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- você resolveu o que eu pedi Ítalo? - TR perguntou olhando pro filho

- sim pai, fiz o que tinha que ser feito - ele falou tranquilo comendo a salada

- ótimo, não quero que isso aqui vire uma bagunça - respondeu bebendo um gole do vinho

- acha que tem alguma chance? - meu tio perguntou olhando pra ele com uma expressão de deboche

- não, claro que não - respondeu sorrindo - mas é melhor previnir do que remediar - completou e meu tio deu um sorriso de lado

- mas então Maria Alice, fala mais sobre você - GR me encarou colocando um tomate na boca

- o que você quer saber? - perguntei tranquila

- por quê veio parar no morro do alemão? - foi direto, TR olhou pra ele repreendendo

- Não precisa responder se não quiser Maria Alice, entendemos que é um assunto delicado - Dayane disse olhando pra GR e negando com a cabeça

- tudo bem Dayane, não tem problema - sorri meio sem graça - eu vim pra cá porquê os meus pais morreram em um acidente, eles eram grandes advogados e viajavam muito para fora do Brasil, em uma das viagens houve um incidente com o piloto e o jatinho que eles estavam caiu - falei tendo uns flashs de lembrança de quando recebi a notícia - um juiz decretou por ordem de um mandato que minha guarda deveria ficar com o parente mais próximo, ou seja, o irmão da minha mãe - olhei pro meu tio e sorri fraco

- foi mal pela pergunta Maria - GR disse sem graça

- tudo bem GR - falei olhando pra ele - meus pais eram maravilhosos, falar deles me trás muita saudade, mas sei que eles estão em um lugar melhor - respondi sorrindo

Continuamos conversando sobre alguns assuntos aleatório e em seguida todos foram saindo e eu continuei na cozinha com Dayane

- eu queria me oferecer pra te ajudar lavar a louça, mas é que eu fiz isso poucas vezes na vida e eu não sei muito bem...- falei meio sem jeito

Eu entendo que isso parece estranho vindo de uma garota de dezessete anos, como assim ela lavou a louça poucas vezes na vida? É bem simples na verdade, eu tinha muitos empregados na minha casa, eu cresci sendo paparicada e mimada pelos meus pais e pelos empregados, praticamente em uma bolha

Ela sorriu

- eu entendo querida e não se preocupe, ter sua companhia já é suficiente - me olhou - eu sempre quis uma filha mulher - ela comentou olhando pra mim enquanto lavava os pratos

- é uma pergunta meio indelicada, mas por que parou de tentar depois do GR? - perguntei

- aqui no morro tem alguns confrontos, sinto em te dizer mas ainda vai presenciar muitos deles - ela falou olhando para os pratos - atiraram em mim em um deles e eu tive que fazer uma cirurgia que me impossibilitou depois de ter mais filhos - ela explicou

- eu sinto muito - falei sem jeito por ter feito a pergunta, maldita boca

- tudo bem - ela sorriu - já faz muito tempo e os meus filhos preenchem minha vida com todo o amor do mundo, sou grata por ter eles e por eles serem garotos bons - completou

- tenho certeza que sim - respondi

Depois que meu tio terminou a conversa com o TR, me despedi de todos e fui pra casa com o meu tio.

Morro do alemãoOnde histórias criam vida. Descubra agora