My Hockey Players

Sechs

O sol da manhã iluminava gentilmente a sala de estar enquanto eu ajudava Harry a se arrumar para seu primeiro dia de aula na escola nova. Seus olhos brilhavam de excitação e nervosismo enquanto ele ajustava a mochila nos ombros.

– Mamãe, você acha que eu vou gostar da nova escola? – perguntou ele, com uma mistura de ansiedade e entusiasmo.

Sorri, tentando transmitir toda a confiança que podia.

– Tenho certeza de que você vai adorar, meu amor. É um lugar novo, cheio de oportunidades para fazer amigos e aprender coisas novas.

Segurando sua mão pequena, caminhei com ele até a escola. O edifício era grande e acolhedor, com crianças correndo pelo pátio e pais conversando animadamente. Senti um aperto no peito, misto de orgulho e apreensão.

Ao chegar à porta da sala de aula, abaixei-me até ficar na altura de Harry.

– Vai ser um dia incrível – disse, abraçando-o com força. – Estou muito orgulhosa de você.

Ele sorriu, aquele sorriso que sempre iluminava meu dia, e entrou na sala de aula, acenando uma última vez antes de se juntar aos novos colegas.

Deixando a escola, senti uma onda de emoções. Era difícil ver meu pequeno dar mais um passo em direção à independência, mas eu sabia que era um passo importante. Com um suspiro profundo, caminhei em direção à minha nova loja.

Any já estava lá, organizando os novos produtos. Ela olhou para mim com um sorriso de compreensão.

– Como foi o primeiro dia de escola de Harry? – perguntou ela.

– Foi bom – respondi, tentando manter a voz firme. – Ele estava nervoso, mas também muito animado.

Any sorriu, pegando uma caixa de novos itens.

– Ele vai se sair bem. É um garoto incrível, Sina. Agora, vamos focar na loja. Temos muitas coisas para organizar.

Passamos a manhã ajustando as prateleiras, atendendo clientes e discutindo novas ideias para a loja. Era revigorante estar de volta ao trabalho, especialmente com uma amiga tão próxima como Any ao meu lado.

À tarde, depois de buscar Harry na escola e ouvir suas histórias sobre os novos amigos e a professora, decidimos ir a uma sorveteria para comemorar.

– Então, como foi seu dia, campeão? – perguntou Any, enquanto nos sentávamos em uma mesa na sorveteria.

– Foi muito legal! Fiz dois amigos e a professora é muito simpática! – disse Harry, entusiasmado. – E mamãe já está vendo uma escola de hockey para eu jogar igual ao papai!

Antes que eu pudesse responder, ouvi uma voz familiar.

– Oh, olhem só quem está aqui.

Levantei os olhos e vi Noah e Ashley se aproximando. Noah parecia feliz em nos ver, mas o sorriso de Ashley era mais um olhar frio e calculista.

– Oi, Noah – disse, tentando manter um tom neutro. – Ashley.

– Mamãe está vendo uma escola de hockey pra mim, igual ao papai! – disse Harry, animado, olhando para Noah.

O rosto de Ashley se contorceu em um sorriso gélido.

– Que adorável – disse ela, com um tom que fez meu estômago revirar. – Mas, Noah, você realmente acha que ele está pronto para isso? Talvez ele devesse esperar um pouco mais. Hockey não é para todos.

Senti a raiva borbulhar dentro de mim, mas antes que pudesse responder, Noah se adiantou.

– Ele está mais do que pronto, Ashley – disse ele, com um tom firme. – E se Sina acredita que ele está, então é porque ele está.

Ashley deu um passo para trás, surpresa pela firmeza na voz de Noah.

– Vamos, Noah – disse ela, claramente irritada. – Acho que já ficamos tempo suficiente.

Enquanto ela se afastava, Noah se voltou para mim, com um olhar de desculpas.

– Sina, me desculpe por isso – disse ele, sincero. – Eu vou arrumar a escola de hockey para o Harry. Ele merece isso.

Olhei para ele, surpreso com a determinação em seus olhos, mas não consegui responder. Havia muitas emoções conflitantes dentro de mim.

Ele assentiu, entendendo meu silêncio, e se afastou, seguindo Ashley para fora da sorveteria. Fiquei ali, com Harry e Any, tentando processar tudo que tinha acontecido.

Enquanto Harry saboreava seu sorvete, decidi que, por enquanto, não precisávamos de mais complicações. Apenas de momentos como esse, simples e felizes, focados em nós e no que realmente importava.