Becky - Pov
Segunda feira.
Eu estava colocando minha mochila sobre o ombro e indo até a cozinha para preparar algo para comer, já que a minha mãe não estava aqui.
Desde sábado que eu não conseguia dormir direito. Desde que Freen me deu aquela droga de beijo de boa noite que eu não conseguia parar de imaginar como seria o gosto dos seus lábios nos meus.
O que era a coisa mais ridícula do mundo, porque primeiro que eu nunca havia beijado ninguém na boca ou ao menos no rosto que não fosse minha mãe e Freen e provavelmente me sairia um desastre fazendo isso. Segundo que ela era mulher e eu não sabia como toda essa coisa gay funcionava ou se pelo menos ela já havia beijado alguma menina e / ou gostava de fazer isso. E terceiro mas não menos importante de todas as pessoas que existiam no mundo, provavelmente eu seria a última que ela ou qualquer outra pessoa escolheria para beijar.
Freen é linda e podia beijar quem ela quisesse, eu seria apenas uma pequena perda de tempo ou a caridade de tirar o BV da menina que provavelmente nunca vai beijar ninguém na vida porque é muito idiota para isso.
Não passamos muito tempo juntas ontem, ela disse que tinha uma prova importante na sexta que vem na faculdade e passou quase o dia todo estudando. Eu fiquei desenhando ou tentei pelo menos enquanto meus pensamentos eram todos direcionados a ela. Eu tinha que parar com isso.
Estava me aproximando da cozinha quando percebi um aroma vindo de lá de dentro. Parecia com... Panquecas?
Entrei no recinto e quase caí para trás quando encontrei ela perto do fogão, aparentemente fazendo panquecas.
- Achei que não soubesse cozinhar ou que fosse tacar fogo em tudo quando tentasse. - Comentei me sentando em um dos bancos da cozinha e me apoiando em cima do balcão, feliz por Freen estar de costas e eu poder olhá-la o quanto eu quisesse.
-Bom dia para você também. - Ela se virou para trás por um momento, dando um sorriso debochado. - Caiu da cama?
-Não. - Segurei o riso. - É que eu tinha levantado mais cedo para fazer nosso café... Nada que você já não esteja fazendo.
[...]-Ei, já que sua mãe não está aqui para te levar, você quer que eu te leve ao colégio? - perguntou enquanto ela lavava a louça e eu secava.
- De moto? - Levantei uma sobrancelha.
- E de que outra forma seria?
-Não, obrigada, eu vou no ônibus da escola.- Por mais que a coisa que eu mais quisesse no momento fosse sentar naquela maldita moto amarela e ficar tão perto dela quanto eu desejava estar, tinha que admitir para mim mesma que meu pavor por esse negócio era enorme e eu preferia não arriscar.
-Sua mãe disse que você odeia o ônibus da escola - Trinquei os dentes e encarei a pia à minha frente.
-Eu odeio. - Falei séria e larguei o pano de prato na pia, catando minha mochila no caminho e saindo da cozinha. Não queria ter que explicar para ela o quanto eu odiava todas as pessoas fazendo piadinhas e rindo de mim, me chamando de retardada e idiota pelas minhas costas. Não é como se eu achasse que ela fosse entender.
- Ei, ei, volta aqui. - Freen correu atrás de mim e me alcançou na metade da sala, puxando meu pulso de leve para trás. -Porque você odeia? - Soltei sua mão do meu pulso da forma mais delicada possível no momento e larguei minha mochila no sofá, abrindo a porta da sala e passando pelo jardim direto, correndo até o quintal.
O quão idiota era aquilo? Passei dois dias com ela e nesse tempo eu me senti tão... Normal. É. Eu me senti normal, porque ela me travava como uma pessoa normal. Acho que era por isso que eu me sentia tão à vontade com ela ainda que pudesse ficar em pânico, algumas vezes.
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Meu Porto Seguro É Você 🔐 (Freenbecky)
Fiksi PenggemarExistem muitas definições para o amor. Uns dizem que amor não existe sem sacrifício. Outros dizem que amor é ter paciência e esperar o outro poder se entregar a você. Alguns até são mais ousados e acreditam que o amor é uma composição de elementos q...