38. A máscara caiu

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São dez da manhã de um sábado. Os sinais me remetem que vai ser um dia incrível, tudo estava correndo corretamente como planejado. Organizei tudo para que nada pudesse dar errado no meu plano de vingança. Não tive nenhuma crise de alergia hoje, acordei disposta e minha pele parecia até mais brilhante.

— Mais de cinco dúzias de jornais? — exclamo quando Burke pega o caixote — Você é incrível, já te falei isso?

— Talvez umas mil vezes. — ela brinca, mas muda de humor em um instante — Diana, você é uma pessoa terrível.

Folheio meus dedos pelas páginas, lendo cada detalhe, cada vírgula e sorrindo a cada parágrafo.

— Porque vou arruinar a reputação de Abott ou porque não me sinto arrependida?

— Os dois — Wendy cruza os braços — Mas você está certa, é a coisa justa a se fazer.

Dou um suspiro quando olho Wendy com seu rabo de cavalo e uniforme amarelo.

— Lufanos, sempre com seu senso de justiça  — digo — A vingança sempre resolve tudo, essa é a verdade.

— É claro que não, há outras formas para isso.

— Como uma boa conversa? — debocho.

— Talvez — ela responde indiferente.

Mas nós duas concordamos em discordar algumas vezes, e essa era uma das vezes.

— Quer vir comigo?

Wendy sinaliza que não com a cabeça.

— Muitas coisas para resolver, tenho prova de Adivinhação.

— Boa sorte para você.

O salão principal estava cheio hoje. O que é perfeito. Quando vou até a mesa da Grifnória não só recebo olhares dos meus colegas quanto também de outros grifnórios.

— Me ajuda? — olho para os gêmeos. Fred tosse. — Preciso entregar esses jornais. Ordens de Snape.

— De quanto dinheiro estamos falando?

— Hm... Minha boa vontade já basta. Sou uma ótima companheira.

— Três galeons. — o outro propõe, como se ignorasse o que eu tinha dito antes.

— Por jornal? — exclamo — Inacreditável.

— Não por jornal. A menos que queira...

Procuro no meu bolso esquerdo algum vestígio de moeda. Felizmente, consigo achar 5 galeons, então dou a eles para dividirem entre si. Jorge coloca um pirulito na boca e pega o dinheiro, diz para Fred que iria guardar.

Fred, que estava distraído demais lendo uma cópia do jornal, olha para mim com um sorriso malicioso. Uma expressão misturada com entusiasmo e choque.

— Você ficou louca — ele conclui. — Duvido que Snape pediu para entregar isso.

— Deixe eu ver. — Jorge pega o jornal, e faz a mesma expressão que seu irmão gêmeo.

Na capa, tinha uma foto em que o próprio Colin Creevey tinha tirado, conforme eu pedi, no jornal estava escrito:

"DISCRIMINAÇÃO EM HOGWARTS: Sangues-Ruins ou Mestiços?

Na última tarde de segunda-feira, foi-se visto um dos alunos do Quarto Ano da Corvinal, mais precisamente, Michael John Abott, discriminando diretamente uma das alunas mestiças da Sonserina. De acordo com o jovem: "Uma vez Sangue-Ruim, sempre Sangue-Ruim". A questão é, como chegamos a isso?

A Outra Malfoy - Harry PotterOnde histórias criam vida. Descubra agora