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- quase morri gente, é sério! - falei quando estávamos saindo da praia pra ir embora

- engoliu só 2 litros de água salgada, isso nem mata não - GR fez graça e eu careta

- cadê sua moto? - perguntei pra HR quando me aproximava da moto dos meninos

- eu to de carro, tive que resolver umas coisas pro meu pai aqui no asfalto - me explicou

- você vem com a gente? - perguntei pra Renata

- vou dando grau com o TH, ele é massa demais fazendo isso! - ela falou empilhada e eu ri negando

- passa lá em casa mais tarde - falei com ela, que concordou

Falamos com os meninos e entramos no carro, liguei o som, tocava um rap que eu não conhecia, mas deixei tocando enquanto colocava o cinto

- você não dirige igual louco aqui também né? - perguntei olhando pra ele

- sou piloto de fuga gatinha, mas vamos tranquilos hoje ok? - me olhou e deu um sorrisinho quando saiu da vaga

- coloca o cinto - falei olhando pra ele

- gosto de andar sem - falou tranquilo olhando no retrovisor

- não estava pedindo, você sabe né? - olhei pra ele séria

- você é sempre mandona assim? - perguntou me olhando rápido e soltando uma das mãos do volante puxando o cinto

- você se acostuma - falei dando um sorriso pra ele que retribuiu negando com a cabeça

Andávamos tranquilos curtindo a música até entrar em uma rua que estava com um congestionamento

- que porra é essa...- ele falou encarando a rua tentando entender, me estiquei pra tentar ver também, tinha uns 6 carros na nossa frente andando super devagar - a merda...- ele falou meio baixo

- o que foi? - perguntei olhando pra ele sem entender

- é blitz, puta que pariu...- respirou fundo parecendo preocupado

- me diz que você não tá com nenhuma droga dentro desse carro Ítalo...- olhei pra ele sentindo um aperto no peito

- não, droga não... - me olhou - mas minha arma tá dentro do porta luvas, não vou conseguir esconder ela - ele parecia preocupado

- puta que pariu...- coloquei a mão na cabeça começando a me desesperar - o que a gente faz? - perguntei olhando pra ele

- não da pra retornar, tem muito carro atrás da gente e a rua é pista única - ele falou pensando enquanto os carros andavam mais um pouco - coloca ela na cintura Maria - me olhou

- o que? - encarei ele assustada

- você tá com essa blusa larga, se eles pararem a gente e suspeitarem de algo eles não vão te revistar, só tem homem ali - falou me olhando e olhando pra frente

- Ítalo...- olhei pra ele desesperada

- é isso ou eu vou ser preso por porte ilegal de arma - olhou pra mim

Minha cabeça parecia girar de nervoso, minhas mãos foram até o porta luvas e a arma estava lá

- tá carregada, mas tá travada, não vai disparar a menos que você destrave ela, coloca na frente da cintura - ele falou me olhando

Respirei fundo e levantei a blusa prendendo a arma no short, sentir o gelado na pele não era nada confortável, meu coração acelerou, abaixei a blusa e assim que ficamos de cara com os policiais eles fizeram o sinal pra gente encostar, minha alma parecia ter saído do corpo

- boa tarde - o policial falou e Italo respondeu tranquilo - carteira de habilitação e documento do carro por favor - ele pediu

HR tirou a carteira do bolso e mexeu um pouco dando o que ele estava pedindo, o policial foi mais à frente no rumo de alguns policiais e eu não conseguia respirar direito, HR tocou minha coxa

- tudo bem, respira fundo e solta a respiração devagar, você tá pálida Maria...- ele falou me olhando e eu concordei devagar e fiz o que ele pediu

O policial voltou

- tudo certo companheiro, tenha um bom dia - o policial falou

- pro senhor também - Ítalo fez um sinal com a cabeça e saiu com o carro devagar

Soltei o ar que nem sabia que estava segurando.

Morro do alemãoOnde histórias criam vida. Descubra agora