Capítulo 15 - Véus

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Eu abri os olhos, e tudo o que vi ao meu redor foi escuridão.

Uma chuva incessante caía sobre mim, encharcando minhas roupas e tornando o chão sob meus pés lamacento.

O frio se infiltrava na minha pele, e o som da chuva era a única coisa que quebrava o silêncio opressor ao meu redor

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O frio se infiltrava na minha pele, e o som da chuva era a única coisa que quebrava o silêncio opressor ao meu redor. Não sabia onde estava, nem como tinha chegado ali.

Me levantei com dificuldade, o corpo doía como se tivesse sido jogada de uma grande altura.

Tentei lembrar o que havia acontecido, mas tudo estava nebuloso em minha mente. A última coisa que me recordava era a voz.

A voz de alguém...

Olhei em volta, buscando algum sinal de vida, mas não havia nada além de árvores retorcidas e sombras que se moviam com a chuva.

Não havia caminho claro, e a sensação de estar sendo observada me deixou ainda mais tensa.

Cada gota de chuva parecia pesar como uma pedra sobre mim.

Caminhei um pouco, tentando manter a calma, embora cada passo parecesse mais difícil que o anterior.

A chuva tornava tudo escorregadio, e a escuridão impedia que eu visse muito à frente.

Minhas mãos tremiam enquanto eu avançava, tropeçando em raízes ocultas e pedregulhos afiados. O som de algo se movendo ao longe me fez parar. Prendi a respiração, esperando o pior.

— Levi...? — sussurrei, mas a resposta foi o eco da minha própria voz, carregada pelo vento.

Não havia Levi.

Eu estava sozinha.

E, de repente, o medo de que ele nunca me encontrasse me atingiu como um golpe. Uma voz ressoava em minha cabeça, zombando de mim.

— Ele te deixou — disse a voz cantarolando. — Assim como todos os outros.

A voz se aproximava aos poucos.

Olhei na direção dela, e vi uma sombra alta, que se fundia com a escuridão ao meu redor.

A sua figura era fluida, e tinha uma textura parecida com... Véus?

— Quem está aí?! — Gritei enquanto tremia de frio.

Eu mal conseguia distinguir seu rosto na penumbra, mas assim que ela chegou mais perto, vi uma mulher de cabelos pretos e fluidos, vestida com véus lilás por todo corpo, e muito alta, como se tivesse 3 metros de altura.

Agora percebo que ela não estava em cima de nenhuma pedra.

A mulher se aproximava lentamente, com sua boca escancarada em um sorriso grotesco que parecia ter sido rasgado à força.

Seus lábios eram esticados de uma forma não natural, mostrando dentes afiados e irregulares que brilhavam de forma sinistra na penumbra.

O sorriso não era apenas um gesto, mas uma expressão de pura crueldade, uma abertura que parecia engolir a luz ao seu redor.

O Demônio do FarolOnde histórias criam vida. Descubra agora