8. Na Floreios e Borrões

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Meu pai estava acompanhando a mim e ao meu irmão para comprar o material escolar deste ano. Vários livros de Lockhart, apenas um livro de Miranda Goshawk. Bárbara disse que nunca tinha conhecido Gilderoy Lockhart quando olhou para a lista de materiais. Dá pra acreditar? O bruxo mais famoso, bonito e inteligente de todo o mundo! Não a culpo totalmente, sua mãe era trouxa.

Antes de irmos a qualquer lugar, fomos para alguma loja pois papai tinha alguns assuntos a tratar e, de acordo com ele, após isso iríamos terminar de comprar os livros que precisávamos.

A loja era muito excêntrica, minha vontade era explorar tudo, mas Draco faz isso primeiro, colocando a mão em alguns objetos estranhos na prateleira.

— Melhor você não... — eu começo com um sussurro, mas ele me ignora e continua mexendo nos objetos.

Papai lança um olhar severo para meu irmão.

— Não toque em nada, Draco.

O garoto me lança um olhar assustado, e eu retribuo com um sorriso. Bem feito.

Draco, que tinha esticado a mão na vitrine retruca para nosso pai.

— Pensei que ia me comprar um presente.

— Eu disse que ia lhe comprar uma vassoura de corrida. — diz ele, próximo ao balcão.

— Por que só para ele, papai? — resmungo. — Nós somos gêmeos, isto não é justo.

— Duas vassouras. — ele se corrige, e eu sorrio.

— Desde quando se interessa por quadribol? — pergunta o garoto. — Pelo que sei, você só é fascinada em coisas trouxas.

Coloco a mão sobre sua boca quase imediatamente

— Não escute ele, papai.

Mau humorado, ele tira a minha mão de sua boca.

— De que me serve uma vassoura se não faço parte do time da casa? — responde o menino, com a cara fechada.

Ele tem um ponto. Não posso negar isto.

— É verdade, — replico, fazendo nosso pai olhar para mim. — Harry Potter ganhou uma Nimbus 2000 no ano passado. Dumbledore fez de tudo para ele entrar no time. Ele nem é tão bom assim. Além de ser idolatrado pela escola inteira e por Dumbledore, adora ficar me azucrinando! Ano passado, na aula do Snape, falou que eu tinha explodido o caldeirão de propósito. Quase me lança uma azarada!

— Você já disse isso quinze vezes. — diz Lucius — E não é nada responsável de sua parte falar estas coisas desse tal Harry Potter, não quando todos acham ele o herói que fez Lorde das Trevas desaparecer... Ah, Senhor Borgin.

— Senhor Malfoy, que prazer revê-lo. — fala Sr. Borgin com seus cabelos untuosos como de costume  — Esses são seus dois jovens filhos? Encantadores. Como posso servi-los? Cá entre nós, posso te fazer um preço especial por...

— Não vim comprar nada hoje Sr Borgin, vim vender.

Não escuto mais o resto da conversa, pois estava interessada demais em ficar vagando e olhando a loja e olhando tudo o que tinha lá. Sem tocar em nada, é claro. Só ouvi uma ou duas partes em que meu pai disse algo sobre o Ministério de Magia e reação suspeita do Senhor Borgin quando meu pai disse sobre os objetos que teria para oferecer. Seja lá o que for, eu não acho que devo me importar muito.

Estava concentrada demais em olhar os detalhes daquela loja diferente. Havia um baú grande e parecia muito caro por ser uma relíquia da loja, antigo e clássico. Vou em direção ao baú, passo a mão entre os detalhes bronzeados sem que meu pai veja. Por alguns segundos deixo de estar fascinada pelo baú estranho no momento em que vejo Draco fixar seu olhar em um armário estranho e antigo. Parecia ter uma sombra, como se algo estivesse dentro do armário. Não parecia a sombra de um objeto. Talvez alguém...

A Outra Malfoy - Harry PotterOnde histórias criam vida. Descubra agora