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Viviane Velasquez.

Já se passava das onze horas da noite e eu estava andando na minha sala de um lado pro outro, enquanto aguardava uma retorno do Fernandes.

Não vejo a hora de descobrir a localização da Ayla, e assim acabar com essas dúvidas que estão passando pela minha cabeça.

Eu tenho certeza que algo está acontecendo com ela mas ainda sim uma parte dentro de mim, tenta me dizer que é apenas algo da minha mente.

Os últimos meses não foram nada fáceis pra gente, principalmente pra ela e sinto que desde que ela voltou daquela infiltração, mudou completamente.

Confesso que me arrependo muito de ter deixado ela participar daquela infiltração. Eu devia ter batido o pé e falado que não, sabe?? Mas ela insistiu tanto e eu sabia que ela tinha capacidade. E ela realmente concluiu a missão.

Eu só não imaginava que isso iria mexer tanto com a minha filha. Até hoje eu não sei o que aconteceu ao certo naquele lugar enquanto ela esteve lá. A Ayla nunca quis falar sobre o assunto e eu sinto que ela me esconde algo.

Tudo que ela contou em seu depoimento, foi o básico. Ela só contou mesmo o que a gente precisava saber, mas não falou nada sobre às pessoas que ela teve contato ou se aproximou enquanto se passava por Maya.

Confesso que eu fico um pouco preocupada com isso. Minha filha é muito profissional porém ela também é muito coração e também se apega fácil às pessoas... Fico com medo dela ter misturado às coisas e se aproximado demais de qualquer pessoa daquele lugar.

Estava sentada no sofá tomando uma taça de vinho, enquanto prestava atenção na reportagem que passava no jornal.

Em todos os canais estavam falando sobre a invasão de ontem, e também sobre eu e Amanda termos sido mantidas como reféns por horas pelos bandidos da Rocinha.

Meu celular começou a tocar em cima da mesa de centro, e o nome do Fernandes brilhou na tela.

Ligação.
Fernandes: Consegui a localização do aparelho Delegada.
Viviane: E qual é a localização? Fala logo de uma vez!
Fernandes: Morro da Rocinha.
Viviane: Quê?????? Morro da Rocinha?— respondi abismada.— Como assim Morro da Rocinha Fernandes? Você puxou essa localização direito? Alguma coisa deve está errada! Não é possível isso.
Fernandes: Não tem erro delegada.— falou sério.— Fiz a busca por satélite em tempo real. O aparelho telefônico está dentro do morro da Rocinha. Vou te encaminhar uma foto do mapa onde mostra a localização.
Viviane: Ok.— desliguei.

Não é possível... Não pode ser!
Como assim a localização do celular da Ayla está dando dentro do morro da Rocinha??? Isso significa que ela está lá também!??? Não... Isso não faz sentido!

Ela não está na casa da amiga dela? Falei com ela faz só algumas horas. Não, não pode ser! Alguma coisa está errada.

Encarei a foto que o Fernandes tinha acabado de me enviar e fiquei totalmente sem reação!!!

Realmente constava que o celular da Ayla estava localizado dentro da favela da Rocinha.

Isso não está fazendo sentindo pra mim, não está fazendo sentindo na minha cabeça. O que a Ayla estaria fazendo dentro daquele lugar???? Isso não tem lógica! Ainda mais depois de tudo que aconteceu.

Todo mundo dentro daquela favela já sabe quem a Ayla é de verdade, sabe que ela é policial, inclusive o próprio Maycon sabe disso. Isso não faz sentido! Eles matariam ela sem sombra de dúvidas. Sem nem pensar duas vezes.

Um milhão de pensamentos está passando pela minha cabeça agora. Estou perdida, não sei o que fazer!

Por um lado estou tentando acreditar que isso não passa apenas de um engano, mas por outro lado estou pensando no pior e diversas situações.

Minha filha saiu de casa ontem, igual uma maluca, não deu sinal de vida e hoje me aparece na casa de uma amiga desconhecida que eu nunca nem se quer ouvir falar antes... Isso está muito estranho! E essa amiga dela não mora em São Conrado? Foi isso que ela me falou uma vez.

Eu já estava desconfiada que a Ayla estava escondendo alguma coisa de mim, agora tenho absoluta certeza!!!

Falei com ela algumas horas atrás por ligação e ela estava tranquila, não me passou nenhum sinal de estranheza, coisa que ela faria caso estivesse em uma situação de perigo. Minha filha é esperta, por isso eu acredito que não tem nada de errado acontecendo contra ela.

Mas o quê estaria acontecendo de verdade então???? Será que essa tal amiga mora na Rocinha? E por isso ela não quis me contar nada?

Calma... Só pode ser isso, a Ayla fez amizade com essa garota enquanto estava infiltrada naquele lugar. Eu não duvido nada que algo assim tenha acontecido. Como eu disse, a Ayla é muito coração e se apega fácil às pessoas.

Mas como ela conseguiu entrar na Rocinha??? Temos uma força tarefa instalada na entrada daquele lugar e além de ninguém conseguir passar sem ser visto, todo mundo conhece a Ayla, ela não passaria despercebida.

Apesar que a Ayla conhece todas às outras estradas daquela favela, ela estudou muito bem aquele lugar antes de se infiltrar.

Estou muito confusa, não sei o que pensar. Minha cabeça está muito perturbada... Não sei nem qual atitude tomar agora.

Só sei que preciso tirar isso a limpo de alguma forma. Preciso entender e também esclarecer o que está acontecendo de verdade com a minha filha.

Resolvi ligar pra ela mais uma vez, só pra confirmar que ela está com o celular dela mesmo.

Porque na minha cabeça de mãe, ainda passa a possibilidade que isso pode ser apenas um engano, que ela pode ter sido roubada por aí e por isso o celular dela foi parar dentro daquela favela.

Falei com ela por ligação eram cinco horas da tarde, agora já são onze da noite... Muita coisa pode ter acontecido nesse meio tempo.

Ligação.
Ayla: Oi mãe, aconteceu algo?— atendeu no segundo toque.
Viviane: O que você está fazendo no morro da Rocinha Ayla?— ela ficou em silêncio por uns segundos.
Ayla: Como assim mãe? Do que a senhora está falando?— percebi o tom de nervosismo na sua voz.
Viviane: Responde o que eu te perguntei Ayla!— falei séria.— O quê você está fazendo na Rocinha????
Ayla: Mãe, a senhora ficou maluca?????? Que maluquicesse é essa? Da onde você tirou isso?
Viviane: Eu rastreei seu celular Ayla.— a linha ficou muda.

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