PROIBIDO PRA MIM - EM ANDAMENTO.

36°

Ayla Velasquez 👮🏻‍♀️

Rocinha, Rio de Janeiro.
08 de abril de 2025.

Eu passei a madrugada inteira em claro, não consegui pregar o olho um minuto se quer. Minha mente não permitia. Eu fechava os olhos mas às vozes dentro da minha cabeça não me davam paz.

Estou até agora tentando processar o fato que estou grávida do Maycon. Grávida de um traficante! Meu deus... Isso só pode ser um pesadelo!

Como eu vou contar isso pra mãe?? Dona Viviane vai querer me matar. E o meu trabalho? Minha carreira? Tudo que eu sempre sonhei? Eu tenho certeza que vou perder tudo por conta dessa gravidez.

Eu só queria que tudo isso não passasse de um pesadelo. Queria acordar hoje e ver que tudo não passou apenas de um sonho ruim.

Eu estou tão confusa... Não sei o que fazer, sabe? No momento eu só queria ter o poder de mudar tudo ou sumir pra sempre.

Como o destino foi traiçoeiro comigo... Jamais passou pela minha cabeça que o Maycon que eu conheci na rua daquela balada e transei loucamente dentro de un carro, seria justamente o traficante que eu estava atrás de descobrir sua verdadeira identidade. Que loucura.

Eu fico me perguntando como eu não percebi que era ele antes, e como eu fui cega e burra também. Os fatos sempre estiveram escancarados na minha cara e eu não enxerguei ou não quis enxergar né?

Se eu tivesse percebido tudo antes e encaixado todas às peças, nada disso estaria acontecendo agora. Tudo ia ser diferente.

Eu confesso que pensei durante a madrugada em interromper essa gravidez, sabe? Essa loucura passou pela minha cabeça mas logo em seguida me senti culpada e suja só por pensar em ter uma atitude dessas. Eu não posso fazer isso!

Esse bebê que eu carrego em meu ventre não tem culpa de nada e ele não pode e nem merece sofrer por causa dos meus atos. Eu que tenho que arcar com todas às consequências e é isso que eu vou fazer.

Daniella: Já acordou mana?— me encarou com cara de sono.

Ayla: Eu nem dormi pra falar a verdade.— suspirei.— Porque você não vai pra casa descansar um pouco Dani?? Já faz dois dias que você está aqui comigo e dormindo nessa cadeira dura e desconfortável.

Daniella: E eu vou te deixar aqui sozinha mona??? Claro que não!

Ayla: Pode ir Dani. Eu vou ficar bem.— sorrir sem humor.— Você tem sua vida, seu trabalho. Você não pode parar sua vida por causa de mim não.

Daniella: Eu não vou te deixar aqui sozinha de jeito nenhum Ayla.— me encarou séria.

Resolvi ficar muda. Pelo pouco que eu conheço a Dani, já sei que quando ela coloca uma coisa na cabeça ninguém faz ela mudar de idéia.

[...]

Xxx: Olha o som do coraçãozinho do seu bebê Ayla.

Naquele momento eu senti uma sensação tão boa que nem sei explicar. O coraçãozinho dele batia acelerado e o meu coração também acelerou ao escutar aquele som.

Meus olhos estavam marejados de emoção e pela primeira vez desde que descobri sobre a gravidez, eu estava me sentindo feliz.

Encarei a Dani que estava ao meu lado segurando minha mão e ela também estava emocionada, às lágrimas desciam pelo seu rosto.

Xxx: Seu bebê aqui.— apontou pra tela.

Ayla: É tão pequeninho né.— falei emocionada.