Narrador POV
- Hm. - Becky gemeu. - Põe outro filme, Sarocha, por favor. Eu tenho medo desses filmes de terror.
- Porque eu deveria? - Freen arqueou uma sobrancelha, desafiando a menina.
-Por favor... - Freen revirou os olhos. Porque ela tinha que parecer tão fofa enrolada em um edredom no sofá? Aquilo era ridículo e fazia a mulher se sentir como se pudesse se tacar na frente de um ônibus, se a garota assim pedisse. Nem chegava a ser ridículo, era quase doentio.
-Com uma condição. - Freen levantou um dedo e Becky assentiu. - Você tem que parar de me chamar de Sarocha. Lembra-me da minha mãe quando eu faço merda e ela berra do outro lado da casa "Sarocha!".
- Você quer tipo... Um apelido? - Freen assentiu. - Me deixa pensar. - A menina torceu a boca e Freen esperou pacientemente longos segundos até que ela se pronunciasse novamente. - Freen?! - Freen negou com a cabeça, afinal esse já era o nome dela - Já sei! Baby.
- Que?
- Baby. É bonitinho e combina com você.
- É gay. - Freen revirou os olhos.
-Você queria um apelido e eu te dei um. Agora troca o filme, Baby. - Ela se rendeu, não tendo mais para onde argumentar, se levantando e indo até sua caixa de DVDs, que ela havia trazido junto com suas coisas, de San Miguel.
-De que tipo de filme você gosta? Vou logo avisando que não tenho Crepúsculo, Diário de uma Paixão, Titanic e nenhuma dessas porras melosas. - Becky riu um pouco e se encolheu um pouco no edredom. Era realmente uma noite muito fria.
-Tem algum filme sobre anjos? - Freen estreitou os olhos.
-Anjos? Daqueles que tem asinhas pequenas e usam fraldinhas? - Becky ficou séria e Freen caiu na gargalhada. Quantos anos ela achava que a menina tinha? Cinco?
- Não. Anjos de verdade.
-Até tenho, mas... Espero que saiba que anjos não existem. - Freen deu de ombros, procurando os tais filmes na caixa. Becky pareceu ficar brava por um segundo.
-Existem sim.
-É mesmo? Prova-me. - Ergueu uma sobrancelha, desafiando a mais nova, que ficou sem saber o que responder por alguns segundos antes de piorar sua expressão de raiva no rosto.
-Existem sim, que droga! - Becky parecia realmente brava e Freen percebeu isso, preferindo não insistir nesse assunto. No fundo, ela não ligava para o fato de anjos existirem ou não, ela só queria irritar a menina, no bom sentido. Mas percebeu que a coisa começou a ficar séria e resolveu dar um fim no assunto.
-Aqui, tem Constantine, Cidade dos Anjos e Legião. - A menina torceu a boca, parecendo um pouco tímida.
-Já vi todos. - Becky abaixou o olhar, se sentindo meio culpada.
Ela era completamente fascinada por anjos e provavelmente já viu todos os filmes sobre o assunto que existiam para ver. E as séries também. Não havia nada que Freen pudesse ter sobre anjos que ela não tivesse visto. Então se sentiu um pouco mal por ter feito a outra procurar em vão. Ainda assim, ela aceitaria ver qualquer um deles novamente.
-Podíamos ver Legião... Eu realmente gosto desse filme. - Freen sorriu.
-Tudo bem então. - O micro-ondas apitou na cozinha, indicando que a pipoca já estava pronta.
Freen se sentiu ridícula indo até a cozinha buscar a pipoca e o refrigerante. Havia coisa mais clichê do que assistir um filme com alguém que você gosta, no frio que se fazia em L.A.? Provavelmente não. E era exatamente isso que a deixava apavorada. Ela não costumava fazer isso, mas pareceu não pensar em tal coisa no momento em que perguntou a menina "Que tal assistirmos a um filme?". A outra concordou prontamente e agora ela se encontrava voltando para a sala com uma tigela de plástico em uma mão e latas de refrigerante na outra. Ridícula, como já havia se definido antes.
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Meu Porto Seguro É Você 🔐 (Freenbecky)
Hayran KurguExistem muitas definições para o amor. Uns dizem que amor não existe sem sacrifício. Outros dizem que amor é ter paciência e esperar o outro poder se entregar a você. Alguns até são mais ousados e acreditam que o amor é uma composição de elementos q...