A Outra Malfoy - Harry Potter

43. A Vaca Rosa

"Notas ruins." O que Draco quis dizer com isso?

Hoje mais cedo meu irmão fez questão de se gabar pela facilidade na matéria que ele tem. Tivemos uma aula de feitiços hoje e, finalmente notei o quão prejudicada fiquei com essas férias de final de ano. Quero dizer, quem estuda nas férias?

Já não basta ter que tomar uma decisão muito importante e ainda preciso tomar cuidado para não tirar nota ruim no começo do semestre. Se feitiços não fosse absurdamente insuportável. Nada mudaria na minha vida acadêmica o que Prof. Flitwick acha ou deixa de achar.

Acho que tenho uma ideia. Na verdade, uma ajuda de uma pessoa.

Assim que acaba a aula, vou até o lado da Grifnória a procura de um cabelo ondulado castanho.

— Ei Granger, pode me ajudar com Feitiços?

Hermione, que antes não sabia se eu estava ou não falando com ela, se vira para mim.

— Feitiços, hein? — ela ergue uma das sobrancelhas, desconfiada — É um tipo de piada?

— Por que eu brincaria com isso?

— Você não é o tipo de pessoa que pede ajuda quando precisa — ela diz.

Os outros alunos estavam se retirando da sala enquanto eu ainda segurava a conversa com Granger. Rony não se importou em esperar a sua amiga e foi logo atrás de Dino por algum motivo. Harry, por outro lado, estava na porta olhando para nós duas.

— Isso é um sim?

Hermione procura não manter nenhum tipo de contato visual comigo, visto que isso era perda de tempo. Persistência é uma das minhas qualidades mais fortes, mesmo que meu olhar não seja tão aterrorizante, o cinza  irradia a ambição. Às vezes agradeço por ter sido selecionada para a Sonserina. Manipulação é algo muito útil.

Mas, de qualquer forma, Granger tem a liberdade de escolha para decidir.

— Droga Malfoy, vou me arrepender disso — ela suspira.

— "Dar uma chance a ela", foi isso que disse para Rony, não foi? — eu a provoco, usando as cartas que tenho na manga com meu convencimento.

— Duas da tarde na biblioteca. Não se atrase — ela diz rigidamente, sem se dar o trabalho de me olhar de volta enquanto se afasta.

E, apesar de tudo, me sinto mais animada. Isso já é um primeiro passo para uma mudança de conduta, imagino.

Se passaram algumas horas, já eram quase duas da tarde. Quando entrei na biblioteca, o silêncio quase se tornou opressivo. O lugar estava repleto de estantes cheias de livros e mesas com alunos concentrados em suas tarefas. Ao olhar em volta, encontrei Harry sentado sozinho a uma mesa, folheando um livro sem muito foco. Ele parecia estar esperando alguém.

— Você aqui? — brinquei, me aproximando dele — Pensei que você estivesse muito ocupado salvando o mundo.

Ele levantou a cabeça, surpreso, mas logo um sorriso divertido surgiu em seu rosto.

— Não exatamente. Estou esperando Hermione trazer algo que preciso.

— Ah, então você não está aqui por causa da sua "intensa" dedicação aos estudos? — provoco, inclinando-me um pouco para mais perto.

— Não, estou apenas matando tempo até ela aparecer — Harry responde, com um tom de desdém — E você? O que está fazendo aqui? Esperando um milagre?

— Estou aqui para estudar. Ou pelo menos, tentar — me sento na cadeira — Mas não que eu precise da sua ajuda.

— Isso seria um choque, considerando quem você é — Harry dá um sorriso implicante — Pensava que você só se importava em ser a melhor da sala.