Se Harry não estivesse tão focado olhando para Cho Chang na outra mesa, ele teria notado que eu estava bem atrás dele. Ele estava babando. Literalmente.
— Potter.
Ele se assusta com minha voz. Assim como Hermione e Ronald. Eles três devem estar se perguntando se sou louca por estar tão perto deles. Alguém que não me conhecesse diria que eu os perseguia.
— O que você quer, Malfoy? — Rony pergunta.
Ronald é uma pessoa extremamente leal aos seus amigos, o que é uma coisa boa geralmente. Mas não nesse caso, quando está cegamente defendendo alguém que não vale a pena. Harry Potter é uma pessoa tão insuportável e problemática quanto eu, e ele sabe disso, mas esconde seu lado negativo das pessoas que gosta. No entanto, sou um livro aberto. Parece que sou rígida e misteriosa, mas sou tão aberta de se ler ultimamente que até mesmo quem não me conhece saberia o que se passa na minha mente.
— Podemos conversar? — pergunto.
É Hermione quem responde dessa vez.
— Se você veio aqui para brigar, deixe Harry em paz e dê meia-volta.
Mas ignoro os dois, pois não era eles quem importavam. Estava esperando Harry ter alguma reação, ou nós iríamos ficar nesse impasse para sempre. Lembro a mim mesma que aquela era a única opção que tinha. Posso conseguir o que eu quero, não preciso ser tão fraca. Se acham que posso facilmente ser vencida por um baile e um par ruim, estão muito enganados. Um dia vou ser reconhecida por quem sou de verdade, e não vai ser um baile que vai estragar minha chance de me divertir pelo menos por uma noite.
— Já volto. — o garoto finalmente diz, olhando de relance para Hermione enquanto levanta.
Nós caminhamos até o outro corredor, até o caminho das masmorras. Seguindo reto por mais dois minutos eu facilmente encontraria o caminho até a Comunal da Wendy. Realmente me perco por várias partes deste castelo. Quando olho para Potter, só noto agora que ele está com o braço enfaixado e com arranhões no rosto. Não tenho ideia do que ele conseguiu fazer com aquele ovo dourado.
— O que foi?
Estava adiando o momento por tempo de mais. Uma hora ou outra tenho que fazer isso. Mais cedo estive ensaiando como eu falaria aquilo. Mas, com Potter me olhando daquele jeito desprezível, as palavras simplesmente perdem sentido para mim.
— Você não tem um par para o baile. — começo.
— Quem disse isso? — ele questiona.
— Digory disse.
— Então ele é um idiota.
É claro que ele irá negar. Típico Potter. É como diz o ditado, esconda as vulnerabilidades de seus inimigos. Lucius sempre me diz isso, então não sei se foi ele que inventou ou apenas ouviu falar. Mesmo que a coisa entre mim e Harry não seja algo tão intenso como, se eu realmente quisesse matá-lo. Porque não quero. Ele é simplesmente um garoto que não suporto nem me aproximar, se não for para fazê-lo se sentir mal. Quando eu era mais nova e imatura, a ideia de fazer Potter se machucar seriamente era como se fosse uma normalidade. Agora sei o quanto eu estava perdida quando pensei nesses absurdos.
Chuto meu pé e consigo fazer rolar uma pedrinha pelo chão do corredor silencioso. Aquela parte específica era um pouco escura demais.
— Você convidou alguém?
Harry para no meio do caminho. Forço olhar para ele, com sua expressão desconfiada. Era como se ele estivesse na retaguarda tentando se proteger. Mesmo que eu tenha certa vantagem, seu braço está meio ruim.

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A Outra Malfoy - Harry Potter
FantasíaDiana Grace Malfoy é a irmã gêmea de Draco. Ela nunca se encaixou na própria família e sempre foi julgada por ser uma Malfoy. Em uma tarde, com os seus 11 anos, a garota recebe uma carta para ir à Hogwarts. Apreensiva, e ao mesmo tempo animada, ela...