. 10 .

911 82 1
                                    

- Crianças, o almoço tá pronto - minha Madrinha Renata deu o grito e eu até assustei

- A gente tá indo - Rafaela a filha dela no seu dia mais normal, gritou de volta

Levantamos e fomos colocar nossos pratos, enchi o meu com purê e muita carne e fui me sentar de novo.

- Dois ou um pra ver quem vai buscar a coca - Henrique falou colocando o prato dele na mesa e se virando pra Gustavo e Ihan

- Preguiça do cão, tô indo buscar - Caio falou rindo e nos rimos também

Nós somos assim, um bando de "adultos" na idade que esqueceram de crescer. Fora de nossas casas somos sérios, fechados e sabemos a quem manter contato para proteger a nossa família, mas aqui, somos apenas nós, sem toda aquela loucura de família de bandido.

Todos sentaram a grande mesa de madeira que cabia toda a nossa família junta.

- Senhor, agradecemos pelo alimento que nos proporciona todos os dias, que nunca nos falte saúde para estar junto da nossa família - minha mãe rezou

- Amém - falamos juntos e logo nos sentamos

O almoço foi regado de muita piada, risada e fofocas, família reunida e sempre assim né? Depois que todos terminaram foram indo embora para suas casas.

- Esqueceu seu escapulário lá em cima - falei com Germano

- Vamo lá buscar - falou uma carinha sem vergonha

Sorri achando graça e sai na frente dele indo pro meu quarto, segundos depois ele apareceu com a cara lavada.

- Sabe que não fico sem ele - ele falou procurando com a vista

- Sei bem - tirei ele da minha caixinha e entreguei nas mãos dele observando

- Obrigada - beijou a imagem e colocou no pescoço

- Cuidado no plantão, sei como vocês fazem ronda de casa em casa - falei encarando ele

- Tenho cuidado pô - falou se aproximando

- Cuidado com as quengas - completei e ele riu tocando minha cintura e colocando nosso corpo

- Sempre tenho, vou fazer ronda hoje não, tô querendo só paz - explicou e eu concordei duvidando muito

Sei o que acontece nessas rondas, os meninos aproveitam pra dar uma fugidinha e ir parar na casa das piranhas, não é novidade pra ninguém.

- Vamos descer? - perguntei encarando ele que sorriu pra mim

- Vamos - falou sem me soltar e me puxando pra um beijo

Seu beijo era sempre de tirar o fôlego, posso me lembrar exatamente da primeira vez que isso aconteceu. Estávamos brincando de esconde esconde na casa dele, me escondi de baixo da cama e ele por acaso apareceu por lá também. Nosso beijo lento e "proibido" aconteceu com direito a muita poeira e uma crise de espirros logo em seguida que caguetou nosso esconderijo. Foi hilário.

Beijar Germano era diferente de beijar qualquer outro, e isso tirava a graça em alguns momentos quando ficava com outras pessoas. Nunca tive um relacionamento sério, apenas alguns ficantes fixos, mas não me envolvia diretamente com ninguém.

Ele segurou firme em minha nuca intensificando o beijo nos colando mais ainda.

- Já sabe onde isso termina - falei soltando nossas bocas e respirando devagar

- Sei bem - me imitou me fazendo rir baixo - Tenho que ir - falou sem me soltar

- Cuidado - falei olhando em seus olhos

- Sempre - respondeu de novo me dando um selinho demorado - Te perturbo na madruga - ele falou brincando

- Engraçadinho - sorri vendo e sair do meu quarto me fazendo respirar fundo

Maldito gostoso.

Morro do alemãoOnde histórias criam vida. Descubra agora