vierzig

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---Noah narrando🏒

Noah acordou no dia seguinte com uma nova determinação. As palavras de Ashley na noite anterior, sobre estarem esperando um bebê, haviam acendido algo dentro dele. A ideia de ser pai novamente, desta vez desde o início, lhe dava uma esperança renovada, mas também uma responsabilidade maior. Ele sabia que, para ser o pai que Harry precisava, teria que superar seus próprios medos e inseguranças.

Depois de uma rápida passada pela cozinha para tomar café, Noah decidiu que o dia seria dedicado a se reconectar com Harry. Ele queria que o filho soubesse que, apesar das mudanças em suas vidas, ele ainda era sua prioridade.

— Harry, que tal passarmos o dia juntos hoje? Podemos ir ao cinema, depois almoçar fora. O que você acha? — perguntou Noah, com um sorriso.

Harry, que estava sentado no sofá assistindo a um desenho animado, olhou para o pai e deu um leve aceno de cabeça.

— Tá bom, papai... — respondeu ele, com um sorriso tímido.

Noah ficou aliviado ao ver que o filho não havia hesitado dessa vez. Ele precisava desse tempo com Harry, precisava mostrar que estava ali, que era confiável e presente.

Enquanto se preparavam para sair, Noah observava Harry pelo espelho do banheiro enquanto o menino escovava os dentes. Havia algo na maneira como Harry se comportava que o deixava inquieto. O filho parecia mais reservado do que de costume, e isso o incomodava profundamente.

Eles saíram para o cinema, onde assistiram a um filme que Harry havia escolhido. Durante o filme, Noah se pegou mais preocupado com o filho do que prestando atenção à trama. Observava Harry, esperando ver qualquer sinal de desconforto, mas o garoto parecia absorto na história.

Depois do filme, foram a um restaurante de fast food que Harry adorava. Enquanto Harry devorava um hambúrguer, Noah finalmente decidiu abordar o assunto que o estava atormentando desde o dia anterior.

— Harry, como foi a escola essa semana? Você tem se divertido com seus amigos? — perguntou Noah, casualmente.

Harry deu de ombros, continuando a comer sem muita empolgação.

— Foi legal, papai. A professora deixou a gente desenhar o que quisesse ontem. — respondeu Harry, entre uma mordida e outra.

Noah sorriu, mas a resposta vaga não o tranquilizou. Ele precisava saber mais, precisava entender o que estava acontecendo na mente do filho.

— Você se sente bem indo para a escola, né? Não há nada te incomodando? — perguntou Noah, tentando parecer despreocupado.

Harry parou de comer por um momento, como se estivesse pensando na resposta. Depois, olhou para Noah e balançou a cabeça.

— Tá tudo bem, papai. — disse ele, mas havia algo em seu tom que não soou completamente convincente.

Noah queria pressionar mais, mas decidiu não forçar. Ele sabia que precisava dar tempo ao filho para se abrir.

Depois do almoço, voltaram para casa, onde Noah sugeriu que eles jogassem um pouco de videogame juntos. Harry pareceu mais animado com essa ideia e, por um tempo, as risadas e brincadeiras encheram a sala, o que aliviou Noah. Ele estava começando a sentir que, talvez, as coisas estivessem voltando ao normal.

No entanto, a tranquilidade não durou muito. Mais tarde, quando Harry estava tirando uma soneca no sofá, Noah encontrou Ashley na cozinha. Ela estava preparando um lanche, mas parecia pensativa.

— Noah, eu estava pensando... — começou ela, enquanto cortava algumas frutas.

— Sobre o quê? — perguntou Noah, curioso.

Ashley hesitou por um momento antes de responder.

— Eu sei que você está preocupado com Harry e que está tentando se aproximar mais dele, mas eu também quero que você pense no que vem pela frente. Com o bebê a caminho, talvez seja melhor começar a planejar como vai ser quando ele nascer. — sugeriu ela, tentando parecer prática.

