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- Seu nome é Thiago então? - perguntei olhando pra ele enquanto descíamos o morro

- sim, mas o certo é me chamar pelo vulgo gatinha - falou me olhando

- o certo é me chamar de Maria Alice Thiago, mas você liga? - ele riu

- tá certa - falou olhando a rua

As pessoas me encaravam como se eu estivesse com uma melancia na cabeça fazendo malabarismo de copos, mas eu só tava andando numa boa

- por quê tem tanta gente me olhando? - perguntei

- você é carne nova - explicou - eles vão te olhar assim por bastante tempo ainda, quando souberem quem é seu parente vai rolar um monte de fofoca sobre você, se acostuma - falou sem dar muita bola

- credo - revirei os olhos - as pessoas aqui não tem mais o que fazer então, interessante - falei e ele sorriu

- não é todo dia que eles acabam vendo uma ruiva andando por aí com blusa de patricinha e cara de metida no meio do morro - me olhou

- doeu cara, doeu - falei e ele gargalhou

- to mentindo? - olhou na minha cara

- claro que tá, eu não tenho cara de metida e minha blusa não é de patricinha - encarei ele parando de andar e colocando a mão na cintura

- tá fazendo pose de patricinha - falou debochando

- vai ver se eu to na esquina - falei meio baixo e ele riu bem alto

- é assim que você quer me ofender? - continuou rindo e andando e eu revirei os olhos apertando o passo pra andar atrás dele

Chegamos no bar e entramos, sentei sem falar nada cruzando os braços e ele sorriu sentando na mesa de frente pra mim

- oi TH, quem é a ruiva? - uma garota apareceu sorrindo com um caderninho e uma caneta

- fala morena, moradora nova pô - sorriu pra ela

- tudo bem gata? - perguntou pra mim me olhando dos pés à cabeça

- uhum - respondi olhando o cardápio - eu quero um hambúrguer com bacon, queijo duplo, batata extra e uma coca de 600ml - falei olhando pra ela

Ela anotou tranquila e no tempo dela

- mais alguma coisa? - perguntou me olhando

- só isso, obrigada - agradeci e ela sorriu parecendo ser simpática

Ela anotou o que o TH queria e depois saiu, ficamos conversando, ou melhor, discutindo, sobre eu ter ou não a cara de metida que ele tanto diz, o que obviamente é mentira, a garota logo apareceu com o nosso pedido

- fala Renata, ela não tem cara de metida? - ele perguntou olhando pra cara dela, que em seguida olhou pra minha me analisando

- uhum, mó cara de patricinha do asfalto - falou sem rodeio - achei que você ia pedir um prato vegetariano e perguntar se tínhamos água com gás pra abrir o apetite - debochou rindo

- eu to bem ofendida - encarei os dois que riam muito juntos - mas eu vou comer meu hambúrguer porque ele merece mais a minha atenção do que vocês dois viu? - falei e acabei rindo junto com eles

- relaxa ruiva, você parece ser legal - a tal Renata me olhou - daquele tipo que quando conhece melhor acha uma pessoa bacana e tals, quem sabe a gente se esbarra por aí - sorriu pra mim e saiu pra atender outras pessoas

TH e eu ficamos nós encarando sem falar nada, depois de um longo minuto silêncio ele olhou bem na minha cara e respirou fundo

- eu disse que você tinha cara de metida - riu baixo mordendo o sanduíche

- ah cara cala a boca - joguei uma batata nele e acabei rindo também

Morro do alemãoOnde histórias criam vida. Descubra agora