Amanda Vieira.
Eu tinha chegado em casa fazia algumas horas e ainda estava tentando processar tudo que tinha acontecido comigo nas últimas horas.
Eu sempre soube os riscos da minha profissão porém eu nunca tinha passado por nada parecido durante toda a minha carreira dentro da polícia.
Pela primeira vez na minha vida, fiquei rendida na mão de traficantes e senti o gosto amargo da morte. E eu assumo que é horrível!!!! Não desejo esse gostinho nem para o meu pior inimigo.
Confesso que tudo isso mexeu muito comigo, estou muito abalada e também traumatizada.
Agora eu entendo a Ayla e consigo compreender o que ela passou enquanto foi mantida refém na mão daqueles bandidos. Não é nada fácil lidar com essa situação e o pós é terrível, você se sente vigiada o tempo inteiro.Eu fiquei tão apavorada com tudo que aconteceu, que não consegui vim pra casa sozinha, tive que pedir para um dos meus colegas de trabalho me trazer.
Ainda bem que a delegada me liberou e não quis nem ouvir o meu depoimento hoje. Eu não estava nem um pouco afim de falar sobre o que tinha acontecido, só queria mesmo tomar um banho bem demorado e colocar minha cabeça no meu travesseiro.
Eu vi a morte de perto por diversas vezes nessas últimas vinte e quatro horas. Por diversas vezes achei que iria morrer, desde do momento que me vi sozinha dentro daquele beco, até a hora que os bandidos abandonarem a gente no meio daquela estrada totalmente deserta.
Quando eles pararam o carro depois de dirigirem durante horas e, nos tiraram de dentro do porta malas do carro, imaginei que ali seria o meu último suspiro de vida.
Mas me enganei, eles simplesmente largaram a gente no meio daquela estrada e foram embora em alta velocidade cantando pneu.
Eu fiquei muito apavorada enquanto estava dentro daquele carro e também senti muito medo, muito mesmo.
Os meus olhos ficaram vendados o tempo inteiro, minha boca estava com uma fita e minhas mãos e pés estavam amarrados.Essa sensação de estar presa era horrível e o pior de tudo era ouvir somente o barulho que os bandidos faziam enquanto conversavam, o barulho do motor do carro e a minha respiração e da delegada que era totalmente acelerada e ofegante.
Por volta de uns vinte minutos depois de sermos largadas naquela estrada, escutamos um barulho alto de sirene e várias viaturas chegaram no local que estávamos.
Naquele momento senti um grande alívio dentro de mim e agradeci muito a Deus por estar viva, por ele ter me dado uma segunda chance.
Quando os policias tiraram a venda dos meus olhos e me desamarram, me desabei em chorar igual criança e corri para abraçar a delegada Viviane.
Se eu estava viva também era graças a ela, que não desistiu de mim e escolheu colocar a própria vida em risco pra me salvar.Graças a Deus esse pesadelo já passou, tudo que eu quero agora é só esquecer o que aconteceu e seguir em frente...
Eu estava deitada na minha cama porém até agora não tinha conseguido pregar os olhos, resolvi pegar o meu celular pra mexer um pouco e ele estava descarregado. Eu nem se quer lembrei de colocá-lo pra carregar quando cheguei em casa. Estava com a cabeça a mil.
Coloquei ele no carregador e quando o mesmo ligou, chegou várias notificações ao mesmo tempo e várias delas eram mensagens e ligações perdidas da Ayla.
Com tudo que aconteceu nas últimas horas, acabei esquecendo completamente da minha amiga. Coitada... ela deve estar maluca de preocupação uma hora dessas.
Ia retornar a ligação pra ela mas o nome da delegada brilhou na tela. Ela estava me ligando.Ligação.
Amanda: Oi tia, tudo bem?
Viviane: Desculpa te incomodar Amanda. Sei que às últimas horas não foram fáceis pra você.— suspirou.— Mas é urgente.— disse aflita.
Amanda: Aconteceu algo?
Viviane: Você tem notícias da Ayla? Estou tentando falar com ela e ela não me atende.
Amanda: Ela me mandou mensagem e me ligou ontem a tarde... Mas estávamos em operação.
Viviane: Eu acho que aconteceu alguma coisa com ela Amanda.— disse aflita.— Recebi informações que ela saiu de casa ontem no final do dia e até agora não voltou.
Amanda: Tia.— respirei fundo.— A senhora colocou alguém pra vigiar a Ayla???
Viviane: Não Amanda. Claro que não. Ficou doida??? Olha... Vou ter que desligar. Se a Ayla entrar em contato com você, me avisa.
Amanda: Ok tia. Pode deixar.— ela desligou.Eu tenho certeza absoluta que a dona Viviane colocou alguém pra vigiar os passos da Ayla e até tenho minhas dúvidas de quem seja essa pessoa. Minha amiga precisa saber disso e com urgência!
Agora estou preocupada com ela, onde ela se enfiou desde ontem??? Será que ela se meteu dentro da Rocinha de novo? Não acredito nisso não. A Ayla só pode está ficando maluca da cabeça.
Liguei pra ela e caiu direto na caixa postal. Resolvi buscar o iPhone dela, igual fiz da última vez e bingo!!! Sua última localização era dentro do morro da Rocinha. O que essa maluca foi fazer lá??? Eu vou matar a Ayla, sério!
Entrei no Instagram dela e procurei o perfil da tal Daniella, prima do Maycon. Achei e mandei uma mensagem no direct. Preciso falar com a Ayla com urgência e essa foi a única maneira que encontrei. Ela precisa saber que a mãe dela está vigiando ela e está atrás dela.
Direct, Instagram.
Amanda: Oi, tudo bem? Sou amiga da Ayla e preciso falar com ela urgente!!! Pede pra ela entrar em contato comigo por favor. A mãe dela está atrás dela.-
-META:
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PROIBIDO PRA MIM - EM ANDAMENTO.
FanficSe amar você for crime, qual será minha sentença?