A Outra Malfoy - Harry Potter

31. Torneio Tribruxo

No trem, passo tanto tempo obcecada lendo a matéria do profeta diário sobre o ataque ao final da Copa de Quadribol que mal noto quando Wendy se senta ao meu lado e me abraça por trás. Ela diz coisas como "Sentia sua falta" ou "Quais as novidades?". Tento respondê-la para que não me pergunte no que estou pensando. Ela era ótima em ler as pessoas, principalmente se tratando de problemas. Não é que eu queira esconder algo de Burke, simplesmente não me sinto pronta para dizer em voz alta que meu pai pode ser um Comensal.

De todos os retornos a Hogwarts que fui capaz de presenciar, talvez o desse ano seja o mais emocionante. Antes que chegássemos nos nossos próprios dormitórios, alguns alunos ficam para ver carruagens voadoras e barcos se aproximando do castelo. Nós teríamos visitas.

— Torneio Tribruxo. — explica Tory ao ver meu rosto confuso.

— Torneio Tribruxo?

Não tinha ideia que teríamos um torneio esse ano em Hogwarts. Talvez eu estivesse distraída demais ou muito tempo trancada no quarto para ler os noticiários. Isso vai dar o que falar.

— Você vai ver. — diz ela.

Quando a carruagem pousa no gramado do lado de fora do castelo, Hagrid já está pronto o suficiente para correr e não ser atingido, visto que ele era uma pessoa bastante alta e poderia ser facilmente empurrado.

— Tá aí algo que não se vê todo dia. — diz Jorge.

No salão, Dumbledore começa breves explicações sobre a novidade deste ano após, claro, seu discurso de boas-vindas. Hogwarts foi escolhida para sediar um evento lendário: o Torneio Tribruxo. Um torneio que reúne três escolas diferentes, um participante de cada escola.

— Essas competições, — Dumbledore continua — não são para covardes. Mas, nós falaremos disso depois. Dêem as boas-vindas às moças da Academia de Magia Beauxbatons.

Moças jovens, bonitas e bem vestidas com a cor azul entram pelo salão com uma apresentação um tanto romântica demais. Movimentos delicados e majestosos, ao contrário de sua diretora, que parecia ter quase 3 metros de altura. Todos aplaudem, claro.

— Parece emocionante, né? — Tory diz — Minha tia já foi de lá quando era jovem, dizem que é uma das escolas mais rígidas para garotas. De qualquer forma, vou torcer para que uma delas ganhe o torneio.

— Você deve torcer pela sua escola. — insisto — Se quem for sorteado não seja incompetente o suficiente, claro.

— Talvez. — diz ela — Talvez eu torça pelos dois.

— Isso não existe.

Mas a conversa parecia estranha, uma voz estava faltando.

— Barb?

Claro que Bárbara estava distraída demais olhando para Michael Abbott, seu novo namorado insuportável. Tudo bem, posso estar sendo um pouco ciumenta demais, talvez. Só um pouco. Michael era realmente bonito, com a pele um pouco mais bronzeada que a minha, olhos castanhos e cabelo caramelo. Mas não é porque alguém é bonito que signifique que essa pessoa vale a pena.

— E agora, vamos receber a delegação de Durmstrang.

Jovens com vestes de tom marrom escuro entram pelo salão, fazendo um barulho estranho ao bater as próprias bengalas no chão. Era como se fosse uma apresentação ensaiada. Esse pensamento me faz rir por um momento.

— Gostei. Talvez eu também torça para eles.

— Você não pode torcer para todo mundo, Tory. — replico, mas ela ignora.

Dumbledore explica sobre as três tarefas perigosas do torneio. Parece que Grifnória é a única mesa que se anima com a palavra "perigo" "arriscado" e "coragem".