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Amanda Vieira.

Mike: Sou eu mesmo!

Eu não tinha certeza que era ele mas algo dentro de mim dizia que sim. E também pela atitude que ele teve, se fosse outro bandido teria me matado sem nem pensar duas vezes e ele agiu completamente diferente disso.

Conhecendo a Ayla como eu conheço, com certeza ela deve ter falado algo sobre mim pra esse cara. O que me surpreende é ele acatar qualquer coisa que ela tenha pedido ou falado.

Amanda: Pode sair de trás do muro. Eu não vou fazer nada contra você.— falei sincera.

E eu realmente não ia fazer nada contra ele. Eu nem queria estar aqui nessa operação pra ser bem sincera. Não depois de saber de tudo que está acontecendo na vida da minha melhor amiga.

Se eu tivesse o poder de escolher, não estaria aqui, sério mesmo. Estou aqui agora contra a minha vontade e porque eu não tinha uma desculpa concreta pra dar pra delegada.

Eu sei agi errado quando liguei pra Ayla e informei sobre está operação. Eu sabia que ela iria entrar em contato com ele e contar tudo, conheço ela. Ela não ia conseguir fingir que não sabia de nada.

Errei mas eu não podia esconder isso dela, não depois de tudo que ela me contou. Qualquer coisa que aconteça com esse cara agora, também interfere na vida dela, afinal ela está esperando um filho dele.

Que loucura né??? Minha ficha sobre isso ainda não caiu. Não entra na minha cabeça que a Ayla está grávida do chefe do tráfico da Rocinha. Logo a Ayla. A vida realmente nos surpreende.

Mike: Quem me garante que tu não vai??? Não posso confiar em você não, tendeu?

Óbvio que ele não iria confiar em mim. Ele é bandido e eu sou policial. Não existe confiança entre a gente. Eu também não confio nele.

Mike: Joga tuas armas pra cá!

Amanda: E como eu vou confiar em você também?

Mike: Se eu quisesse te matar, já tinha te matado. Se liga porra!— falou sério.— Joga logo essa porra.

Pior que era verdade, ele deve estar dentro desse beco me vigiando faz tempo e eu nem se quer percebi.
Resolvi fazer o que ele mandou, joguei meu fuzil longe e levantei os meu braços em sinal de rendição.

Mike: Às pistolas também! Tá achando que eu sou otário no bagulho???

Revirei os olhos e tirei às duas pistolas que estavam no coldre da minha cintura e a reserva que estava na minha perna. Joguei todas às armas na direção do muro que ele estava atrás e levantei os braços novamente em rendição.

Ele saiu de trás do muro com o fuzil apontado pra mim e junto com ele tinha outro cara.
Os dois me encaravam sem nem piscar e eu também mantive o meu olhar.

Xxx: Agente Vieira na escuta?— a delegada falou no rádio.

Mike: Responde!— falou bem baixinho.

Amanda: Na escuta delegada.— respondi.

Viviane: Consegue me passar sua localização?

Amanda: Ainda não.— suspirei.

Viviane: Tenta se aproximar de algum ponto de referência.

Amanda: Positivo.— desliguei o rádio.

Mike: Hoje é teu dia de sorte, tendeu?— me encarou.— Vira de costas aí e segue!

Fiz o que ele mandou, me virei e ele se aproximou e colocou o bico do fuzil nas minhas costas.

Mike: Se tu quiser sair daqui viva, vai ter que fazer tudo que eu mandar, tendeu?— assenti.— Me dá teu rádio!

Tirei o rádio que estava preso no meu colete e entreguei pra ele.

Mike: Paulinho fica na contenção dela.

O tal Paulinho puxou meus dois braços pra trás com uma certa brutalidade e segurou forte com uma das mãos, e com a outra ele apontava uma pistola na minha cabeça.

Não posso negar que a minha verdadeira vontade era de matar bala nesses dois filhos da puta, mas eu não passo fazer isso pela minha própria vida e também pela Ayla.

Como eu vou falar pra minha amiga que matei o pai do filho que ela está esperando?? Não dá né. Não tenho coragem de fazer isso com ela.

Mike: Tu vai ser minha moeda de troca.— me encarou.

O barulho dos tiros ecoava por todo o local e infelizmente já tínhamos perdidos alguns dos nossos.

Mike: Tá na voz delegada?— falou no meu rádio.

Viviane: Cadê a Agente Vieira seu filho da puta?— disse com raiva.

Mike: Por enquanto ela está bem pô. Fica tranquila delegada!— disse sorrindo.— Tu deve tá boladona né??— debochou.— Achou mesmo que ia ser fácil assim me prender pô?

Viviane: Eu vou acabar contigo seu bandido de merda!

Mike: O bagulho é o seguinte... Eu quero vocês fora do meu morro agora ou a policial aqui morre, tendeu??? Da primeira vez fui bonzinho pô, tu lembra né?? Só que hoje eu tô bolado pra caralho e se vocês não recuarem agora nesses porra, tu vai receber a cabeça dessa vagabunda dentro de uma caixa de presente na tua delegacia.

O rádio ficou em um completo silêncio e nessa hora eu confesso que senti um medo absurdo e supliquei em pensamento pela minha vida.
Eu não sabia se ele estava falando sério ou blefando e isso me apavorava!

Viviane: Eu só saio daqui de dentro com ela.— falou no meu rádio.

Mike: Manda tua tropa meter o pé do meu morro e tu fica pra pegar a garota. Mas fica ciente que qualquer gracinha sua, ela morre!— ele falou sério.— Já tenho tua localização. Rua dos Campanas né? Pode esperar aí mesmo!— desligou o rádio.

Paulinho: Será que isso vai dá certo irmão? Não dá pra confiar pô.

Mike: Tu é importante pra ela né?— me encarou.— Tô falando contigo porra, responde!

Amanda: Você sabe que eu sou.— encarei ele.

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