A Outra Malfoy - Harry Potter

36. A dança

Acordo na manhã seguinte espirrando bastante. Culpo Elliot, meu gato de estimação. Fico um tempo olhando para ele, que estava se enroscando entre os meus pés.

— Fique longe de mim — dou um espirro — Se tivesse me avisado que soltava tanto pelo, te deixaria em casa.

Já ouvi trouxas dizerem que gatos pretos dão azar e, por um lado, preciso concordar. Meu gato não está me dando muita sorte ultimamente. Encontrei Bárbara bem na porta do seu novo quarto hoje. Não disse uma palavra, e não me sinto arrependida.

Tiro Elliot quando ele tenta subir na minha cama. Dou um pouco de comida e abro a porta do quarto para ele poder se sentir livre um pouco pois estava já agoniado.

Às onze horas, peço para Wendy me deixar de fora da narração dessa vez. Falei com ela de manhã cedo sobre isso. E outra que não há jogos de Quadribol durante o torneio. Apenas treinos e mais treinos, nem fazia sentido, pois ninguém assistiria.

Na hora do almoço eu não tinha opções com quem sentar. As mesas de Hogwarts são divididas por casas e não é novidade se dizer que não tenho um bom relacionamento com ninguém da minha casa. Muito menos meu irmão, que até insistiu para os próprios amigos se afastarem de mim.

— Você é um idiota. — digo para ele — É um babaca idiota egocêntrico e espero que você mude a continuar agindo desse jeito.

— Cansei de te dar satisfação. — Draco responde com nojo — E não desconte sua raiva em mim. Ninguém tem culpa se a sua amiguinha sangue-ruim brigou com você.

Aposto que esse murmurinho passou pela Comunal da Sonserina inteira. Era um pouco escandaloso na verdade. E ainda sou a vilã, pois "menti sobre o perfeito namorado da Willer por puro ciúme", me poupe Emília Bulstrode.

— O que é isso? — pergunto quando Fred me entrega um frasco de vidro.

— É poção para alergia — ele explica enquanto Jorge ajeita a própria gravata — Já tem um par para o baile?

Viro tudo em um gole só. A poção era azeda e uma cor pigmentada que daria ânsia em qualquer um.

— Não — faço uma careta.

Os gêmeos compartilham olhares secretos entre si. Coisa de gêmeos.

— Está mentindo — eles falam de uma vez só.

— Estou? Então provem.

— É claro que todos já têm alguém a essa altura do campeonato. Ou vai ficar fazendo dever com o Filch? — Fred sorri.

Jorge ergue uma das sobrancelhas de brincadeira.

— Acho que ela prefere fazer dever com Filch.

Solto um suspiro impaciente.

— Eu tenho um par, mas isso não interessa a vocês. — respondo.

— O que tem demais em nos contar? — eles perguntam.

Cair nos joguinhos de Jorge e de Fred era como cair em uma armadilha bem manipulada. Eles querem me irritar sempre.

— Não estou com cabeça para isso — digo, e isso parece ser o suficiente para fazê-los se aquietarem.

Não sou muito de me deixar ser abalada pelas emoções, consigo facilmente contornar a situação e pensar racionalmente, como uma pessoa equilibrada faria. A mesma pessoa que passou a manhã inteira fazendo deveres adiantados das outras matérias. Se for para ser reconhecida, que seja pelo meu mérito e não pelo meu sangue.

— Malfoy.

Agora não, Potter.

— Tenho uma coisa... — ele continua.