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Rafaela saiu do meu quarto e eu preparei meu psicológico pra encarar Germano. Minutos depois ele entrou no meu quarto.

Ele me analisou por completo e deu um leve sorriso parecendo aliviado

- Me falaram que você tava acabadinha e eu não acreditei - fez piada quebrando o clima e eu ri um pouco alto

- Nem toda quebrada eu tenho descanso? - encarei ele que se aproximou

- Você tá engraçadinha demais pra quem testou meu coração - brincou parando ao meu lado

- Um sustinho não mata ninguém né - falei analisando o rosto dele

Assim como meus pais, ele parecia extremamente cansado, com olheiras e tudo mais

- Desculpa por ter sido um idiota com você aquele dia, eu tava com ciúme - admitiu rindo baixo e sem jeito - Se tivesse acontecido alguma coisa com você, não sei o que iria fazer maluca, tô até agora sem reação - ele falou me analisando por completo - Eu queria poder ter feito alguma coisa, queria ter pelo menos conseguido impedir o que aconteceu... - falou visivelmente abalado

Meus olhos lagrimejaram

- Não havia nada que pudesse ter sido feito, foi tudo muito rápido - falei tendo alguns flash's do acidente - Eu fui imatura, quando a gente se encontrou, queria não ter dito aquelas coisas - falei admitindo e ele tocou minha mão me fazendo olhar pra ele

- Amo você Maria, pra caralho - falou limpando minhas lágrimas e eu sorri tentando não chorar mais

- Também amo você, pra cacete - sorri e ele riu beijando minha testa e me abraçando levemente

Ficamos conversando um pouco e logo uma enfermeira apareceu pra dizer que tinha que me levar pra fazer uns exames.

- Você tem que ir pra casa descansar - falei com ele que observava a enfermeira arrumando os fios para me ajudar a levantar

- Vou mais tarde, tomar banho - ele explicou

- Pode dormir em casa hoje - falei observando ele

- Vou ficar com você essa noite, sua mãe vai ficar com sua irmã, e seu pai e seu irmão estão cuidando de resolver quem foi o filho da puta que bateu no carro de vocês - ele falou e a enfermeira se assustou com o palavriado

- Precisa descansar - avisei novamente

- Vou descansar com você, fica tranquila - falou e eu concordei

- Vamos levantar querida, se apoia em mim - a enfermeira falou me olhando gentil

Tentei fazer força e senti uma dor gigantesca nas costas, ela me apoiou me sentando na cama e eu pude ver a minha situação, muitos machucados e roxos na perna, os braços um pouco ralados e um corte pequeno na minha testa.

- Volto mais tarde - Germano avisou e eu concordei

Com a ajuda de outro enfermeiro, eles me colocaram em uma cadeira de rodas e me tiraram do quarto, passamos em frente ao quarto ao lado e vi minha mãe ao lado da cama da minha irmã, ela estava bem mais machucada, aparentemente sedada em um sono tranquilo.

- Ela vai ficar bem, não vai? - perguntei encarando a enfermeira

- Sim querida, a cirurgia foi um sucesso, ela teve alguns ferimentos mas em breve estará saindo do hospital, está sedada porque os medicamentos precisam de repouso extremo para fazer efeito - ela respondeu tentando me acalmar e eu concordei tentando pensar em coisas positivas.

Morro do alemãoOnde histórias criam vida. Descubra agora