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Ayla Velasquez.

Mike: Porra... Até que fim você acordou mano.— se aproximou da cama e me encarou preocupado.— Tá se sentindo melhor no bagulho? Quer que eu chame o médico?

Ayla: Meu filho Maycon?— encarei ele e coloquei a mão na minha barriga.— Meu filho está bem?? Eu só quero saber do meu bebê.

Mike: Se acalma pô. Tu não pode ficar nervosa não, tendeu??

Ayla: Responde logo Maycon!!! Eu quero saber do meu filho.

Mike: Nosso filho.— deu ênfase e me encarou.— Ele tá bem sim mano, graças a Deus.— suspirei aliviada.— Vou ir chamar o médico, jaé?— assenti.

Quando acordei e percebi que eu estava em um quarto de hospital, lembrei de tudo que tinha acontecido e um desespero tomou conta de mim.
Eu só queria saber se o meu bebê estava bem, era só isso que importava pra mim nesse momento.

Quando vi aquele sangue escorrendo pelas minhas pernas, fiquei desesperada e já imaginei que o pior poderia ter acontecido. Graças à Deus que o meu baby está bem!!! Estou super aliviada.

Se alguma coisa tivesse acontecido com ele, eu não iria me perdoar nunca nessa vida. Nunca mesmo!!! E eu nem sei o que seria capaz de fazer. Não ia aguentar conviver com essa dor e sofrimento dentro de mim.

Só de pensar nessa possibilidade já me da vontade de chorar. Sinto um nó na garganta, sabe???

Minutos depois o Maycon voltou para o quarto e junto com ele estava uma médica, inclusive é a mesma médica que me atendeu da outra vez aqui na UPA, quando descobri sobre a gravidez.

Xxx: Olá, Ayla.— me encarou sorrindo.— Que bom que você acordou... Como você está se sentindo??

Ayla: Estou bem.— sorrir seu ânimo.— O meu bebê está bem mesmo doutora???— falei preocupada.

O Maycon já tinha me falado que estava tudo bem com ele porém eu queria ouvir isso da boca da própria médica, somente assim eu ficaria cem por cento segura e aliviada.

Xxx: Ayla você sofreu um ameaça de aborto.— falou séria.— Você ainda está no primeiro trimestre da gravidez, o feto ainda está se desenvolvendo e por isso os riscos disso acontecer são maiores, ainda mais depois de um quadro de estresse e nervoso.— me encarou.— Ainda bem que o seu esposo te trouxe a tempo pra cá e nós conseguimos reverter o quadro com o uso de medicamentos.

Esposo???? Oi??? Deus me livre!!!!

Ayla: Meu bebê ainda corre algum tipo de risco doutora??

Xxx: Vou ser sincera com você Ayla. Trinta por cento das ameaças de aborto podem virar um quadro de perda gestacional, então a resposta infelizmente é sim.— me encarou.— A partir de agora você tem que manter repouso absoluto e evitar qualquer tipo de estresse e nervoso, entendeu?— concordei.— E claro seguir com o seu pré natal e realizar todo o acompanhamento médico. Você mantendo repouso, seguindo com uma alimentação adequada e o uso correto das suas vitaminas, tudo ficará bem.— sorriu.— Seus exames não deram nenhuma alteração e por isso você já está liberada, tudo bem? Mas qualquer coisa fora do normal, volte imediatamente pra cá ok?— concordei.

Ayla: Obrigada Doutora.— sorrir.

Xxx: Melhoras Ayla.

Mike: Valeu aí doutora.— ela assentiu e saiu do quarto.

Eu estava tão concentrada prestando atenção na médica, que tinha até esquecido que o Maycon estava aqui no quarto também.

Mike: Tu tá se sentindo bem mesmo pô? Tem certeza?— concordei.

Ayla: Cadê o meu vestido???

Mike: Tá aí nessa sacola.— apontou pra uma cadeira.— Só que está sujo de sangue, tá ligado?? Mas fica suave, já acionei a Dani e ela está brotando aí com uma roupa limpa pra tu.— assenti.

