A Outra Malfoy - Harry Potter

47. Entre Provocações e Confissões

— Então... Você não lembra de nada?

Hermione está na minha frente com os braços apoiados na mesa. Já está quase na hora do jantar e ainda persisti com uma enxaqueca desde que acordei. Granger está falando o quanto foi arriscado ontem a noite. Mas Fred e Jorge discordam, eles estão sentados em cima da mesa enquanto Gina faz uma piada com Dino sobre as apostas que os gêmeos o obrigaram a fazer enquanto estava inconsciente.

Nós, alguns membros da Armada, viemos para a Sala Precisa. Primeiro, começou com Jorge falando alguma coisa sobre delírios e álcool, o que me deixou ainda mais sem paciência. Então tive a ideia de me afastar e vir para cá estudar, me jogar de cara com os livros ou coisa do tipo. Mas não. De repente chegaram Hermione junto com Gina, que chamou Dino, que chamou Simas e chamou os gêmeos. Em um instante, minha paz acabou.

Pelo menos só os melhores estão aqui. Falo de Dino, porque ele é útil e me ajudou a montar o cartaz junto com Simas (ele teve uma briga séria com o Potter ultimamente, mas é claro que ele se recusou a me contar).
Wendy também entrou na armada pouco tempo depois de mim, ela era muito útil também, pelo menos sempre me ajudava quando precisava de informações. Gosto de Gina porque uma vez nós conversamos quase uma hora sobre Quadribol. Ela é uma jogadora impecável, e eu sou narradora.

— Adorei aquele lance da última partida, foi simplesmente impecável.

— Treinei bastante para isso — Gina disse — Jogar Quadribol é desafiador, mas ao mesmo tempo me traz paz, entende? E ser uma das poucas garotas no time, não sei, me conforta.

Eu admiro a ambição dela. E consigo ver como todos os Weasleys são importantes para casa parte da família. Ronald é surpreendemente habilidoso em improvisar e consegue fazer as coisas darem certo para ele com sua prática de estar bem informado, Gina com sua postura atlética e sarcástica que deixa os garotos de Hogwarts super caidinhos, Percy já se formou (Graças a Merlin) e os gêmeos... Bom, eles eram... Meus amigos, infelizmente.

Volto do meu devaneio em segundos.

— Eu não lembro de nada, a não ser de algumas idiotices que eu disse ontem — olho para Granger, sem vontade nenhuma de falar mais do que isso hoje, principalmente com eles três — Agi pela emoção, e tudo isso é culpa de vocês dois — aponto meu dedo para os ruivos, que não pareciam nem um pouco abalados com meu gesto ameaçador. Por culpa deles e pela bebida enfeitiçada idiota.

Fred abaixa meu dedo e começa a falar.

— Deixe-me refrescar a sua memória... — ele começa, com uma risadinha — Cantou com a gente na frente do salão inteiro, quase jogou uma magia errada que transformaria Simas em um porco e ficou flertando com Harry a noite inteira.

As primeiras partes foram ignoradas pela minha expressão neutra e fria. Mas quando ouvi as últimas palavras, meu coração congelou.

Flertando. Com. Harry.

— Vão pro inferno — eu murmuro e eles dois gargalham.

Nem se eu fizesse anos de Aritmancia eu conseguiria disfarçar tamanha a minha insatisfação. Ele mexe tanto comigo, isso é tão frustrante.

— Mas foram os dois, não? — Hermione diz de repente.

— O que quer dizer?

— Quero dizer que Harry também não deixou escapar a satisfação em ver você assim. Toda... Apaixonada — ela ri.

— Você só pode estar louca, Mione! — eu rebato sentindo raiva, por algum motivo. — Ele quer me ver vulnerável. Tenho certeza que vai tirar vantagem disso, para me difamar — me levanto e pego alguns livros das prateleiras, como forma de me distrair — Para fazer com que eu pareça... Fraca. Mas não vou deixar isso acontecer.