17. Mansão Infeliz

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A CASA ESTAVA em silêncio. Um ar sombrio de vazio pela mansão enorme e escura, apesar de ainda serem duas da tarde. O único barulho que se escutava era dos elfos trabalhando para lá e para cá enquanto arrumavam a mesa de jantar.

— Estou morrendo de fome. — comento enquanto vejo os elfos trabalharem.

Ele estremece e diz que já posso me sentar na mesa. Pego alguns pratos e coloco nos lugares comuns em que nossa família sentava. Papai sempre sentava à esquerda de minha mãe e na ponta, enquanto eu ficava ao lado de minha mãe.

— Não precisa ajudar s-senhorita. — gagueja o elfo.

— Não me importo de arrumar os pratos. — digo, e o pequeno elfo relaxa os ombros.

Draco desce as escadas escuras com passos firmes, até segurar pelo corrimão e se sentar na própria cadeira. Narcisa estava logo atrás junto a Lucius, enquanto eles conversavam sobre algo que não era capaz de prestar atenção. Os dois se sentam, enquanto fixava meus olhos no papai.

Ele anda distante ultimamente. Era algo que estava acostumada, mas isso começava a me incomodar aos poucos. Cochichos para todos os lados com seus amigos e Narcisa, evitando conversar comigo.

"Vá dormir", ele dizia, apesar de ainda serem sete da noite. Ninguém dorme às sete da noite nas férias.

Ao contrário de Draco, eu não ficava o perseguindo para todos os lados e imitando os seus comportamentos. Tampouco conversava com minha mãe, que sempre defendia meu pai. Estava com raiva, mas não sabia explicar porque, ele não fez nada de errado que eu saiba. E se ele não gostar de mim?

— Você não vai comer?

Lucius vira a cabeça em minha direção, antes de dar dois passos para o outro corredor.

— Preciso resolver coisas no Ministério. — ele responde.

Me irrito e olho para minha mãe, que devolve em uma expressão carinhosa.

— Seu pai precisa trabalhar, querida.

O silêncio desconfortável na mesa de jantar era um incômodo para pessoas impertinentes. Pessoas impertinentes e arrogantes.

— Por quê? — retruco em voz alta, me levantando da cadeira. — A família não importa nada para você?

Os olhares perplexos dos elfos, de Narcisa, Draco, até mesmo Lucius estavam me deixando irada. Não estou errada, e eles sabem disso.

— Querida... — Narcisa suspira.

— Cala a boca. — Draco também se levanta da cadeira.

Lucius se aproxima em minha direção, com uma expressão fria

— Criança insolente, abaixa esse tom de voz.

Ignoro sua ameaça e deixo a mesa para trás, para ficar cara-a-cara com Lucius.

— Você nem se importa com seus filhos! — falo alto e ergo mais a minha cabeça. — Só liga para essa droga de Ministério, seja lá Merlin que você anda fazendo.

O elfo que estava montando a mesa estremece ainda mais, enquanto os outros abaixam a cabeça envergonhados.

— Estou honrando o nome de nossa família.— diz Lucius, com rispidez. — Ao contrário de você, que só traz desgraça.

Minha respiração fica pausada por um momento. Fico perplexa demais com o peso das palavras que ele acabou de dizer. Meu olho começa a arder, enojada de tanta falta de empatia.

Ele se aproxima um pouco mais. Meu coração acelera.

— Tenha um pouco mais de gratidão...

— Já chega, Lucius! — Narcisa se levanta batendo a mão na mesa.

— Não, Narcisa. — Desta vez, ele altera seu tom de voz absurdamente alto. — Deixe a garota continuar com a rebeldia, vamos ver até onde ela chega.

— Não sou como Draco, — Aponto para meu irmão, sem tirar os olhos de Lucius. — que fica idolatrando você. Nem se importa com a gente, só com poder e dinheiro.

— Draco, ao contrário de você, não me traz vergonha!

Todos nós ficamos em silêncio. Minhas lágrimas nos olhos começam a cair, não de tristeza, lágrimas de ódio. Abaixo a cabeça desta vez, soluçando o suficiente para ter medo. Ele apenas dá meia volta e anuncia que está saindo. Mamãe tenta chegar perto de mim, mas recuo.

— Não estou mais com fome.

Mas era mentira. Prefiro passar fome do que continuar nessa mesa como se nada tivesse acontecido.

A volta às aulas era amanhã e não consegui arrumar minhas malas. Ao invés disso, quebrei o vaso de flores do meu quarto na porta tomada por raiva. Ao acordar na manhã seguinte, acordo com minha mala pronta. Provavelmente um elfo chamado Grent, arrumou tudo. Normalmente o elfo Dobby era encarregado disso, mas conseguiu ser libertado do trabalho no ano passado.

— Se cuide. — Narcisa diz, ao me dar um abraço.

Apenas os gêmeos Malfoy e sua mãe de cabelos escuros iluminados na estação de trem. Uma cena do começo de um livro de mistério ou até mesmo de terror, considerando a interação forçada com cada um de nós. O clima não estava dos melhores, com certeza.

— Tchau.

Me aproximo na ponta dos pés e dou um beijo na testa da minha mãe. Ela abre um sorriso e me dá mais um beijo no rosto.

— Amo vocês. — ela diz.

— Até logo. — Draco responde, com um tom de voz sem emoção.

Nós entramos no trem, faltava pouco para estar prestes a partir. Uma figura alta de suéter aparece na minha frente, e eu a reconheço imediatamente.

— Boa tarde, Weasley.

Demorei de postar capítulo hehehe mas tá aí 😝

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Demorei de postar capítulo hehehe mas tá aí 😝

Antes de tudo, queria avisar que se você estiver gostando, ajudar votando no capítulo.

Obs: se vc odiar a Malfoy nesta história, eu entendo você KKKKKK, prometo que ela vai mudar (ou não)❤️

A Outra Malfoy - Harry PotterOnde histórias criam vida. Descubra agora