Jantamos todos juntos como uma família, essas momentos, eram os que faziam valer a pena cada esforço dos meus pais e tios para manter o morro vivo.
- Fico tão feliz por ter todos vocês juntos a mesa novamente - minha mãe falou feliz
- Não há nada melhor que ter a família reunida - falei satisfeita e meus pais sorriram
Ficamos juntos conversando e rindo, até que Germano se aproximou de mim
- Vai lá arrumar suas coisas pra gente vazar - falou no meu ouvido e eu concordei
Levantei indo até o meu quarto, peguei uma mochila e coloquei só o básico, já que tenho algumas coisas na casa de Germano. Depois que terminei, desci até a sala me batendo com meus pais na cozinha conversando com o próprio
- A gente já vai indo - ele falou olhando para os dois, que me olharam
- Tudo bem, vi que estavam combinando de ir a praia - minha mãe comentou
- Aham - respondi
- Me avisa quando vocês forem e fica de olho no celular - meu pai pediu
Franzi a testa
- Só isso? - perguntei encarando eles
Minha mãe sorriu de lado
- Vai rápido antes que eu desista - meu pai resmungou e eu concordei puxando o braço de Germano
Ele riu e a gente saiu juntos indo até a moto dele
- Ainda sem acreditar que eles deixaram - comentei subindo na moto
- Meus padrinhos me amam - respondeu sorrindo
Ele acelerou rumo a sua casa, Germano mora sozinho desde os 18.
Entrou deixando a moto na garagem e já fomos entrando. O cheiro de limpeza exalou quando a porta foi aberta.- Que cheiro bom de casa limpa - falei colocando minha mochila no sofá
- A Juliana veio limpar pra mim mais cedo - falou fechando a porta na chave
- Não gosto da filha dela - resmunguei
- Deixa de ser ciumenta - riu se divertindo
- Eu não sou ciumenta - falei e ele concordou ainda rindo baixo
- Vamos pro quarto - falou me abraçando por trás e beijando meu pescoço
Sorri já me animando
Ele passou o braço em volta do meu pescoço e nos caminhamos juntos até o quarto. Deixei minha mochila de lado e me joguei na cama sentindo a maciez dos lençóis.
- Folgadona em - comentou e eu sorri observando ele em minha frente
Ele tirou a blusa de frio e eu observei seu braço enfaixado próximo ao ombro, arregalei os olhos
- Que isso no seu braço? - perguntei me levantando rápido
- A missão não saiu 100% do jeito que esperávamos - comentou se sentando na cama e me observando
- Como assim? - perguntei olhando o ferimento que já parecia estar se curando
- Vamos conversar depois, só quero ficar do seu lado e curtir nossa saudade - falou me puxando pela cintura
- Quero saber o que aconteceu - falei olhando pra ele e ele respirou fundo
- Então vem, deita comigo - falou se deitando na cama e eu concordei me deitando ao seu lado - A missão começou bem, tínhamos uma situação em um galpão pra para pegar alguns armamentos, estava tudo sob controle até que alguns dos caras aparecerem de mídia, não deu tempo de prever a chegada, porque já foram tacando bomba de fumaça e os tiros começaram - começou
Senti um aperto em meu coração
- Eu não tive escolha, ninguém teve - ele falou parecendo incomodado com a situação - Fui atingido muito rápido, me lembro dos barulhos altos dos tiros e dos gritos de todo mundo, eu me arrastei pra sair do galpão, eu era um dos que estavam no final, antes de sair ouvi um grito de socorro - explicou - Sempre ouvi para não pular na bala de ninguém que não fosse de sangue, mas RR era um cara bom, era a última missão dele antes de sair do crime, tinha dois filhos - completou
Senti meus olhos marejarem, a vida no crime não é fácil.
- Arrastei ele para fora do galpão desacordado, mal me aguentava em pé, a fumaça tóxica e o tiro não me ajudavam nenhum pouco - comentei - Ihan que tirou a gente de carro, fiquei quase dois dias desacordado, tendo febre alta e delirando - completou
Ele me olhou e alisou meu rosto limpando minhas lágrimas.
- Não queria que te deixassem preocupada, por isso pedi pro seu irmão não contar nada - ele falou me olhando e fazendo carinho em meu rosto
Abracei seu corpo fortemente tomando cuidado agora com o curativo, sentia meu peito pesado mas ao mesmo tempo feliz em saber que ele estava aqui.
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Morro do alemão
Teen Fiction*Primeira Temporada* Maria Alice perdeu os pais aos dezesseis anos e desde então estava aos cuidados dos empregados de sua casa, após sair um mandato da justiça declarando que seu tutor legal era um tio que ela não via a muito tempo, a garota se vê...