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Ihan

Molhei o pano colocando na testa de Germano vendo ele suar com febre, o ferimento de bala no braço ainda saia bastante sangue apesar de termos trocado algumas vezes o curativo.

- Oi, como ele está - Vanessa se aproximou com uma maleta sem me olhar diretamente

Ela é a médica que nos acompanha em algumas missões e uma ex ficante.

- Continua com febre, mas já parou de delirar - expliquei

- A febre logo abaixa, o ultimo medicamento era forte, não queria aplicar outra dose antes da febre abaixar - respondeu analisando ele

- Vou pegar um café - respondi me levantando

- Tudo bem, eu fico de olho nele - respondeu se sentando na cadeira ao lado dele

Sai do quarto e me bati com MT

- Como ele ta? - perguntou

- Um pouco melhor - respondi olhando ele

- RR ta sendo medicado agora por uma das enfermeiras, não sei se ele vai sobreviver - comentou - To sem entender o que deu errado - ele me encarou

- Tem alguém caguetando, um esquema desse não da errado assim - respondi encarando ele

- Só tem gente de confiança aqui - respondeu

- Se você diz - respondi ele mudando de direção e indo até a cozinha da casa que estavamos

Infelizmente tive o desprazer de encontrar os irmãos da rocinha, eles me olharam algum tempo e eu encarei os dois

- Precisam de alguma coisa? - perguntei

- Como esta o seu amigo? - Vinícius perguntou

- Não precisa fingir que se importa com qualquer um de nós - respondi colocando café no meu copo

- Não tem ninguém fingindo aqui, somos uma equipe e cada um que ta aqui tem que voltar vivo pra casa - Vinícius respondeu

E eu ignorei suas palavras, babaca idiota. Se não fosse por ele, nenhum de nós estaria aqui. Ele comentou algo com o irmão e saiu da cozinha me deixando sozinho com Vicente

- Preciso conversar com você - ele falou me olhando

- Pode falar - respondi normal

- É sobre a sua irmã, Maria Júlia - começou

- Olha Vicente, vou te mandar a real - olhei pra ele sério, me sentei na cadeira próxima a mesa - Eu não tenho interesse nenhum em ser amigo do seu irmão e nem seu, o contato que a gente tinha morreu no dia que vocês colocaram a vida das minhas irmãs em risco - completei

- Vou te mandar a real também - ele desencostou da bancada - A sua opnião sobre a minha pessoa ou a minha família pouco me importa, pode continuar agindo desse jeito aí, eu não ligo - começou - Mas eu me importo com a Maria Júlia e tenho quase certeza de que ela também se importa comigo, então enquanto ela me quiser por perto, eu vou estar lá - colocou o copo na pia - Você querendo ou não - completou

- Se você machucar a minha irmã, eu vou atrás de você até no inferno - falei encarando ele ficando de pé

- Tem a minha palavra, de homem, não de moleque - me encarou

- Estou de olho em vocês dois - respondi saindo da cozinha

Filho da puta, era só o que tava faltando. Voltei ao quarto e observei da porta Henrique conversando com Vanessa, que ria se divertindo de algo que ele falava.

- Pode sair Henrique - falei olhando pra ele

Que sorriu em deboche

- Estou apenas convidando uma bela moça pra sair comigo quando tudo isso acabar - provocou

Sorri sínico

- E eu disse que não saio com traficantes, pelo menos não mais, um só já acabou com meu psicológico o suficiente - ela me alfinetou

- Ai, essa feriu o ego dele - Henrique colocou lenha na fogueira - Não seja tão cruel Van - completou

- Pra você é Vanessa - falei olhando pra ele

Vanessa riu se divertindo tanto quanto Henrique, que me olhava com deboche

- A febre dele já baixou, refiz o curativo, ele deve acordar em algumas horas, estou de plantão hoje então qualquer coisa pode me ligar - ela falou se levantando e juntando suas coisas - Ainda tem meu número? - perguntou me olhando

- Sempre - respondi e ela sorriu se despedindo e saindo da sala

Fiquei pensando na beleza dessa mulher, aliás que saudades dela

- Sempre - Henrique fez uma voizinha e eu mostrei o dedo do meio fazendo ele rir mais ainda.

Morro do alemãoOnde histórias criam vida. Descubra agora