Capítulo 33 | Casa de Pedras

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Anne Green

Desci do carro já com os meus olhos percorrendo toda aquela paisagem de campo, admirando a arquitetura da linda casa à minha frente, tomada pelo frescor da natureza, que é o meu ponto fraco, e a linda jardinagem que decorava o ambiente externo da casa. Eu ainda estava fazendo-me acreditar que realmente foi Isaque que desenhou aquela maravilhosa casa, feita com pedras e madeira, tão imponente e acolhedora.

— Meu Deus, como é perfeita! — exclamei ainda impressionada com a beleza da casa.

— Poderia ser sua — pigarreou, com um riso abafado, e eu senti minhas bochechas queimarem no mesmo instante junto com a palpitação do meu coração ficando mais forte.

Ergui as sobrancelhas aturdida com o seu comentário, segurando um sorriso confuso.

— O-o que disse? — inquiri estremecida, notando o sorriso travesso estampado em seu rosto.

— Eu disse alguma coisa? — fez-se de cínico, encostado na Lamborghini vermelha com os braços cruzados.

— E-eu... Sinceramente... — titubiei, ainda perdida em pensamentos. — Não entendi o que você quis dizer.

Na verdade, eu entendi, sim, o que ele quis dizer, mas o jeito arteiro de quem estava se divertindo com a minha reação me fez dizer isso.

— Que tal entrarmos? — ergueu uma de suas mãos apontando para a casa.

— Uma ótima ideia — respondi virando-me em direção à casa, evitando contato visual com ele.

Aproximando-nos da casa, recebemos um olhar mordaz de Gabriela e um olhar confuso de Daniel, que estavam na frente da porta.

— Vocês vieram... Juntos? — perguntou Gabriela, erguendo uma de suas sobrancelhas.

— Sim, por quê? — Isaque indagou sendo objetivo, cortando a sua postura de ciúmes.

— Que bom que veio, Anne — disse Daniel me dando um beijo na testa, o que despertou um olhar curioso de Isaque.

— Temos muito trabalho? — questionei para Daniel, entrando na casa junto com ele.

Sara e Marcos estavam na sala e me cumprimentaram assim que eu entrei. Olhei em volta de todo o ambiente e vi o quanto aquela casa era interiormente linda. Bem organizada, decorada e arquitetada como uma bela casa de campo, com um toque rústico e tons amadeirados e quentes, aconchegante para os dias frios. A lareira na sala de estar dava a impressão de estar em um filme de romance pronto a receber um casal apaixonado sentados à beira do fogo aquecendo-se no inverno. Eu estava extasiada com aquele lugar.

Passou-se metade da tarde e estávamos finalizando os trabalhos. Percebi que Gabi tentava se aproximar de Isaque a todo o custo, mas ele não dava importância para a ruiva. Por algum motivo a aproximação dela com Isaque me incomodou, e eu não conseguia tirar os olhos deles quando estavam próximos.

Sara fez um chá de maracujá e nos serviu nas xícaras de vidro. Estava incrivelmente bom e adocicado, combinando com aquela tarde. Sentei-me no sofá da sala de estar enquanto o restante do pessoal estava na cozinha conversando sobre qualquer coisa que não fosse o trabalho. Eu, porém, aproveitei para terminar de organizar pelo iPad as coisas do congresso que estava muito próximo.

— Anne, querida — ouvi a voz monótona de Gabi aproximando-se do sofá. — Cuidado para que Isaque não faça com você o que fez comigo.

Franzi o cenho, tentando entender seu comentário duvidoso.

— O que quer dizer? — indaguei em alerta, sabendo que era mais um dos seus venenos.

— Cuidado para ele não querer apenas se divertir com você e depois se afastar de vez, como se você nunca existisse na vida dele — levantei uma sobrancelha, observando-lhe falar. — Só um conselho — ela me lançou uma piscadela e voltou para a cozinha.

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