Capítulo 59 | Turbilhão de Sensações

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Anne Green

Meu coração pulou de alegria ao saber que Isaque não iria mais para Londres. Deus, em Sua infinita bondade, ouviu nossas súplicas e reverteu a situação, tocando os corações dos diretores e fazendo-os cancelar a transferência.

Mas, por outro lado, um frio gélido se instalou dentro de mim. Algo não estava certo. Quando Marcos me contou o que havia acontecido na empresa, a preocupação me corroeu por dentro. Isaque... o que ele tinha feito? Marcos foi vago demais, quase evasivo. Ele não deu muitos detalhes, apenas mencionou que estava no hospital com Gabriela, que alegava ter quase perdido o bebê por causa de Isaque. Minha mente girava. Gabriela... ela sempre teve uma língua venenosa, mas... e se desta vez fosse verdade? Não importava. Nada do que ela dizia me parecia digno de confiança. Mas o que havia realmente acontecido?

Eu e Isaque combinamos de nos encontrar no almoço, já que ele não iria à empresa e passaria em minha casa. Eu só queria respostas.

Estava saindo da empresa, a pé, para pegar um café do outro lado da rua, e então dirigiria até em casa. Tudo parecia calmo, até que o caos surgiu do nada. Quando estava atravessando a rua, um carro de polícia parou bruscamente em minha frente, me fazendo congelar no lugar. O som das sirenes ainda ecoava em meus ouvidos, e eu fiquei sem entender nada.

Um policial desceu, sua expressão dura e inflexível.

— Anne Green? — ele perguntou, com uma voz tão gelada que dava pra congelar água.

— O que está acontecendo? — perguntei, tentando entender a situação.

— Entre no carro, por favor — ele insistiu, do jeito mais calmo (e autoritário) possível.

Tremendo mais que vara verde, entrei na viatura. Mas assim que me ajeitei no banco, vi um sorrisinho sacana do banco da frente. Era o Lucas, rindo como se tivesse acabado de pregar a melhor peça do mundo.

— Lucas?! — quase berrei, metade aliviada, metade furiosa. — Não acredito que me fez passar por isso!

Ele gargalhou e os outros policiais também entraram na onda. Meu rosto já estava pegando fogo de tanta raiva.

— Relaxa, Anne. No máximo, vão achar que você foi presa por excesso de beleza — ele disse, rindo pelo retrovisor com aquele olhar travesso.

Eu revirei os olhos e soltei um suspiro dramático.

— Vou te matar, Lucas! — murmurei, mas acabei rindo também.

— Cuidado com as ameaças. Fazer isso dentro da viatura é perigoso, sabia? — ele brincou. Mas logo mudou o tom e ficou sério de novo. — Agora, falando sério. Esse tal de Samuel, que viajou com a minha irmã... ele é confiável?

Levei uns segundos pra processar a mudança de assunto.

— Samuel? Ah, claro! Ele é um cara incrível. A Layla está em ótimas mãos — respondi, ainda tentando me recompor do susto.

Lucas assentiu, mais tranquilo. Enquanto dirigia pelas ruas, ele confessou:

— Eu já vi o cara algumas vezes, mas não tive tempo de conhecê-lo bem. Com eles indo pra Paris, fiquei preocupado. A Layla é minha irmã, sabe? Eu não brinco com essas coisas.

— Pode ficar tranquilo. Samuel é exatamente o tipo que vai cuidar dela direitinho — garanti, com convicção.

Chegamos na minha rua e lá estava Isaque, encostado na Lamborghini, com uma cara de quem não estava entendendo nada ao ver a viatura.

— Desculpa o susto, Estrelinha — disse Lucas, com um sorriso sereno. — Eu só precisava ter certeza de que minha irmã vai casar com o cara certo. Ah, e boa sorte com o seu namorado.

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