Proposta
Derick
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Faz uns dias que eu tenho algo em mente, acordo pensando nisso, passo o dia pensando nisso e durmo pensando nisso. Sem contar que cada vez mais vejo que essa ideia tem tudo para dar certo.
Agora estava na salinha na boca, já tinha contado para Heitor e Abner e os dois também gostaram e até me ajudaram.
Abner até estava fazendo contas com o dinheiro para ver se dava para levar para a frente.
Heitor - Eu conheço uns caras aqui do morro que conseguem fazer esse serviço, eles que fizeram as obras em minha casa. São rápidos e até agora não tenho nada negativo para apontar.
Abner - Tem uma boa quantidade de dinheiro para fazer as obras, arrumar materiais e ainda sobra de monte. - disse enquanto guardava tudo o que tinha utilizado.
DK - Sobra o suficiente para os carregamentos?
Abner - Isso já está sempre de parte! - explicou - O que você vai utilizar é resta sempre todos os meses. Já te contei que sempre sobra um monte e está tudo guardado no cofre. Esse mês parece que tem outra finalidade.
DK - Você é foda, doido. - dou um tapa de leve no rosto dele.
Obviamente que não sou burro ao ponto de não saber que sobra uma boa quantia de dinheiro. Mas nunca é uma preocupação para mim saber quanto. Até porque eu só chego, peço para abrir ou tiro dinheiro que preciso e está tudo bem.
DK - Então vocês acham que eu devo seguir em frente com essa ideia? - pergunto empolgado me levantando e ficando de frente para eles.
Lívia - E você ainda tem dúvidas? - ela apareceu na entrada da e pregou um susto em todos nós.
Heitor - Escutando atrás das portas?
Lívia - Não, estava esperando do lado de fora mesmo e vocês que falam alto demais. - deu de ombros entrou e sentou no sofá.
DK - Como cê tá? - perguntei preocupado para ela.
Já passou alguns dias depois daquele ocorrido. Lionel já me ligou e ficamos horas em ligação se resolvendo.
É óbvio que na situação dele era difícil compreender o que a gente tinha feito. Eu e Lívia não pensamos nos outros e nas merdas que poderia dar para nós. Só nos juntamos por conta das necessidades e ignoramos o resto. Mas acabou que depois ele aceitou, até porque ele também teve comendo outras por aí. Agora ele está sem família do lado, já que eles próprios o tentaram derrubar. Está também querendo a Lívia de volta, mas desde aquele dia ela não aceita falar com ele, ainda está digerindo tudo e sempre anda triste pelos cantos.Lívia - Estou bem - sorriu de leve, nada de mais, mas algo que ela já não fazia desde então. - Quando vai falar com ela? Estamos precisando de algo assim no morro.
Abner - Ele vai agora - olhou para o relógio em seu pulso. - ela deve estar chegando do almoço com Alana e ele vai buscar ela na entrada.
Lívia - Então você é desses? - zuou.
Heitor - E olha que isso não é nada. - zuou também. Já puto, peguei uma almofada do sofá e atirei para o rosto dele.
DK - AH AH AH - peguei a chave da minha moto - falou.
Abner - Vai lá, príncipe encantado! - gritou e eu revirei os olhos sorrindo.
Não demorou muito para a mesma chegar no morro de volta. Quando me viu, fez o que sempre faz. Parou o carro e baixou o vidro todo.
Yarin - Você não cansa de me esperar? - riu
DK - Te esperei um monte já, o que seria mais 5 minutos hoje? - ela ia responder mas fui mais rápido em voltar a falar. - Tem tempo? Tenho algo para te contar.
Yarin - Tenho. - Reagiu já preocupada. - Vem! - chamou para entrar no carro.
DK - Tô de moto - apontei - me segue.
Levei ela até o armazém, talvez assim fosse mais fácil convencer.
Yarin - O que fazemos aqui? Eu fiz algo errado? - cada vez ela ficava mais preocupada e porra não vejo ela se rebaixando para ninguém, mas agora ela realmente está com medo.
DK - Não - soltei um riso nasal achando piada ao medo dela. Boba. - É só que eu tive uma ideia e queria te dizer e te fazer uma proposta.
Yarin - Merda! Fala logo, está me deixando nervosa. - resmungou.
DK - Eu vi todas as vezes que você trouxe as crianças até aqui, como você cuida bem delas e como elas gostam de você e das coisas que você fala e ensina. Em todo o canto que vou, se tiver crianças, estão sempre falando de você.
Yarin - É sério? - perguntou entusiasmada e com os olhos grandes brilhando.
DK - Sim! E então daí surgiu a minha ideia.
Yarin - Que é?
DK - Então! Eu queria reformar aqui esse galpão e deixar adaptado para as crianças.
Yarin - Sim! Isso é ótimo e eles vão amar.
DK - E aí vem a proposta que eu queria te fazer!
Yarin - Fala.
DK - Como eles gostam muito de você e só falam de você por aí, eu queria saber se você aceita vir aqui em alguns horários para ficar com eles. - Percebi que seu rosto fechou um pouco - Claro que seria Pago o tempo que você ficasse com eles. - ela não me respondeu durante algum tempo. - E então?
Yarin - Então.. - ela suspirou - A ideia é realmente ótima. Mas é que eu não tenho como aceitar a proposta. Eu não tenho tanto tempo assim de vago e nem formação eu tenho para ficar com as crianças. Eu acho legal sim a ideia da reforma e de dar a eles um espaço seguro, mas infelizmente não posso aceitar o resto. Não tem como.
DK - Yarin, você não precisa de formação, eles te adoram mesmo assim! Eu eu vi o jeito que você leva com eles. Não precisa ser nada sério, se verdade. E sobre o tempo, não precisa ser sempre, nem horas a fio. Só um tempinho de vez em quando...você leva jeito.
Yarin - Eu realmente gostaria de aceitar, mas não acho que é o momento certo para mim, não me sinto capaz... - respondeu triste.
DK - Vamos fazer assim, eu vou mandar reformar do mesmo jeito e você fica pensando se aceita ou se recusa de verdade, tudo bem? - Tentei pela última vez.
Yarin - Ok - respondeu depois de alguns segundos de silêncio. - Eu prometo pensar.
DK - Obrigado. - agradeci feliz e abracei ela que logo devolveu o abraço. - Pensa com muito carinho, as crianças iriam adorar.
Yarin - Sim! Eu vou. Obrigada por acreditar em mim.
DK - Sempre!
🤍
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Destinos Cruzados
RomanceO destino de Yarin e DK já estava escrito desde a primeira vez que eles se viram quando mais novos. 15 anos depois eles voltam a se cruzar. Com tantos obstáculos, brigas, sustos e decisões, será que os destinos se cruzaram para o resto da vida?