achtunddreißig

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Noah narrando 🏒

Acordei cedo, com a mente cheia de pensamentos sobre o que havia acontecido no dia anterior. Harry estava se afastando de mim e, mesmo que Ashley dissesse que não sabia o porquê, eu tinha minhas dúvidas. Eu sabia que precisava me aproximar mais do meu filho, mas cada vez que tentava, algo parecia dar errado.

No caminho para a cozinha, encontrei Ashley preparando o café da manhã. Ela me cumprimentou com um sorriso, mas havia uma tensão no ar que não podíamos ignorar.

— Bom dia, Noah. Dormiu bem? — perguntou ela, tentando quebrar o gelo.

— Sim, mais ou menos. Estive pensando muito no Harry. — respondi, suspirando.

Ela se aproximou e colocou a mão no meu ombro.

— Vai ficar tudo bem. Vamos encontrar uma maneira de resolver isso. — disse ela, com confiança.

Depois do café da manhã, fui buscar Harry na escola. Sina havia concordado em me dar mais uma chance para passar tempo com ele, e eu estava determinado a fazer isso dar certo. Quando cheguei à escola, vi Sina e Rodrigo conversando animadamente enquanto esperavam Harry sair. Meu coração se apertou com uma pontada de ciúmes. Rodrigo estava lá, ao lado de Sina, rindo e se conectando com Harry de uma maneira que eu desejava fazer.

— Oi, Noah. — disse Sina, ao me ver.

— Oi, Sina. Oi, Rodrigo. — respondi, tentando manter a calma.

Rodrigo sorriu e acenou, parecendo genuinamente feliz em me ver.

— Oi, Noah. Como você está? — perguntou ele.

— Estou bem. Só vim buscar Harry. — respondi, olhando para a porta da escola, onde as crianças começavam a sair.

Harry apareceu, segurando a mão da professora, mas quando me viu, sua expressão mudou. Ele olhou para Sina, depois para Rodrigo, e então para mim. Correu para Sina e a abraçou, o que fez meu coração apertar ainda mais.

— Oi, querido. O papai veio te buscar hoje. — disse Sina, suavemente.

Harry olhou para mim, hesitando.

— Eu posso ir com você — falou ele, com a voz pequena.

Sina olhou para mim, esperando minha resposta.

— Claro, Harry. Você pode vir comigo hoje. Vamos passar um tempo juntos. — disse, tentando soar o mais animado possível.

Ele assentiu, mas não parecia totalmente convencido. Despediu-se de Sina e Rodrigo, que acenaram e sorriram para ele.

No caminho de volta para casa, tentei conversar com Harry, mas ele estava estranhamente silencioso. Quando chegamos, ele foi direto para o seu quarto, fechando a porta atrás de si. Sentei-me no sofá, sentindo uma mistura de frustração e tristeza.

Ashley entrou na sala, percebendo minha expressão abatida.

— O que aconteceu, Noah? — perguntou ela, sentando-se ao meu lado.

Suspirei, passando a mão pelo rosto.

— É Harry. Ele parece estar se afastando cada vez mais de mim. E então tem o Rodrigo, que está sempre lá, ao lado da Sina. Ele parece estar mais próximo do meu filho do que eu. — desabafei, sentindo a dor dessas palavras.

Ashley colocou a mão no meu braço, sua expressão se suavizando.

— Noah, você é o pai do Harry. Rodrigo nunca vai poder ocupar seu lugar. E quanto a Sina, bem... ela está seguindo em frente. Mas isso não significa que você deve se afastar do seu filho. — disse ela, tentando me confortar.

Eu sabia que ela tinha razão, mas o ciúme e a frustração ainda queimavam dentro de mim. Queria ser o pai presente que Harry precisava, mas algo sempre parecia atrapalhar.

— Eu sei, Ashley. Mas é difícil. Quero estar mais perto do Harry, mas parece que cada vez que tento, ele se afasta mais. E ver Rodrigo com Sina e Harry... isso me machuca. — admiti, sentindo a sinceridade dessas palavras.

Ashley suspirou e me olhou nos olhos.

— Noah, você precisa ser paciente. Harry está se ajustando a muitas mudanças. E quanto a Rodrigo, ele pode estar lá agora, mas ele nunca vai substituir você. Além disso... — ela fez uma pausa, um sorriso misterioso se formando em seus lábios. — Há algo que eu queria te dizer.

Olhei para ela, curioso.

— O que é? — perguntei, intrigado.

Ela pegou minha mão e a colocou sobre seu ventre.

— Eu acho que estamos esperando um bebê. — disse ela, com os olhos brilhando.

Senti uma onda de choque e alegria me percorrer. Um filho? Eu e Ashley íamos ter um filho?

— Sério? — perguntei, sentindo um sorriso se formar no meu rosto.

Ela assentiu, com os olhos cheios de emoção.

— Sim, Noah. Eu fiz o teste esta manhã. Vamos ter um bebê. — confirmou ela, com uma alegria palpável em sua voz.

Uma mistura de emoções me atingiu de uma vez. A felicidade de saber que seria pai novamente, misturada com a culpa por não estar sendo o pai que Harry precisava agora.

— Ashley, isso é incrível! — disse, puxando-a para um abraço. — Mas... e Harry? Eu não quero que ele se sinta deixado de lado.

Ela acariciou minhas costas, tentando me confortar.

— Harry vai ter um irmãozinho ou irmãzinha para brincar. E você vai estar lá para ambos. Não se preocupe tanto. — disse ela, com uma confiança que eu queria compartilhar.

Enquanto segurava Ashley, prometi a mim mesmo que faria melhor. Para Harry e para o novo bebê que estava a caminho. Sabia que não seria fácil, mas estava determinado a ser o pai que ambos precisavam.

Mais tarde naquela noite, enquanto observava Harry dormir, fiz uma promessa silenciosa. Independentemente de Rodrigo ou qualquer outra coisa, eu estaria lá para meu filho. Estaria presente, apoiando e amando-o de todas as maneiras possíveis.

E agora, com um novo bebê a caminho, eu sabia que tinha que me esforçar ainda mais. Não podia deixar que meus ciúmes ou inseguranças atrapalhassem minha relação com Harry ou minha futura relação com o bebê.

Abraçando Ashley novamente, sentindo a vida que começava a crescer dentro dela, soube que, apesar de todos os desafios, estava pronto para ser o pai que meus filhos precisavam. E faria tudo o que fosse necessário para isso.
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Será que Harry vai ter mesmo um irmão ou irmã?

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