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Alguma coisa cai no chão me fazendo levar um susto com a claridade

- Desculpa meu bem, deixei cair sem querer - HR falou se aproximando da cama já vestido

- Tá indo pra onde? Ainda tá escuro - perguntei ainda com sono

- É cedo e tá chovendo, por isso tá escuro - ele sorriu - Preciso ir pra boca resolver uns problemas com os armamentos que estão pra chegar, não queria te acordar - respondeu

- Vai demorar? - perguntei chamando ele pra mais perto, ele sentou na cama e deitou um pouquinho do meu lado

- Acho que sim, pode ficar aqui se quiser, também é a sua casa - sorri achando super fofo o que ele tinha acabado de falar

- Tenho que ir na casa do meu tio, pensei em separar algumas roupas e trazer pra cá como você falou aquele dia - falei e ele sorriu

- Trás todas as rendinhas que você tiver - falou e eu dei risada

- Não vou esquecer - avisei

- Eu sei que não, agora dorme mais um pouco que tá cedo pra caramba, amo você ruiva - ele falou beijando minha testa e em seguida me dando um selinho rápido, mesmo sabendo que eu odeio beijar de manhã sem ter escovado os dentes 

- Eu também te amo garoto, pra caralho - ele sorriu todo bestinha se levantando

- Sua chave tá na gaveta lá em baixo perto da mesa de centro - ele avisou

- Eu tenho uma chave? - perguntei animada

- Você tem todas as chaves que quiser gata, até a do meu coração - brincou e eu ri

- Cuidado - pedi

- eu sempre tomo -  ele piscou pra mim saindo quarto

Me remexo na cama procurando uma posição confortável e em seguida escuto ele bater à porta lá em baixo. Relaxo o corpo e tento dormir de novo por pelo menos mais umas duas horas.

(...)

Fucei nos armários procurando alguma coisa pra comer e encontrei pão de forma, presunto e queijo estavam na geladeira e o leite também.

Comecei a tomar meu café tranquila quando escuto um barulho e olho pro lado me assustando

- Porra, que susto! - falei encarando Tigre

- Tá se assustando fácil Maria - ele respondeu sorrindo

- O que você tá fazendo aqui? - perguntei confusa

- Eu sou amigo do HR Maria, não é como se eu não pudesse entrar na casa dele - ele deu risada se aproximando e eu me levantei da mesa encarando ele

- O que você tá fazendo aqui uma hora dessas Tigre? - reformulei a pergunta - Não era pra você estar na boca com os meninos? - perguntei novamente

- Você tá muito estressada, caiu da cama hoje cedo? - ele perguntou - Só vim dar um oi pra você, ver como você está, se precisa de alguma coisa - ele falou tranquilo se encontrando no balcão, um pouco longe de mim

- Eu tenho tudo que preciso aqui, não precisa se preocupar comigo, nem me dar um oi - respondi encarando ele

- Você é igualzinha a sua mãe - ele falou me olhando e sorrindo

Franzi a testa

- O que você disse? - perguntei pra ver se tinha entendido direito - De onde você conhece a minha mãe? - encarei ele

- Sua mãe era uma amiga íntima minha, muito íntima mesmo - ele falou como se fizesse um jogo comigo

- Do que você tá falando? - encarei ele sem entender nada

- Você poderia muito bem ser minha filha sabe? - ele me olhou - Sua mãe e eu tivemos um relacionamento por anos, mas assim que apareceu a oportunidade de subir na vida com um cara mais riquinho, ela pulou fora - ele falou me olhando - Mulheres... - bufou

- Você só pode ser maluco, você não pode entrar na minha casa e vir com esse papo que eu não sei da onde você inventou - encarei ele já ficando brava - Minha mãe nunca ficaria com um cara como você - encarei ele

Ele riu

- Um traficante? É isso que você quer dizer? - ele me encarou com o sorriso no rosto - Você teve bem a quem puxar, quer sempre o maior peixe do cardume, assim como ela, ela não se contentou com um mero vapor, ela quis um advogado renomado que podia bancar os luxos fúteis dela - ele me olhou

- Cala a boca! - falei um pouco mais alto

- Sua mãe escolheu não ser minha Maria Alice, mas você não vai ter essa escolha, quero você só pra mim e eu vou ter em breve! - ele falou se aproximando rápido de mim e me prendendo contra a parede segurando meu pescoço, ele apertou firme me deixando sem ar - Conte pra algum dos seus amigos, pro seu namoradinho de merda ou pro seu querido titio que tivemos essa conversa e cada um deles vai amanhecer em diferentes covas pelo morro, eu não tenho medo de machucar nenhum deles Maria, toma bastante cuidado com o que você vai fazer depois que eu sair daqui - avisou aproximando o seu rosto de mim

Meus olhos se encheram de lágrimas

- Não precisa chorar querida, vai ficar tudo bem...- ele passou seus lábios nos meus e limpou minhas lágrimas com uma das mãos

Senti vontade de vomitar e meu estômago embrulhou me causando uma certa dor

- A gente se vê em breve, e lembre-se - ele soltou meu pescoço e sorriu - É o nosso segredinho...- falou

- Sai da minha casa...por favor sai...- sussurrei me abaixando no chão e tentando respirar direito e ele sorriu se afastando e finalmente saindo

Morro do alemãoOnde histórias criam vida. Descubra agora