Meus pensamentos são interrompidos pela voz cortante do meu pai, que me lança o olhar mais cruel que existe — algo a que já estou habituado.

— Você nunca mais vai me desobedecer, ouviu, seu moleque insolente? Agora vai resolver o problema que você criou com sua falta de responsabilidade — ele diz, aproximando o charuto cubano dos lábios e soltando a fumaça no ar.

— Escute, Vito. Eu já sou adulto e não vou deixar que você me trate do jeito que quiser. Não sou mais aquele garoto de 10 anos que apanhava por qualquer coisa — digo, me levantando, mas decido sentar novamente para falar mais algumas coisas.

Eu sei como resolver o problema com a Amara, não preciso de pressão. E não envolva a Ayla nisso, ela não tem nada a ver com essa confusão. Se algo acontecer com ela, te garanto que não vai gostar das consequências.

— Cuidado com a forma como fala comigo, eu sou seu pai. E vê se não perde o foco por conta de uma foda casual; afinal, ela é uma qualquer que abre as pernas para qualquer homem!

Quando ele diz isso, sinto uma raiva intensa. Cerro os punhos, tentando não reagir. Com mais calma, aviso para ele nunca mais tratar a Ayla desse jeito. Exijo respeito e não vou repetir. Saio dali, tentando descontar minha raiva em alguns miseráveis que estão trancados no porão...

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— Que babado, amiga! Parece cena de um filme de romance dark, sabe? — Nádia comenta, enfiando seus cadernos na pasta.

— Não diga bobagem, isso nunca vai acontecer. E o pior é que não sei como vou contar isso ao Darion. Não tenho coragem de olhar para o Henrique e explicar que o Wade apagou o contato dele do meu celular.

— Espera um segundo, Ayla. Você está apaixonada por duas pessoas? É isso mesmo?

— Não sei, estou confusa, Nádia. O Henrique sempre foi minha paixão, sempre carinhoso comigo. Parece um príncipe encantado, sabe? Mas com o Wade é diferente; é algo que me deixa ansiosa às vezes. Com ele, tudo é tão intenso, com gosto de proibido. E é aí que tudo me confunde.

Desabafo com minha amiga, que me olha como se estivesse assistindo a uma série, ansiosa. Espero uma reação dela, mas ela apenas diz que é complicado.

— Melhor irmos para nossas salas e nos encontramos no refeitório, tá bom? — Digo, tentando resolver meus pensamentos que martelam na cabeça.

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— Mérida! Espere, preciso falar com você um instante.

— Oi, Henrique. Então, o que é que se passa? É estranho você continuar me chamando de Mérida. Meu nome é Ayla...

— Desculpe, ainda não me acostumei. Gosto mais de Mérida, combina com você. Mas preciso da sua ajuda; tem como ser agora, na biblioteca? — ele pergunta, ansioso.

SWEET BITTER.(+18)Onde histórias criam vida. Descubra agora