Capítulo 26 | Admirador Secreto

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Anne Green

Assim que entramos no escritório, meus olhos foram direto para a minha mesa. Em cima do notebook, uma rosa repousava delicadamente, chamando minha atenção.

“Será que é do Daniel?” pensei, meu coração batendo um pouco mais rápido.

— Admirador secreto? — Isaque perguntou, lançando-me um olhar enquanto caminhava para sua própria mesa.

— Não faço ideia de quem seja — murmurei, ainda perplexa, com os olhos presos na rosa.

Ao lado da flor, um cartão esperava para ser lido. Algo em mim temia confirmar minhas suspeitas — e se fosse mesmo de Daniel? Ele parecia ter tantas expectativas sobre nós dois, e eu sabia que precisava ser clara, embora a ideia de ferir seus sentimentos me deixasse apreensiva. Respirei fundo e li as palavras escritas no cartão:

“Estou orando por nós dois.

— Dan”

Suspirei, perdida em pensamentos. O que deveria fazer agora? Agradecer ao Daniel e dizer que também estou orando? A confusão me nublava.

— É alguém da empresa? — a voz de Isaque me arrancou de meus devaneios.

Levantei o olhar e o vi concentrado na tela do notebook, os óculos de grau lhe dando um ar sério, mas irresistivelmente charmoso. Ao mesmo tempo, me pegava sorrindo; ele ficava tão diferente, engraçado até, usando óculos.

— Desde quando você usa óculos de grau? — perguntei, tentando disfarçar o interesse na pergunta casual.

— Só quando sinto a vista cansada — respondeu, ainda focado, enquanto folheava alguns documentos.

— Ah... — murmurei, tentando me concentrar no trabalho. Mas meus olhos continuavam a desviar para a rosa.

Peguei um copo, enchi-o de água e coloquei a rosa ali, ao lado do notebook. Notei que Isaque me observava, curioso.

Eu realmente não queria que ele soubesse que a rosa era de Daniel.

— Sabia que há uma política aqui na empresa que ninguém respeita? — indagou, agora teclando com um ar sério, talvez ponderando o que acabara de dizer.

Revirei os olhos, percebendo que ele estava provocando.

— Qual política, Isaque?

— A que proíbe relacionamentos no ambiente de trabalho — falou, gesticulando com uma expressão cínica.

Arqueei as sobrancelhas, incrédula.

— Você não está falando sério, está?

Ele se inclinou na mesa, cruzando os braços.

— Estou. Se esse seu admirador secreto for daqui, está infringindo as regras.

Ri, sem me conter.

— Mesmo? E o que você me diz de Marcos e Melissa, que estão noivos e trabalham aqui? Ela, ainda por cima, sendo gerente de RH!

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