45. Armada de Dumbledore

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— Isso é ridículo!

Fico andando pelo quarto para lá e para cá, parecendo uma neurótica. Talvez eu esteja me deixando levar muito pelas emoções negativas, mas quando se tratava de Dolores Umbridge, tudo que parecia exagero era completamente compreensível.

Meu cabelo estava amarrado com um coque, segurado pela minha varinha. Eu estava com uma blusa de manga azul clara e uma calça escura. Tory, sentada de pernas cruzadas sobre a cama com seu uniforme da Sonserina um pouco desorganizado parecia quase relaxada, exceto por seus olhos claros intensos.

— Absurdo é pouco — ela murmura — Essa mulher devia ser punida por.... Por... — Tory fica um tempo fixando seu olhar no teto, tentando procurar um motivo. Mas falha — Melaine?

— A risada dela é horrorosa — Melaine completa, jogando de lado seu cabelo preto — E o perfume dela faz a minha rinite piorar.

Por mais trivial que sejam os motivos que minhas colegas de quarto encontraram para odiar Umbridge, sinto que não parece suficiente apenas falar mal. É como se Hogwarts inteira fosse apenas um cômodo, com o controle de uma alma deplorável e inferior que, por algum acaso, tinha a mente perversa em achar que o comando do Ministério da Magia era superior. Superior a qualquer diretor, principalmente Dumbledore? Não era.

Os dias passam como uma tortura a partir daí. Fred e Jorge foram punidos por usarem magia de fogos de artifício no pátio, namorados proibidos de demonstrarem afeto em público, e uma garota da Sonserina foi chamada atenção no meio do Salão por não estar com o uniforme devidamente apropriado.

Ninguém estava satisfeito com essas mudanças. Exceto Draco. O idiota do meu irmão estava passando tanto tempo querendo chamar atenção da nova perfeitíssima Alta Inquisitora que não fala mais de outra coisa.

— Nós estamos aprendendo a usar a magia de uma forma segura — disse Umbridge, em uma certa aula de DCAT, explicando um pouco sobre o que eram os exames NOMs — Senhorita Malfoy, poderia ler para mim o texto?

"Alunos irresponsáveis não podem usar magia sem a autorização de um superior ou superiora. Devem respeitar os mestres"

Ela fez de propósito. Por causa da minha detenção, minha cicatriz marcada na mão.

Naquela vez, nós tínhamos aula com a Lufa-Lufa. Lembro-me que me levantei da cadeira fixando meu olhar fulminante para Umbridge.

— Não.

Ela sorriu. Eu não sorri.

— Meu pai — eu continuei, hesitando com um certo desgosto na voz — é Lucius Malfoy. Ele trabalha no Ministério de Magia, como todos sabem — mantive meu olhar na professora, apesar de Wendy sussurrar um "O que você tá fazendo?" ao meu lado — Então como tenho esse sangue nas minhas veias, eu poderia simplesmente pedir para que ele acabe com toda essa sua aula... Patética.

Draco cobriu o rosto com os braços por algum motivo. Talvez tivesse raiva, remorso, vergonha de mim. Tanto faz.

— Ah, é? — ela me desafiou com um olhar, se divertindo ainda mais — E como pretende fazer isso? Lucius Malfoy está do lado do Ministério, minha querida.

Eu não tinha pensando nisso. Me senti envergonhada, Dolores tinha razão. Perdi mais uma vez para ela, e não poderei nunca me deixar levar assim, tão facilmente.

Essa situação já tinha passado há três dias, mas ainda consigo sentir a pressão das outras pessoas. Fiz quase cinco artigos junto com Wendy essa semana, mas todos eram sobre as novas ordens da Umbridge. Ela controlava até isso. Um dos artigos mencionava o meu nome.

A Outra Malfoy - Harry PotterOnde histórias criam vida. Descubra agora