𝐄lenα 𝐕ıttıelo é umα jovem humαnα que vıve αo extremo norte dαs 𝐓errαs 𝐌ortαıs longe o bαstαnte de quαlquer ser mαgıco ou humαnos ıntrometıdos, um lugαr αfαstαdo do mundo encαntαdo de 𝐏rythıαn, onde os seres mαgıcos e αs 𝐂ortes governαm. 𝐀pe...
Elena fechou brevemente os olhos quando uma leve ventania bateu contra seu rosto fazendo algumas mechas do seu cabelo preto intenso voarem levemente em sua bochecha gordinha e avermelhada. Apesar do Sol estar esbanjando o seu típico brilho no céu repleto de nuvens, o dia estava frio e Elena adorava isso.
Ela desviou o olhar das árvores que corriam rapidamente em sua visão por conta da velocidade da carruagem e olhou para sua madrinha no banco da frente, olhando para fora da janela. Elena suspirou mexendo os pés que não tocavam o chão e brincou com os próprios dedos sentindo calor aquecer seu pescoço por vergonha. A garota de seis anos não entendia ao certo como foi possível para ela machucar sua amiga apenas com a mente, ela não queria, é claro que não, mas isso se tornou um problema para seus padrinhos e por causa dela, os três seriam obrigados a irem embora da pequena vila que moravam e viveriam isolados em uma montanha ao extremo das Terras Mortais, longe de qualquer problema.
- Céus, Elena! Pare de chorar - A voz severa de seu padrinho ecoou a assustando, ela passou as mãos nas bochechas sentindo seus dedos molharem por conta das lágrimas, Elena o olhou em um pedido de desculpas.
- Aqui não vai ser tão ruim - Sua madrinha Ana disse - Vai ser bom para ela.
- Mas não para mim - O marido reclamou - São quatro horas daqui até a vila, eu tenho um trabalho lá!
- Eu sei, querido, mas é necessário - A mulher de cabelos cor de mel tocou sua mão - As pessoas daquela vila tem a mente fechada, você sabe. Eles tentariam machucar Elena se ficássemos lá.
- Se ela não tivesse quase matado uma garota, isso não aconteceria - Grunhiu.
- Não foi minha culpa - Ela sussurrou apertando os olhos - Ela... Ela disse coisas ruins.
- E você resolveu tentar mata-lá?
- Edward! - Ana elevou a voz o fazendo parar, os olhos do marido encontraram os dela e ela o olhou seriamente - Chega desse assunto.
Edward apertou o maxilar recuando e se encostou no assento aveludado da carruagem com os olhos em Elena, já a garotinha encarava sua madrinha. Ana sempre foi próxima de Elena, mais do que Edward, e Elena gostava de ficar com ela, Ana era o mais próximo que tinha de uma mãe. Mas agora, depois do que ela fez, Ana se afastou por completo e Elena se sentia sozinha.
Essa seria a vida de Elena Vittielo agora, longe de tudo e de todos. Iria crescer em uma casa onde era ignorada pelas únicas duas pessoas que tinha em sua vida, não teria amigos e provavelmente enlouqueceria com o passar dos anos mas tentaria ao máximo ser feliz afinal, ela não precisava de ninguém, certo? Sempre foi isso que sua madrinha dizia a ela, ninguém precisa de ninguém, todos morremos sozinhos e Elena teria que se acostumar com isso.
Nova vida, sem amigos e sem amor... Ela sobreviveria.
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