Ayla: Maycon.— encarei ele.— Cadê a minha mãe e a Amanda???

Agora que eu já estava calma e sabia que o meu bebê estava bem, eu só queria saber sobre a minha mãe e minha melhor amiga. Estou morrendo de preocupação!! Espero que esse maluco não tenha feito nada com elas.

Mike: Elas tão bem.— falou frio. 

Ayla: Elas estão bem mesmo ou você só está falando isso pra mim não ficar nervosa? Fala logo Maycon! O que você fez com elas?? Cadê elas?? Eu quero ver elas.

Mike: Não fiz nada com elas caralho!!!— ele falou alto e super sério.— Eu devia ter feito, tendeu? Elas entraram aqui pra me prender ou até me matar na parada.... Sou bandido porra, esqueceu?? E é isso aí que eu faço mesmo Ayla. Mato quem é contra mim no bagulho!— continuou me encarando.— Só que eu pensei em tú nessa porra de guerra! Eu sabia que se qualquer parada acontecesse com elas, ia te fazer mal e isso prejudicaria meu menor.

Ayla: E cadê elas??? Elas estão aqui no morro?— ele negou.

Mike: Liberei às duas e o papo é esse! Não quero mais falar sobre esse assunto, tendeu??? O foco agora é tu ficar bem, pro meu menor ficar bem também.— balancei a cabeça em negação.

Ayla: Pra mim ficar bem, elas precisam estar bem também Maycon.— encarei ele.— Me prova que elas estão bem mesmo!!! Eu quero ver com os meus próprios olhos.

Mike: Tomar no cu viu! Tu é mandada pra caralho, papo reto!!! Vai se foder. Já não falei que elas estão bem nessa porra?? Já te mandei o papo que sou um homem de palavra no bagulho. Tá duvidando ainda porra??

Ayla: Eu quero ter certeza que elas estão bem. Só a sua palavra não me basta! Quero ver com os meus próprios olhos.— encarei ele.— Você quer que eu passe mal de novo, é isso né?? Quer que eu perca o seu filho Maycon?— ele balançou a cabeça em negação.

Eu já percebi que às únicas coisas que amolecem o coração de pedra desse homem é a família dele e agora o nosso filho. Então vou me aproveitar disso sim!!! Porque não?? Tenho que usar às peças que eu tenho nesse jogo ué.

Ele bufou e pegou um controle que tinha em cima de mesinha e ligou a TV pequena que tinha no quarto.
Estava passando um jornal e por incrível que pareça, estavam falando sobre a operação policial que tinha acontecido aqui no morro.

Na reportagem estava estampada uma foto da minha mãe, e em seguida passou uma gravação de vídeo dela e da Amanda entrando na delegacia. Encarei bem aquele vídeo e reparei que a Amanda estava super abatida e minha mãe tinha um olhar de puro ódio.

Na descrição da reportagem dizia que os traficantes da Rocinha abandonaram às duas pela madrugada, no meio de uma estrada deserta sentido a serra do Rio de Janeiro.

Fiquei super aliviada, super mesmo!!! Agora eu estou com o meu coração em paz.

Ayla: Obrigada.— encarei ele.

Mike: Não precisa me agradecer nada não. Tudo que eu fiz foi pela minha cria.— falou todo frio.

Ayla: Obrigada mesmo assim.— sorrir sem ânimo.

Alguém bateu na porta do quarto e em seguida abriu a mesma e era a Dani. Ela correu na minha direção e me abraçou super forte.

Daniella: Que susto que você me deu cara! Que isso!? Quer me matar do coração mona??? Quase infartei de preocupação!!!— dei risada.— Olha... Trouxe uma roupa pra você pode ir embora.

Mike: Vou esperar vocês lá fora.— concordamos e ele saiu do quarto.

Daniella: Está tudo bem entre vocês?— me encarou.— Senti o clima pesadíssimo!

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