Capítulo 24 - Nos Braços do Diabo

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— EU NÃO CONSIGO! 

As palavras escaparam dos meus lábios, desesperadas, um grito sufocado pela culpa e pelo medo.

Minha mão tremeu, e o punhal vacilou no ar.

Lágrimas começaram a escorrer pelo meu rosto enquanto meu corpo desmoronava, afundando no peso da escolha que eu sabia que deveria fazer... mas que meu coração recusava.

Lily...?

O demônio despertava lentamente, como se algo sombrio estivesse emergindo das profundezas de seu ser.

Meu corpo todo tremia, e o punhal, que antes parecia um símbolo de libertação, agora era o peso da minha fraqueza.

As lágrimas caíam, pesadas, quentes, me cegando enquanto eu sentia o fim se aproximar.

Eu sabia o que viria a seguir, e o desespero me consumia.

Então, Levi abriu os olhos.

Sua expressão, antes serena, ficou confusa ao me ver ali, com o punhal suspenso no ar.

— Lily... o que você está fazendo...?

Seu olhar percorreu por todos os lados confuso, e tentando entender o porquê de eu estar ali sentada em cima de seu quadril, mas no instante em que seus olhos focaram no punhal, o terror se refletiu neles.

Seu corpo, sempre tão confiante e imponente, congelou de medo, como se aquela lâmina o aterrorizasse.

Ele se apoiou nos cotovelos, com os olhos arregalados, enquanto a voz falhou ao perguntar:

— Lily... onde você achou isso?

Eu tremia, mas não era apenas pelo choque.

Era pela avalanche de dúvidas que me corroíam por dentro.

E por aqueles olhos inocentes que me encaravam, agora assustados e temerosos.

— Seu demônio maldito... — disse com o ódio evidente na minha voz.

Meu coração estava quebrado, com a dor crescendo dentro de mim até transbordar em palavras.

— Tentou me enganar com esses lindos olhos... — minha voz soou fraca, mas a intensidade por trás dela era inegável. — com todas aquelas palavras lindas das quais se encravaram em meu coração...

As lágrimas escorriam pelo meu rosto enquanto eu tentava conter o desespero.

— Mas era tudo mentira... — as palavras saíram como ácido sendo repelido por minha garganta. — Como pôde...?

Lily... — ele disse, com a voz trêmula — Onde caralhos você achou esse punhal...?

Minha mão ainda segurava o punhal, tremendo.

— RESPONDA A MINHA PERGUNTA, LEVI! — Gritei, com a voz tremendo de raiva. — COMO VOCÊ PÔDE?! COMO PÔDE ME ENGANAR?! COMO PÔDE ME MANIPULAR DESSA MANEIRA?!

A tempestade de emoções dentro de mim era insuportável, e a dor parecia cortar ainda mais fundo.

Ele parecia dividido, os olhos fixos no punhal que balançava em minhas mãos, indecisos entre o medo e a incredulidade.

Lily... Para de balançar essa porra...! — ele pediu, a voz dele carregada de uma tensão palpável.

Mas eu não podia parar, não enquanto a verdade estava ali, bem diante de nós.

— Você me fez acreditar que era diferente! Que tinha sentimentos por mim!

A cada palavra, eu sentia a fúria crescer, como um incêndio prestes a consumir tudo ao meu redor.

O Demônio do FarolOnde histórias criam vida. Descubra agora