Noah franziu a testa. Ele sabia que Ashley estava certa, mas a menção do novo bebê sempre o fazia pensar em como Harry se encaixaria nessa nova dinâmica.

— Eu sei, Ash. Só que... eu não quero que Harry se sinta deixado de lado. Quero que ele saiba que ele é tão importante quanto o bebê que está por vir. — respondeu Noah, com um tom preocupado.

Ashley assentiu, compreendendo.

— Eu entendo, Noah. Mas também acho que, com o tempo, ele vai perceber que há espaço suficiente no seu coração para ambos. Você só precisa equilibrar as coisas. — disse ela, colocando as frutas em um prato.

Noah sabia que Ashley estava certa, mas o equilíbrio parecia difícil de alcançar, especialmente com Rodrigo cada vez mais presente na vida de Sina e Harry.

Mais tarde naquele dia, enquanto Noah e Harry estavam assistindo a um desenho na TV, o telefone de Noah tocou. Era Sina.

— Oi, Noah. Eu só queria saber como está sendo o dia de vocês. O Harry está bem? — perguntou ela, com a voz suave.

Noah olhou para Harry, que estava concentrado na TV.

— Ele está bem, estamos nos divertindo. Passamos o dia juntos, e ele parece mais tranquilo agora. — respondeu Noah, tentando soar positivo.

Houve uma pausa do outro lado da linha, e Noah sentiu que Sina estava escolhendo suas próximas palavras com cuidado.

— Fico feliz em ouvir isso. Sabe, Noah, eu sei que as coisas não têm sido fáceis para você... ou para o Harry. Mas ele precisa de você, e você está fazendo um bom trabalho. Só queria que você soubesse disso. — disse Sina, com sinceridade.

As palavras de Sina pegaram Noah de surpresa. Ele não esperava ouvir isso dela, e foi como se um peso tivesse sido tirado de seus ombros.

— Obrigado, Sina. Isso significa muito para mim. Estou tentando fazer o melhor para ele. — respondeu Noah, sentindo-se um pouco mais leve.

Depois de desligar o telefone, Noah se sentou ao lado de Harry novamente, mas algo na conversa com Sina ficou ecoando em sua mente. Ele sabia que precisava continuar tentando, precisava se esforçar para estar presente na vida de Harry, mas o medo de falhar, de não ser o pai que Harry precisava, ainda o assombrava.

Mais tarde naquela noite, depois de colocar Harry para dormir, Noah voltou para a sala e encontrou Ashley esperando por ele no sofá. Ela tinha aquele olhar no rosto, o mesmo que tinha quando estava planejando algo.

— Noah, o que você acha de começarmos a preparar o quarto do bebê? Sei que ainda é cedo, mas acho que seria bom para nós, e também para Harry, começar a fazer isso juntos. — sugeriu ela, com um sorriso.

Noah sabia que Ashley estava tentando ajudar, tentando focar no futuro, no que estava por vir. E ele apreciava isso.

— Acho uma ótima ideia, Ash. Podemos começar a planejar amanhã. Talvez até possamos incluir o Harry, para que ele se sinta parte disso. — concordou Noah, sentindo uma pequena centelha de esperança.

Ashley sorriu e se aproximou, segurando a mão de Noah.

— Vai dar tudo certo, Noah. Nós vamos fazer isso funcionar, como uma família. — disse ela, com confiança.

Noah a abraçou, sentindo-se um pouco mais calmo, um pouco mais preparado para o que estava por vir. Ainda havia desafios pela frente, mas ele estava determinado a enfrentá-los, não apenas por ele mesmo, mas por Harry e pelo bebê que estava a caminho.

Naquela noite, antes de adormecer, Noah fez uma promessa silenciosa a si mesmo. Ele seria o pai que Harry precisava, o pai que o novo bebê merecia, e, acima de tudo, ele não deixaria que seus medos e inseguranças atrapalhassem sua jornada como pai. Era um novo começo, e ele estava pronto para enfrentá-lo.

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