Capítulo 33

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Olho ao redor, sem acreditar na situação em que me coloquei. A mansão cheia, o anúncio do noivado de Wade e Amara, e agora, meu irmão e Cirdan vindo em minha direção com passos decididos. Tento dizer algo, mas meu irmão não me dá chance. Ele me puxa pelo pulso, forçando-me a ficar ao seu lado.

A reação de Henrique não é a que eu esperava. Meu maior medo agora é que uma briga entre eles aconteça aqui, no meio de toda essa gente. Estou prestes a tentar acalmar os ânimos quando o avô de Henrique surge, interrompendo qualquer tentativa de conversa. Ele se aproxima para me cumprimentar, e sinto uma onda de desconforto me dominar.

— Como é que estás, minha querida? Há tanto tempo que não te vejo, Mérida! — diz ele, me envolvendo em um abraço forte. Tento ao máximo fingir que está tudo bem, mesmo que meu interior esteja em tumulto.

— Estou bem, senhor Albuquerque. Faz realmente muito tempo… desde a morte da vovó que não nos vemos — respondo, mantendo um sorriso forçado.

— Tens razão, querida. Já se passaram dois meses desde que Elizabeth se foi. Eu gostava muito dela, éramos grandes amigos.

Ele faz uma pausa, examinando o ambiente, antes de continuar:

— Vejo que todos estão aqui. Vieste com o meu neto Henrique, e a linda jovem Amara, que também é minha neta. Descobri que vocês estudam na mesma universidade. Devem ser grandes amigas.

Forço um sorriso delicado, sentindo o peso das palavras. Amigas? Mal consigo olhar para Amara sem sentir um misto de dor e raiva.

— Com licença, senhor Albuquerque, mas preciso ir ao banheiro. Pode me dizer onde fica?

Antes que ele possa responder, Cirdan se adianta, oferecendo-se para me acompanhar. Deixo o salão, sentindo o olhar de todos queimando em minhas costas.

Assim que estamos sozinhos, Cirdan se vira para mim, com um olhar que mistura preocupação e carinho.

— Ok, Ayla, estamos a sós agora. Me diz, o que realmente está acontecendo aqui? Como você veio parar nesse jantar? Sabia que era o noivado do Wade? — pergunta ele, sua voz suave mas firme.

Sinto um nó na garganta, mas respiro fundo, tentando manter a calma. Explico tudo, desde a briga com Wade até a confusão que me levou a aceitar o convite de Henrique sem saber o que realmente me esperava.

Cirdan me escuta pacientemente, sem me interromper. Seus olhos permanecem fixos nos meus, acolhedores e compreensivos. Quando termino de falar, ele não diz nada imediatamente. Apenas me puxa para um abraço apertado, que parece carregar toda a segurança do mundo.

— Vai passar, Ayla. Tudo isso vai passar — ele sussurra, seu tom calmo, mas cheio de convicção. Sinto um peso sair dos meus ombros, mesmo que apenas por um instante.

Ficamos ali, em silêncio, por alguns minutos. O som distante da música e das conversas no salão parece pertencer a outro mundo. Por um momento, sinto que não estou sozinha nessa batalha.

Depois de alguns minutos, voltamos para a sala onde todos estavam conversando, com Wade no centro das atenções. Decido procurar Henrique, pois não suporto o olhar julgador de Wade. Não depois de tudo o que ele disse ontem. Quando eles percebem que estou prestes a mudar minha rota, a sem-vergonha da Amara se adianta com seu sorriso falso.

— Ayla, eu não sabia que você estava namorando com o meu primo Henrique! — ela diz em alto e bom som, atraindo a atenção de todos, exceto Cirdan, que continua próximo de mim.

Eu não acredito que essa desgraçada fez isso. Minha vontade é de bater nela, mas o que mais me incomoda é o olhar penetrante de Wade, me deixando com calafrios. Henrique chega a tempo, colocando a mão na minha cintura com um sorriso calmo.

SWEET BITTER.(+18)Onde histórias criam vida. Descubra agora