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Ayla Velasquez 👮🏻‍♀️

Rocinha, Rio de Janeiro.
07 de abril de 2025.

Tentei abrir meus olhos mas eles estavam super doloridos e doíam quando eu tentava fazer forças para tentar abrir. Com muita dificuldade consegui abrir um pouquinho, bem devagar e senti eles arderem por conta da luz forte que iluminava o lugar onde eu estava.

Olhei em volta e reconheci que estava em um dos quartos da UPA, e me assustei quando vi o Kako dormindo em uma caldeira, no canto do quarto.

Tentei me ajeitar na cama e senti uma dor horrível por todo o meu corpo. Observei que o meu pé esquerdo estava engessado, e que eu tinha alguns curativos pelo corpo e também vários hematomas, vários mesmo!

Minha cabeça também doía muito e quando eu passei a mão, senti que tinha um grande inchaço e pontos.

Eu lembro de tudo que aconteceu, o Maycon quase me matou de tanto me bater e eu acho que se o Kako não tivesse entrado naquela sala e impedido que ele continuasse me batendo, ele realmente teria me matado de tanta porrada.

Eu só ainda não entendi porque o Kako impediu que ele continuasse me batendo, me ajudou e o que ele está fazendo aqui depois de tudo que eu causei pro irmão dele e também pra sua família.

Ele só pode estar me vigiando né?? Mas eu acho que ele não se daria esse trabalho, eles podiam colocar qualquer pessoa pra fazer isso.

A porta do quarto foi aberta e umas das enfermeiras entrou, e por conta do barulho que ela fez, o Kako acabou despertando e encarou a gente porém permaneceu calado.

Xxx: Bom dia Maya.— me encarou.

Ayla: Ayla. Meu nome é Ayla.— ela sorriu.

Xxx: Como você está se sentindo Ayla?

Ayla: Bom dia.— sorrir sem ânimo.— Com muita dor no corpo e também na cabeça.

Xxx: Eu trouxe esses medicamentos pra você. É tramal e dipirona, eles servem pra dor.— me entregou dois comprimidos e um copo descartável com água.— Vou avisar pro médico que você já acordou, tá?

Ayla: Obrigada.— sorrir sem mostrar os dentes.

Kako: Não vou perguntar se tu tá suave porque dá pra ver que não tá... Foi mal aí pelo meu irmão, tá ligado???— falou sem graça.

Ayla: Você não precisa se desculpar Kako.— encarei ele.— Na verdade eu que preciso te agradecer, né?? Se não fosse você talvez eu estaria morta agora, então, muito obrigada!

Kako: Não precisa me agradecer por nada não, tendeu?? Tu salvou a vida da minha vó e também salvou a vida do meu irmão. Independente de quem você é no bagulho e da parada que você fez, não seria justo te deixar morrer, tá ligado??— assenti.

Xxx: Com licença.— um senhor entrou no quarto.— Senhorita???— me encarou.

Ayla: Ayla!

Xxx: Prazer Ayla. Eu sou o doutor Ricardo e estou acompanhando o seu quadro clínico desde ontem quando você deu entrada na emergência.— assenti.— Como você está se sentindo agora?

Ayla: Apesar das dores no corpo e na cabeça, eu estou bem.— sorri sem mostrar os dentes.

Xxx: Você já foi medicada, certo?— concordei.— Estávamos aguardando você acordar para realizarmos novos exames, principalmente uma nova tomografia de crânio.— me encarou.— Seu quadro é estável Ayla, e a única coisa que me preocupa no momento é o ferimento que você sofreu na cabeça e também o fato que você ficou muitas horas desacordada.— assenti.— Vou solicitar novos exames e vou te manter em observação por enquanto, ok?— concordei.— Qualquer coisa é só você chamar às enfermeiras.

Ayla: Obrigada doutor!— sorrir simpática e ele saiu do quarto.

Kako: Tem um pessoal aí fora querendo te ver.— me encarou.

Ayla: Quem?— falei curiosa.

Kako: Vou chamar pô.— concordei.

Ele saiu do quarto e em seguida voltou e junto com ele estava a Dani, a mãe dela e também a sua avó.

Juro que eu fiquei super surpresa, eu não estava esperando receber nenhum tipo de visita, muito menos delas né??

Daniella: Mana do céu... Que susto você deu na gente!— me encarou.— Achei que tu tinha morrido cara... Quando o Kako me ligou, fiquei desesperada!

Me impressionei pela forma como a Dani falou, eu imaginei que ela estaria com raiva de mim, sabe? Por tudo que aconteceu.

Ayla: Foi só um susto.— falei toda sem graça.

Fátima: Não foi só um susto não menina.— ela me encarou.— Foi o meu neto que quase te matou de tanto te bater... Que vergonha falar isso, meu Deus!— colocou a mão no rosto e balançou a cabeça.

Márcia: Você está melhor??— concordei.— Desculpas pelo meu sobrinho.— falou sem graça.

Ayla: Vocês não precisam me pedir desculpas por nada gente.— encarei elas.— Infelizmente o que aconteceu foi uma consequência do meu trabalho e eu sempre soube dos riscos.— suspirei.— Na verdade eu que devo desculpas à vocês, porque o que eu fiz também atinge vocês diretamente.

Fátima: Você só estava fazendo o seu trabalho minha filha, não tem o porque de você se desculpar com a gente.— me encarou.— Os meus netos escolheram seguir os mesmos passos do pai deles, e assim como você entende, eles também tem que aprender e saber a arcar com às consequências da vida que eles escolheram.— ela encarou o Kako que concordou.

Xxx: Com licença, desculpa atrapalhar. É que eu vim buscar a paciente para realizarmos novos exames.— entrou no quarto.

Márcia: Imagina, já estamos de saída... Melhoras tá... Não sei como te chamar agora.— me encarou sem graça.

Ayla: Ayla, meu nome verdadeiro é Ayla.

Fátima: Se você precisar de alguma coisa é só falar com o Kako, tá?— concordei.

Ayla: Obrigado pela visita.— sorrir sem mostrar os dentes.

Márcia: Vamos filha?— encarou a Dani.

Daniella: Pode ir mãe, eu vou ficar aqui com ela.

Elas concordaram, se despediram de mim, da Dani e do Kako e saíram do quarto.

Kako: Vou precisar meter o pé também pra resolver uns bagulhos, tá ligado?? Qualquer bagulho tu me aciona Dani.— ela concordou.

Xxx: Podemos ir agora Ayla?— assenti.

A enfermeira e a Dani me ajudaram a descer da cama, e também me ajudaram a sentar na cadeira de rodas.

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