Meu Porto Seguro É Você 🔐 (Freenbecky)

Sem palavras.

Antes de lerem esse capítulo, queria pedir desculpa para quem leu o capítulo anterior sem a música, a música se chama You And Me- Lifehouse, mas já está disponível lá, para quem não estiver conseguindo achar por esse nome.

Freen se esparramou na cama, se sentindo uma idiota. Que merda ela havia feito? Finalmente ela conseguiu ter algum tipo de "contato" com a garota e estragou tudo. "Parabéns Sarocha, você é um asno", pensou, querendo se matar. Afinal de contas, por que ela não conseguiu segurar aquela maldita língua dentro da boca e se impedir de soltar um "seu sorriso é lindo".

Por outro lado, pelo menos Freen havia sido sincera. Seu sorriso era lindo, mais do que deveria ser permitido. Ela nunca havia visto a menina sorrir e ficou duas vezes mais feliz ao perceber que ela havia sorrido provavelmente porque gostou da música ou porque achou que Freen cantava bem. Na pior das hipóteses, pode ter achado uma merda e sorrido por educação. Mas ela preferia descartar a última possibilidade.

Sentiu que precisava contar aquilo a sua tia, já que a mesma não tinha nenhuma esperança de que a filha pudesse ter contato com alguma outra pessoa que não fosse ela. Freen levantou da cama em um salto e foi até a cozinha, sabendo que sua tia provavelmente deveria estar ali fazendo o jantar.

-Tia, você não sabe o que aconteceu hoje. - Falou se sentando em um dos bancos.

-Se você não me contar, eu nunca vou saber.- As duas riram e Freen continuou falando:

-Eu estava no quintal hoje à tarde, tocando meu violão e a Rebecca apareceu. - dona Regina largou a colher de pau na mesma hora que ouviu o que a mulher falou.

-Como? - Perguntou incrédula.

-Sim, ela apareceu. Eu não notei nos primeiros minutos, pois estava concentrada, mas terminei a música e lá estava ela. - Freen sorriu um pouco, lembrando da cena. -Eu a chamei para se sentar e ela veio, toquei uma música para ela e no final ela sorriu...

-Ela falou alguma coisa? - Freen negou com a cabeça.

- Acho que eu fiz merda.

-O que você fez, Sarocha? -  dona Regina perguntou, com mil hipóteses se passando pela sua cabeça.

-Disse que o sorriso dela era lindo e ela saiu correndo. - A mais velha sorriu suavemente.

-minha filha sempre reage assim a elogios, não se preocupe. - Voltou a mexer o conteúdo cheiroso na panela. - Me espanta que você seja a primeira pessoa que consegue interagir com ela.

-Eu... - Freen procurou as palavras certas. -Quero ser amiga dela.

-Eu queria te pedir uma coisa. - dona Regina começou a cortar alguns legumes.

- Pode pedir tia.

-Se você quer realmente ser amiga de minha filha e se aproximar dela não... Desiste, tá bom? - dona Regina fez uma pequena pausa. - Odiaria se ela começasse a querer se aproximar de você e você se afastasse dela. Acho que assim ela nunca mais se aproximaria de ninguém - Freen assentiu.

-Pode ficar tranquila, tia. Eu não vou fazer isso, eu não sou assim. - sua tia assentiu mais aliviada e voltou a fazer a comida.

-Filha, vem jantar! - A menina ouviu sua mãe gritar e congelou. Ela desceria para jantar e daria de cara com Freen, não sabendo como reagir depois do que aconteceu hoje à tarde. Becky não podia ignorar Freen, seria impossível depois do que aconteceu, ainda que não fosse nada demais. Mas ela sabia que não iria conseguir se manter indiferente, por mais que ela quisesse.

Respirou fundo e saiu de seu quarto, largando o desenho ainda inacabado em cima da cama. Era o mesmo que ela vinha tentando fazer o dia inteiro e seus pensamentos voltando a Freen não haviam deixado e não a deixaria tão cedo. Desceu as escadas devagar, chegando rapidamente à mesa de jantar, onde sua mãe e Freen já se encontravam sentadas. Não teve opção que não fosse se sentar de frente para a mulher e olhar para sua mãe apenas para evitar o contato visual com Freen.