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Depois que saímos fomos ao shopping olhar coisas para a nossa loja, compramos tudo que seria necessário e umas coisinhas pra decoração, prateleiras e um lustre bonitinho até, tudo dentro de um orçamento planejado para que nada desse errado

- Aonde vamos agora? - Renata perguntou quando colocávamos as coisas no uber

- Pra minha casa, tenho que resolver a situação dos funcionários - expliquei e ela concordou animada

Passei o endereço para o moço e seguimos para o condomínio fechado, não tinha mudado nada e vendo ele agora não tinha mesmo a menor graça, tudo parecia monótono e não tinha nenhuma criança correndo na rua, minguem conversando na porta de casa, barulho de moto, de risada, tudo parado

- Que lugarzinho silencioso, rico é tudo mudo? - Renata perguntou fazendo o uber gargalhar e eu sorri

- Eles são mais reservados - expliquei e ela concordou

Paramos na porta da minha casa e eu sorri me lembrando de cada momento que vivi ali dentro

Flashback on

- mamãe, mamãe olha só o que eu achei! - estiquei as mãos devagar mostrando uma lagarta que eu tinha pegado na árvore no jardim de casa

- Meu Deus Maria Alice! - minha mãe se assustou colocando a mão no coração - Você quer matar a mamãe é isso? - dei risada - É linda meu amor, mas temos que devolver ela onde estava, é a casa dela a natureza - me explicou

- Certo, vamos comigo - puxei sua mão e sai arrastando ela até o jardim

- O que minhas duas meninas estão fazendo correndo pelo jardim? - meu pai perguntou enquanto molhava as plantas com a mangueira

- Vamos devolver a Sra. molenga para a casa dela - estuguei a mão mostrando a lagarta

- Uau, que gracinha - meu pai sorriu olhando pra minha mãe

Coloquei a lagarta aonde encontrei e fiquei olhando ela se mover bem devagar pelo tronco

- Que calor é esse meu pai amado - minha mãe falou colocando a mão na testa

- Está com calor querida? - meu pai perguntou dando um sorriso engraçado

- Não, nem pense nisso! - ela falou mas não deu tempo, ele já tinha jogado água da mangueira na cara dela que correu atrás dele pelo gramado

- Eu também quero brincar! - Ri correndo atrás dos dois que riram quando caímos no chão juntos e abraçados

Flashback off

- Maria, tudo bem? - Renata estralou os dedos na minha frente me fazendo voltar pra realidade

- Nossa sim, só estava me lembrando de algumas coisas - falei sacudindo a cabeça e tentando voltar ao normal

Paguei o uber e em seguida entrei em casa, sentindo o cheiro de casa limpa e organizada milimetricamente, como sempre

- Que casa enorme...- Renata falou e eu concordei

- Quem entrou aqui sem ser...- Fabrício o jardineiro parou na porta assim que me viu - Maria Alice! - sorriu e eu dei uma corridinha para abraçar ele

- Oi Fabrício, que saudade! - apertei ele e ele me apertou de volta

- Você continua com o mesmo jeitinho, que bom que voltou pra casa - sorriu e eu fiz o mesmo

- Preciso que reúna todos os funcionários que ainda ficaram aqui, precisamos ter uma conversa - ele concordou meio sem entender e saiu - Pode sentar amiga, fica a vontade - falei pra Renata que encarava o sofá

- Ai graças a Deus, minhas pernas estão doendo pra caramba - sentou no sofá e eu ri

- Eu não acredito que você voltou! - ouvi e já senti o baque de um corpo se chocando com o meu

- Yelena, você vai me matar sufocada - falei fingindo uma falta de ar

- Que drama garota, eu só estou com saudade, esqueceu de mim - ela me deu um soquinho no braço de leve

- Nunca querida, unha e carne pra sempre - ela sorriu me dando mais um abraço

Renata nos olhava

- E quem é a sua nova amiga? - Yelena perguntou

- Essa é a Renata, minha melhor amiga - respondi e Renata deu um sorrisinho

- Oi Renata melhor amiga da Maria Alice, eu sou Yelena, crescemos juntas aqui e somos como carne e unha, mas tudo bem, não me importo em dividir - ela sorriu pra Renata que deu risada

Morro do alemãoOnde histórias criam vida. Descubra agora