Capítulo 13 - Névoa Traiçoeira

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Levi havia me contado que precisava resolver assuntos urgentes, mas não me disse exatamente o que eram.

Duas semanas se passaram desde que ele desapareceu, e eu estava tentando seguir com minha vida na ilha, mas hoje, a tempestade parecia ter uma fúria ainda maior.

O vento uivava e a chuva caía em torrentes, como se o céu estivesse tentando me sufocar.

Eu estava em casa, tentando me manter aquecida e seca, mas a sensação de solidão era esmagadora.

Cada trovão parecia um rugido de raiva, e eu sentia que a tempestade refletia meu próprio desespero.

Eu estava sentada perto da janela, observando a chuva se chocar contra o vidro, quando, de repente, o ambiente ficou em silêncio.

O som constante da chuva e do vento foi substituído por um silêncio incomum.

Eu olhei ao redor, confusa, e percebi que as luzes haviam se apagado.

A energia tinha caído.

O escuro era profundo, e a única luz que restava vinha da lanterna que eu havia deixado na mesa.

O tremor da tempestade fazia a casa balançar, e eu me senti ainda mais sozinha no escuro.

O que fazer agora?

Eu me perguntei, com a ansiedade crescendo dentro de mim. A ideia de enfrentar o mau tempo sem energia e com a casa mergulhada na escuridão era desoladora.

Eu sabia que precisava manter a calma, mas a sensação de impotência era esmagadora.

Eu me levantei e liguei a lanterna do celular, tentando iluminar o ambiente o máximo possível.

Eu olhei pela janela, tentando ver algo através da cortina de chuva, mas tudo o que consegui distinguir era um mar de escuridão.

O medo e a frustração se misturavam, e eu me senti paralisada.

A tempestade continuava a rugir, e eu estava no meio disso tudo, sem saber se Levi estava bem, ou mesmo se ele voltaria.

Eu estava tentando manter a calma, mas o escuro parecia ter uma presença própria, ameaçadora e inquietante.

Eu andava pela casa, com o som dos meus passos abafado pelo rugido do vento e pelo martelar incessante da chuva.

O celular tremia em minhas mãos, e o pequeno feixe de luz parecia lutar para penetrar a escuridão ao meu redor.

Eu passei pela sala, tentando não pensar na solidão que me envolvia.

A casa estava fria e silenciosa, exceto pelo som da tempestade e o ocasional estalo das tábuas.

De repente, um som inesperado ecoou pela casa — um barulho estranho, como um arranhar.

Eu parei, e tentei identificar a origem do som, mesmo que o meu coração estivesse disparado.

O barulho parecia vir do corredor. Eu me aproximei, a cada passo mais hesitante do que o anterior.

As sombras nas paredes dançavam, criando formas assustadoras que pareciam se mover com vida própria.

A sensação de estar sendo observada se intensificava a cada segundo.

Quando cheguei à entrada do corredor, a lanterna piscou, e eu quase a deixei cair de medo. A escuridão parecia se agitar, e o som do arranhar ficou mais alto e mais frenético.

Eu me forcei a continuar, com minha mente correndo com pensamentos aterrorizantes.

O que poderia ser?

O Demônio do FarolOnde histórias criam vida. Descubra agora