Maria Alice
- Você tem que ir? - perguntei fazendo bico e ele sorriu me dando um último selinho
- Sim meu bem, tem coisas que se meu pai não resolver sobra pra mim, mas você já está melhor não está? - perguntou me olhando
- Não, eu vou morrer! - me joguei na cama colocando a mão no coração e ele deu risada
- Você é a pessoa mais dramática que eu conheço - ele falou colocando a arma na cintura
- Você conhece o Gabriel? - perguntei franzindo a testa e ele riu mais ainda
- Você é cruel - falou e eu ri sentando na cama - Eu te espero mais tarde nas aulas de tiro ok? - concordei e ele beijou minha testa e saiu
Respirei fundo pegando meu telefone e chamando Renata pra ir logo no asfalto, não queria esperar tanto, ela concordou
Troquei de roupa e desci as escadas pra sair de casa, avisei o vapor e fui descendo o morro devagar, ouvi uma buzinada e era GR que subia o morro devagar, acenei e ele fez o mesmo continuando a subir
Passei de frente com a loja, vi Juliana e Heloísa me olharem com a cara meio fechada e apenas dei um leve sorriso continuando a descer a rua
- Amor da minha vida - ouvi e vi Renata se aproximando ela me abraçou - Tudo certo? - perguntou
- Sim, antes da gente ir resolver o negócio da loja eu preciso passar em um lugar ok? - ela concordou e nós descemos o morro
Pegamos um táxi e eu passei o endereço para o moço, rapidamente chegamos ao lugar onde o advogado da família trabalhava
- Que lugar chique...- Renata comentou e eu sorri
Entramos e demos de cara com a secretaria dele
- bom dia, em que posso ajudar? - perguntou
- Marquei um horário com o doutor Júlio Pevert, ele é advogado da minha família, meu nome é Maria Alice Fernandez - avisei e ela olhou em um caderninho
- Certo Maria Alice, vou avisar ao doutor que você chegou e já te chamo ok? - sorriu pra mim e eu concordei indo na direção de umas cadeiras
- O que estamos fazendo aqui? - Renata sussurrou
- Porque você tá sussurrando? - perguntei olhando pra ela
- Ai não sei, tudo aqui tá um silêncio e eu falo berrando igual doida, achei que fosse o melhor a se fazer - ela falou baixo e eu dei risada
- Preciso resolver umas coisas agora que sou maior de idade, sou filha única e meus pais não me deixaram desamparada sem um centavo no bolso, vou organizar os papéis hoje - avisei e ela concordou em silêncio
Logo a secretária chamou a gente e nós fomos pra sala do advogado, quando ele me viu deu um sorriso, me conhecia desde criança e me acompanhou durante todo o meu processo onde a guarda foi passada para o meu tio
- Olá Maria Alice, você está linda! - me abraçou rapidamente - Como está passando por essa fase nova da vida? - perguntou
- Bem graças a Deus, tudo indo da melhor maneira possível - respondi e ele sorriu
- Que bom, veio organizar os papéis e documentos imagino - ele perguntou
- Sim, tudo certo? - perguntei e ele concordou pegando uma pasta
- Depois que assinar esses papéis sua guarda não será mais do seu tio, você poderá optar por voltar pra casa ou continuar com ele, já que agora é maior de idade, a casa, o carro, o iate e qualquer outro bem material que os seus pais conquistaram ao longo da vida passarão todos para o seu nome, filha única e herdeira - Começou a me explicar - Imagino que você irá voltar pra casa...- me olhou
- Não, eu vou continuar com o meu tio - expliquei e ele apenas concordou rapidamente
- Certo, os funcionários da família continuam na casa, então se você os mantiver por lá terá que continuar pagando o salário deles ok? - concordei - Aqui estão os papéis com todas as informações que você precisa saber, o do banco eu preciso que você assine também, seus pais deixaram duas contas abertas no seu nome, uma para garantir que você fizesse a melhor faculdade de acordo com a sua escolha, e uma para que você pudesse aproveitar os mimos de ser filha única - sorri lembrando de já ter ouvido os meus pais falando sobre aquilo - Pode assinar aqui - ele me entregou os papéis e mostrou onde assinar
Depois que assinei, peguei um cartão que meus pais deixam com ele e agradeço saindo do escritório com Renata.
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Morro do alemão
Teen Fiction*Primeira Temporada* Maria Alice perdeu os pais aos dezesseis anos e desde então estava aos cuidados dos empregados de sua casa, após sair um mandato da justiça declarando que seu tutor legal era um tio que ela não via a muito tempo, a garota se vê...