32. Potter stinks

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Por um momento, o Salão fica em silêncio total. Dava-se até para escutar os passos de Harry até Dumbledore. O garoto parecia tão confuso quanto qualquer um. E é aí que os burburinhos começam.

— Ele não é menor de idade?

— Ele trapaceou!

— Ele ainda tem menos de 17 anos!

— Ele pediu para alguém colocar o nome dele no Cálice, aposto

— Por que justo ele?

— Como ele conseguiu?

A maioria eram comentários maldosos e julgadores. Sinto vergonha por Harry com os dedos, as acusações. É hipocrisia da minha parte, pois sempre faço essas coisas (senão pior), difamação, implicância, vingança. Mas eu posso fazer isso, tenho direitos. Eles não têm motivo para falar mal de Potter.

— Vamos comigo, Harry. Conversaremos junto com os outros participantes. — Dumbledore se dirige ao garoto, acompanhando os outros três bruxos escolhidos.

Perto dos outros bruxos, Potter parecia tão pequeno. Harry, o menino que perdeu os próprios pais, que sobreviveu, que continuava lutando todos os dias, que me odeia porque sou quem sou.

Somos convidados a nos retirar do Salão. De nada adiantaria permanecer por aqui, visto que a situação com o Cálice parece ser um tanto delicada.

Como as aulas de hoje foram adiadas, o que me resta era reorganizar meu guarda-roupa. Havia roupas dobradas por toda a cama, meias, suéteres. Insisto para ajudar às outras meninas a arrumarem suas gavetas, já que Tory é uma das mais desorganizadas daqui.

— O que acham que aconteceu? — Tory começa.

— Algo tão poderoso quanto o Cálice não pode fazer alguma confusão. — falo pensativamente enquanto guardo os vestidos — Deve ter um motivo para isso.

— Harry pode ter pedido para alguém colocar seu nome no Cálice.

Tory se deita na cama enquanto tenta colocar meias nos pés descalços.

— Não. Ele não faria isso.

— Como sabe?

— Porque — falo — eu o conheço o suficiente para saber que ele nunca arriscaria Hogwarts para colocar o nome dentro do cálice.

— Você está reparando demais em Harry. Gosta dele? — Tory ironiza

— Você está delirando? Que pergunta é essa, claro que não.

Tory dá de ombros e se afunda ainda mais na cama, dando ligeiramente de bruços. Bárbara prossegue escrevendo uma carta.

— Parece que tem uma obsessão secreta. — a morena diz.

Jogo as meias que eu estava segurando no chão, com raiva.

— Parem de dizer que tenho uma obsessão por ele porque não tenho! — desta vez, faço as duas olharem para mim — Não suporto a voz dele, não suporto seu cabelo escuro, não suporto nem seus olhos. Não aguento meu pai se metendo na minha vida e não vou aguentar vocês!

Deixo de lado as roupas, nada disso mais importava. Elas estão me irritando, tudo está me irritando profundamente.

— Tá bom. — Tory resmunga. — Como vai seu namorado, Bárbara?

Mas ninguém quer saber do namorado patético da Bárbara.

— Mike anda muito ocupado ultimamente. — ela explica, descontraída. — Mas me mandou cartas durante todo o verão.

A Outra Malfoy - Harry PotterOnde histórias criam vida. Descubra agora