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Ayla Velasquez 👮🏻‍♀️

Rocinha, Rio de Janeiro.
14 de fevereiro, de 2025.

Xxx: É aqui mesmo moça?— me encarou pelo retrovisor.

Ayla: É sim...— sorrir sem ânimo.

Ele estacionou o carro na avenida principal, que dava acesso à entrada do morro e naquele momento eu percebi que à minha escolha não tinha mais volta...

Desci do carro e senti um frio enorme na barriga e também um calafrio na espinha. Acho que eram minhas emoções dando sinais, eu sentia uma mistura de nervosismo, medo e ansiedade, tudo junto sabe??

O motorista me ajudou a tirar às malas do carro, paguei a corrida e atravessei até o outro lado da rua, onde tinham vários comércios e até um banco.

Como uma boa observadora e também uma policial com instinto investigativo, pude notar os possíveis fogueteiros em cima das lajes na entrada e a maioria eram crianças, se eles tinham mais de quinze anos eram muito. E também alguns garotos, esses já mais velhos por volta de uns vinte anos, todos parados nas esquinas observando o movimento, com certeza com às suas armas escondidas dentro da roupa.

A entrada do morro era muito movimentada, na verdade era surreal, tinha um movimentação imensa de pedestres, carros e vários moto táxis, subindo e descendo a favela e era um barulho que parecia até uma feira, muita gente gritando.

Fiquei impressionada também com à quantidade de comércios, tinha de tudo que você possa imaginar, realmente a Rocinha é uma cidade!

Xxx: Ohh garota!— encarei o rapaz.— Quer ajuda aí?— apontou para às minhas malas.

Encarei ele, e o mesmo não parecia ser envolvido no movimento.

Ayla: Preciso chegar nesse endereço.— mostrei o papel pra ele.— Você conhece?

Xxx: É na parte alta da favela pô, tu vai ter que pegar um táxi por causa das malas aí, tá ligado?— assenti.

Ayla: E aonde eu pego?

Xxx: Ali tem um ponto.— apontou.

Ayla: Obrigada.— sorrir simpática.

Xxx: É nós pô. Se precisar tamo aí!

Ayla: Valeu!

Fui até o ponto de táxi, mostrei o endereço para o motorista e ele me cobrou quinze reais até o local. Pelo o que eu entendi, esses táxis são autorizados à circular dentro da favela, já que são moradores do morro.

Ele me ajudou a guardar às malas dentro do carro, e eu entrei em seguida. Abri o vidro e enquanto ele dirigia, fiquei observando tudo admirada igual uma criança.

Xxx: Veio visitar alguém da sua família minha jovem?

Ayla: Não, não... Sou moradora nova.

Xxx: Seja bem vinda então...?

Ayla: Maya.

Xxx: Prazer Maya, eu sou o Antônio. Se precisar de um táxi, esse aqui é o meu cartão.— me entregou.

Ayla: Aí, obrigada! Pode deixar que se eu precisar vou chamar o senhor sim.— ele sorriu.

De dentro do carro avistei a primeira barricada no meio da rua, tinha várias madeiras que impediam a passagem e também vários homens fortemente armados dos dois lados da rua.

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