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Maycon|Mike.

Rocinha, Rio de Janeiro.
08 de abril de 2025.

Não consegui pregar o olho durante a noite, minha mente não deixava tá ligado??

Fiquei a madrugada inteira pensando nos bagulhos que aconteceram nas últimas horas e também pensando em uma maneira de tentar resolver essa parada sem me prejudicar.

Tudo que eu queria à vinte e quatro horas atrás era só matar aquela maldita e colocar um ponto final nessa história, tá ligado? E agora tudo que eu quero é só proteger ela, porque ela pode está carregando um filho meu pô. Que isso.

Estou até agora sem acreditar que essa parada está acontecendo, papo reto. Se esse filho for meu mesmo, essa vida é muito maluca!

Meu celular começou a tocar, olhei na tela e era o Kako. Ele ligou pra me avisar que a mandava estava de alta e poderia ir pra casa. Mandei ele levar ela lá pra casa da minha tia, preciso trocar um papo com ela e resolver sobre esse bagulho da gravidez.

Levantei da cama, tomei um banho de água gelada pra esfriar a mente e em seguida meti o pé pra casa da dona Márcia. Quero resolver logo essa parada!

Cheguei na base da minha tia e quando me aproximei da porta pude escutar o que eles estavam conversando lá dentro, e bem na hora a mandada estava pedindo o celular da minha prima pra ligar pra coroa dela.

Mike: Tu não vai ligar pra ninguém!— falei com ignorância e encarei ela.

Fátima: Que isso Maycon? Você manda na menina agora??— me olhou séria.

Márcia: Ela precisa ligar pra mãe dela Maycon, a mãe dela deve estar preocupada sem notícias.

Mike: Primeiro a gente vai trocar um papo.— encarei ela.

Daniella: Porque você não deixa essa conversa pra depois Mike? A Ayla acabou de chegar da upa e precisa descansar.— me encarou.

Mike: Não tem essa de deixar pra depois não, vai ser agora e já era!— falei sério.

Daniella: Você é muito sem noção cara. Deixa de ser ridículo Mike.

Ayla: Deixa Dani— minha prima encarou ela.— A gente precisa conversar.— me encarou.

Márcia: Mãe a gente precisa ir no mercado, lembra? Vamos?— minha vó concordou.

Kako: Tô metendo o pé também. Preciso resolver umas paradas.

Daniella: Eu vou no mercado com vocês mãe.

Ainda bem que eu nem precisei falar porra nenhuma, todo mundo se tocou e arrumou um pretexto pra meter o pé daqui e nos deixar a sós.

Encarei a mandada que estava sentada no sofá, de cabeça baixa e encarando suas próprias pernas que estavam em cima de um pufe por conta do gesso em um dos pés. 

Ela estava vestida com um vestido preto de alcinha e eu pude observar os vários machucados e hematomas espalhados pelo seu corpo.

Eu já estava me sentindo mal pra caralho por ter batido nela, e agora vendo ela na minha frente nesse estado, estou me sentindo um lixo, papo reto. Eu quase matei a mãe do meu próprio filho e ele também por causa da minha vontade de vingança.

Mike: Você tem certeza que esse filho é meu mesmo no bagulho? Não é mais uma mentira tua não?— quebrei o silêncio e ela me encarou.

Ayla: Tudo que eu mais queria agora, era que essa gravidez fosse só mais uma mentira minha.— me encarou.— Você estava lá quando eu recebi a notícia, você viu a minha reação e o estado que eu fiquei.— suspirou.— Infelizmente sim, esse filho é seu.— continuou me encarando.— Eu queria ter pelo menos 1% de dúvida mas não existe essa possibilidade.— suspirou.— Desde que te conheci naquela noite da balada, não me envolvi com mais ninguém Maycon e logo em seguida me infiltrei aqui no morro em missão e me envolvi com você novamente sem saber ainda quem você realmente era. 

Desde quando eu soube da gravidez dela fiquei imaginando várias paradas, tá ligado? Inclusive que esse filho podia não ser meu. Apesar de todos os fatos esterem apontando para que sim, eu tenho os meus motivos pra desconfiar, tendeu?? Essa mandada entrou aqui dentro do meu morro se passando por outra pessoa, enganou geral e poderia está nos enganando agora também apenas pra se safar no bagulho. Não posso confiar!

Ayla: Eu não queria está nessa situação Maycon. Não queria está esperando um filho seu.— suspirou.— Queria que tudo isso não passasse apenas de um pesadelo.— seus olhos estavam marejados.— Mas agora é tarde pra mim se arrepender ou se lamentar. Não tenho como voltar no tempo e mudar minhas escolhas e por isso o que me resta agora é arcar com às consequências dos meus atos. Essa criança não tem culpa de nada e por mais que essa gravidez vá mudar minha vida pra sempre.— respirou fundo.— Eu vou ter esse filho... Você querendo ou não.— me encarou.— E se você não quiser assumir jessa gravidez, está tudo bem, na verdade vai ser até melhor pra mim se você quer saber, será um problema a menos pra mim lidar.— permaneceu me encarando.— Só me deixa ir embora e eu juro que vou seguir minha vida e esquecer que você existe.

Fiquei em silêncio ouvindo tudo e o foda é que dava pra enxergar verdade em cada palavra que ela falava, tá ligado?? Juro que eu queria notar qualquer vestígio de mentira nas palavras dela mas não existiam. Ela estava falando a verdade, esse filho é meu mesmo!!!

Caralho... Se antes eu tinha qualquer tipo de dúvida sobre essa parada, agora elas acabaram de vez parceiro. Essa filha da puta está esperando um filho meu mesmo... Vou ser pai no bagulho! Não consigo nem acreditar nessa parada, papo reto.

Mike: Tá maluca pô??? Se o filho é meu mesmo, eu vou assumir minha responsabilidade de pai!— encarei ela.— Eu sou bandido mas sou sou sujeito homem Ayla! Não vou te deixar desamparada e muito menos deixar faltar nada pra minha cria, tendeu?

Ayla: E como você pretende fazer isso?? Somos de vidas completamente opostas, esqueceu? Eu sou policial e você bandido.

Mike: Esqueci não pô. Como eu vou esquecer dessa parada se foi tu que fodeu minha vida??? Tô com a minha cara exposta na mídia por tua causa filha da puta!!!— falei com ódio.

Ayla: Infelizmente eu não tenho como mudar o que já aconteceu Maycon.— me encarou.

Mike: Eu vou te deixar ir embora.— encarei ela.

Ayla: Sério?— me olhou surpresa.

Mike: Quero evitar mais problemas pro meu morro.— encarei ela.— Mas fica ciente que você vai estar sendo vigiada vinte e quatro horas por dia e qualquer gracinha que você apenas pensar em fazer eu vou está ciente.— segurei o rosto dela.— E a ordem é para os meus menor te trazer pra cá, e aí daqui tu não sai mais até minha cria nascer, tendeu???— continuei encarando ela.— Entendeu porra???

Ayla: Entendi.— falou seca.

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