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Maria Helena
Dias depois

Acordei com uma dor de cabeça terrível e um aperto no peito que não conseguia descrever, sentei na cama respirando fundo ainda meio nervosa com o sonho que tive a duas noites seguidas.

Estava em um lugar escuro e ouvia muitos gritos de desespero e choro, um choro alto que vinha na minha direção e me deixava atordoada. Toquei meu escapulário no pescoço e começo a rezar baixo pedindo proteção para mim e para a minha família. Assim que termino, tomo um banho pra distrair a cabeça.

Me vesti com uma roupa leve e desci as escadas devagar vendo que a casa estava vazia, dia de semana e eu não estou indo trabalhar ainda, então todo mundo foi fazer suas obrigações e eu estou sozinha.

Peguei meu celular e fui ver a novidades

___________ WhatsApp  __________

Grupo: As meninas super safadinhas

Gabriela: Bom dia pra quem né amigas, como estão?

Rafaela: Ai to com saudade de irritar meu irmão o dia inteiro por mensagem

Gabriela: Vai dar tudo certo mulher, em breve eles tão de volta pra zaralhar a nossa paciência de novo

Gabriela: Gustavo tá morando na Boca agora, mal vejo ele em casa

Rafaela: Com gente faltando fica difícil segurar a barra, vi ele ontem e ele tava na correria

Gabriela: Então, tá um clima esquisito né?

Eu: Nem me fala,
tô só sonhando com coisa ruim, espero que esteja tudo bem, não ter notícias de nada me deixa agoniada

Rafaela: Vira essa boca pra lá, não vai acontecer nada com ninguém

Rafaela: Semana que vem eles tão de volta fazendo graça de novo

Eu: Sim

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Ihan

Eu: Ai sei que você não vai responder mas tô com saudade maninho vem embora logo

Eu: Um saco acordar e não ver sua cara feia de manhã
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Germano

Eu: Tô com saudade
da sua chatice

Eu: Sei que você vai me zoar horrores quando ver que eu te mandei mensagem mesmo sabendo que você não ia poder me responder

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Fiquei tomando meu café em silêncio, pensando nos meus sonhos aterrorizantes, quando me assustei com a porta de casa abrindo. Meu pai entrava em casa.

- Oi princesa, acordou cedo hoje - falou, se aproximando e beijando minha testa.

- Sim, não consigo dormir direito desde que Ihan foi para essa missão - falei olhando para ele

- Eu sei, sua mãe está na mesma - respondeu, se sentando em minha frente e me observando. - Ouvi você essa noite, quando entrei no quarto de Ihan você se remexia sem parar, sabe que não gosto de acordar vocês, então apenas conversei com você baixinho e você se acalmou - ele explicou.

Sorri, eu amo tanto o meu pai.

- Obrigada pai, eu tenho tido muitos sonhos estranhos - comentei.

- Quer falar sobre eles? - perguntou.

- Eu estava em um lugar escuro, ouvia muitos gritos de desespero e um choro tão alto que vinha na minha direção e me deixava tonta e desesperada - encarei ele que me observava sério. - Não sei o que isso pode significar pai, mas sei que não é coisa boa - completei

- Pode ser apenas pelo fato de que está preocupada com seu irmão, Henrique e Germano, nosso cérebro às vezes nos prega peças - ele começou - Você precisa separar a realidade, se não pode deixar de viver o presente se preocupando demais com coisas que não aconteceram - completou

- Só estou preocupada, essa sensação nunca vai embora - falei olhando para ele que pegou na minha mão

- Missões são sempre arriscadas e nunca podemos prever o que irá acontecer, mas todos eles foram treinados desde cedo para lidar com essas situações - ele respondeu, segurando minhas mãos

- Sei que sim pai, obrigada por isso - me levantei e abracei ele, que se levantou e me aconchegou em seu abraço, beijando minha cabeça

Morro do alemãoOnde histórias criam vida. Descubra agora